quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Crítica Cinema | Um Dia de Chuva em Nova York

(Dançar conforme a música)


Sinopse: Ashleigh (Elle Fanning) é estudante de jornalismo e está empolgada por ter conseguido uma entrevista com o grande diretor de cinema Roland Pollard (Liev Schreiber). Gatsby (Timothée Chalamet), seu namorado, também fica animado com a notícia e mais ainda com a possibilidade de mostrar Manhattan para Ashleigh. Ele então planeja o fim de semana romântico para os dois. Mas a entrevista - que duraria aproximadamente uma hora - se torna uma sucessão infinda de acontecimentos que interferem (não apenas) em seus planos. No elenco ainda tem Serena Gomez, Jude Law, Diego Luna, Rebecca Hall, entre outros.  Longa dirigido e roteirizado por Woody Allen e distribuído nacionalmente pela Imagem Filmes.

Um Dia de Chuva em Nova York (A Rainy Day in New York)


É difícil comentar sobre o novo longa de Woody Allen sem esbarrar tanto em sua fama de criar obras espetaculares - o que faz com que cada novo filme seja comparado com os anteriores -, quanto em polêmicas recentes vinculadas a seu nome. No entanto, numa tentativa de ver o filme de forma isolada (na medida do possível) dessas questões, vamos falar sobre Um Dia de Chuva em Nova York. A trama se desenrola conforme o casal de protagonistas se desencontra num final de semana que planejavam passar juntos na cidade de Nova York - isso depois que Ashleigh (Elle Fanning) tivesse terminado a entrevista que foi fazer com um grande diretor de cinema. A entrevista acaba estendendo-se para um convite de assistir à nova produção do diretor - o qual é o típico artista neurótico e insatisfeito com a própria arte - e traz diversos desdobramentos. Ela fica imensamente envolvida com a possibilidade de conseguir um furo jornalístico a princípio, mas acaba envolvendo-se um tanto mais do que deveria como jornalista. Enquanto Gatsby (Timothée Chalamet) procura se distrair pelas ruas de Manhattan esperando que dê tempo de mostrar a cidade à namorada.


Ashleigh infelizmente é uma personagem pouco explorada. Ela é linda, radiante e apaixonante aos olhos de todos os homens que a veem - mesmo quando tenta parecer interessante sem saber bem do que está falando. Seria um grande desperdício, mas talvez seja proposital retratá-la assim: apenas como a musa iluminada por fora, mas sem muita personalidade. Por outro lado, sabemos um pouco mais sobre Gatsby. No entanto, seus devaneios extensos e crises existenciais à respeito da mãe, de seus privilégios e de suas grandes idealizações de vida - principalmente românticas - parecem um tanto exageradas.


O desfecho do longa acaba sendo um tanto previsível e o roteiro num geral parece não aprofundar o bastante nos questionamentos e reflexões sobre relacionamentos que ele mesmo propõe. Alguns diálogos acabam sendo um pouco maçantes - para não dizer desnecessários. A parte deliciosa do filme fica por conta da belíssima fotografia, dos tons nostálgicos e de certa poesia em sua forma de se apresentar. Desde os primeiros segundos, antes de sermos apresentados à narrativa ou aos sorrisos largos de Ashleigh, ao ouvirmos os primeiros sinais melódicos da trilha sonora, conseguimos sentir essa sensação um tanto poética. Um Dia de Chuva em Nova York não é uma das comédias românticas mais bonitas ou surpreendentes, mas pode embalar-nos com leveza se dançarmos conforme a música.

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