domingo, 12 de janeiro de 2020

Crítica Cinema | Adoráveis Mulheres

(Caminhos diferentes
By Alan David


Sinopse: A diretora e roteirista Greta Gerwig (Lady Bird – A Hora de Voar) costurou seu filme Adoráveis Mulheres usando como base o romance clássico e também os escritos de Louisa May Alcott; e criou uma história que se desenrola enquanto o alter ego da autora, Jo March, relembra fatos do passado e do presente de sua vida fictícia. Na visão de Gerwig, a amada história das irmãs March - quatro jovens mulheres, cada uma determinada a viver a vida em seus próprios termos – é uma história clássica e ao mesmo tempo muito atual. Retratando Jo (Saoirse Ronan), Meg (Emma Watson), Amy (Florence Pugh) e Beth  (Eliza Scanlen), a família March. O elenco ainda conta com Timothée Chalamet, Laura Dern, Meryl Streep, entre outros. Produção Sony Pictures, Columbia Pictures e Regency Enterprises. Distribuição nacional da Sony Pictures. Estreia 08 de janeiro de 2020. Para assistir ao trailer, clique aqui.

Adoráveis Mulheres (Little Women)


A história é adaptação de uma obra bem conhecida dos cinemas, pois 'Little Women' de Louisa May Alcott já esteve nas telonas desde a época do cinema mudo, em 1917 e 1918; depois em 1949 e também em 1994, estrelando os ainda em começo de carreira Wynona Ryder, Kirsten Dust e Christian Bale. Como uma obra de origem tão antiga consegue transcender durante tantas épocas cinematográficas? Bem simples, mesmo se passando na primeira guerra, o foco é nas irmãs March, com características diferentes e que não são datadas a nenhuma época específica. Aqui temos a Jo (Saoirse) uma jovem independente e livre do que a sociedade pode impor a uma pessoa com regras e juízo, isso é importante devido aos questiomentos frequentes na personagem sobre a sua obra; Meg (Watson) que procura uma segurança familiar, financeira... sofrendo com as dificuldades de uma dona de casa do dia a dia; Amy (Pugh), essa com um caráter mais invejosa, mas evoluindo a cada mudança que a vida vai impondo e tentando crescer como pessoa... e por fim, Beth (Scanlen), meiga e carinhosa, consegue ser o elo de ligação entre as irmãs. Uma com objetivos diferentes da outra, sendo que o senso familiar é gigante e durante a história de uma maneira ou de outra... a preocupação entre elas em compartilhar as felicidades e dores que a vida trarão são um retrato que não muda, independente do tempo. No geral, a trama em si tem o desenvolvimento maior na vida da Jo e quando focada nas outras irmãs, tenta ser o mais breve e resumido possível, exceção um pouco a Amy, falarei dela mais abaixo. Sem esquecer da mãe interpretada por Laura Dern e do rapaz que transita ali do seu jeito herdeiro relaxado, interpretado por Timothée, esses por sua vez não são tão atuais assim. Falando do rapaz, precisa muito dele para entender principalmente as características da Jo e da Amy, mesmo não sendo fundamental como um todo da história.    


A narrativa em si é a forma que Jo conta sua história fictícia ou não, então o tempo presente e passado vão de misturando enquanto somos apresentados a família March. No decorrer da trama, percebe-se que o tempo maior de tela é da Jo e que as coisas vão se desenvolvendo do seu ponto de vista, mesmo assim Amy ganha uma trama separada, inclusive ficando de fora de um acontecimento triste naquela família. Apesar de justificar a reta final das irmãs, fica uma coisa muito de lado. Dito isso, algumas situações perdem impacto porque no presente sabemos o que acontece e quando volta ao passado, fica um suspense em situações que a gente acabou de ver que não vão ser decisivas naquele momento. Impor um antítese de cada personalidade é uma qualidade da história em si, aliás a forma que tudo se constrói, principalmente quando elas ainda estão em formação com todas morando juntas são bem inocentes e felizes, dando um contraste de como a vida seguirá para cada uma delas, além claro da comunhão familiar que é explorada de forma a simpatizar com todas elas, não existe alguém que prejudique a dinâmica das jovens, só a Jo e a Amy que ganham destaques extras que se a primeira faz as coisas andarem... a segunda nada tão especial. Então finalizamos de um modo bem inteligente e dubio que pode ser interpretado de formas diferentes de como aquelas irmãs alcançaram ou não seus objetivos dependendo do ponto de vista do livro da Jo.


A base da construção de época é muito boa: Figurino, fotografia e ambientações conseguem deixar você a vontade com a história. A parte musical está a cargo de alguém bem experiente como Alexandre Desplat, responsável por composições de obras de grande apelo recentes como Pets 2, Ilha dos Cachorros e A Forma da Água, isso facilita em todo aquele envolto do roteiro. A direção de Greta Gerwiig é boa, pois além de um elenco de primeira, ela tira o melhor que dá em cada uma, fazendo uma entrega mais dinâmica do que em Lady Bird por exemplo, conseguindo um filme mais alegre e carismático. Sobre o elenco... Saoirse Ronan domina com primazia suas cenas. A atriz entrega tudo que a personagem precisa ser para as coisas andarem bem. Emma Watson não é muito exigida, a sua Meg é mais funcional antes das meninas começarem suas vidas adultas, depois apaga. Florence Pugh confesso que ela tem uma boa presença de tela, mas suas caras e olhares ainda me incomodam, assim como foi em Midsommar. Eliza Scanlen e a sua Beth não tem grande destaque, mas importante para alguns momentos chaves da família. Do restante do elenco, Laura Dern sendo a Laura Dern quando precisa fazer personagens bonzinhos. Timothée Chalamet é um pouco enjoativo, mas você se acostuma e por fim, Meryl Streep está ali para engrossar ainda mais o caldo bom que ficou esse casting, mas tirando uns conselhos e frases prontas aqui ou ali, nada de muito interessante. Adoráveis Mulheres recorre a um elenco de primeira e com uma diretora em alta ascensão, recontando uma obra que não fica datada em vários aspectos e que dessa vez conseguiu na força daquelas irmãs e principalmente da sua protagonista (Saiorse Ronan) um desenvolvimento carismático e tranquilo de assistir.

Obs.: Biografias de atores e filmes IMDB. As imagens foram disponibilizadas pela assessoria da distribuidora do filme.
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 Dúvidas, sugestões, parcerias e indicações: contato.parsageeks@gmail.com

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