sábado, 4 de maio de 2019

Crítica Cinema | Cemitério Maldito

(Terror psicológico envolvente)


Sinopse: Louis Creed (Jason Clarke, A Hora Mais Escura) cansado do stress da cidade, decide levar sua família (Esposa e dois filhos) para morar em uma pequena cidade do interior. Com o passar do tempo, coisas estranhas acontecem e sem saber eles tem um cemitério de animais dentro da área do terreno deles... E depois que seu vizinho chamado Jud (John Lithgow) fala e prova que o lugar tem o poder de trazer os mortos de volta a vida... Isso deixa Louis incrédulo, mas após uma tragédia com um dos seus filhos, mesmo alertado dos riscos, ele decide usar o poder desse cemitério, só que a pessoa não volta a mesma de antes e isso ele vai aprender da pior forma. Elenco ainda conta com Amy Seimetz, Jeté Laurence, entre outros. Direção de Kevin Kölsch e Dennis Widmyer. Produção e distribuição da Paramount Pictures.

Cemitério Maldito (Pet Sematary)


Mais um terror adaptado e bem conhecido dos livros de Stephen King, ainda mais que é um remake do longa de 1989 (Com uma sequência em 1992). No caso praticamente não existe spoilers, pois a história é a mesma, somente mudando a criança que morre em relação ao clássico do final dos anos 80, coisa que também é mostrado nos trailers, pode parecer desnecessário mostrar qual dos dois filhos do casal morre (Segundo os diretores, a mudança em relação a 89 foi devido a ser mais coerente com o ato final e ser uma ameaça mais realista dentro do possível), mas com uma proposta bem voltada a tensão e suspense, até que fez sentido, mais abaixo eu explico isso. Quanto à ideia de mostrar um lugar místico maligno e todas as consequências de usá-lo, o roteiro entrega bem e conforme o andamento da história... consegue te prender dentro de um thriller de terror bem elaborado a com decisões funcionais ao mexer com forças desconhecidas... Que nada mais é o que aconteceria se fosse possível você ressuscitar uma pessoa, partindo do ponto que ela não tem mais alma e ainda influenciada por espíritos do mal, claro que vai dar muito ruim.


Voltando a falar do fato de mostrar a criança que vai morrer logo nos trailers... A primeira vista parece uma coisa desnecessária, já que é um remake de algo que todos que conhecem a franquia já não se surpreende, tanto que Cemitério Maldito e o conceito de ressuscitar sem a alma são mencionados e reproduzidos em muitas em outras obras de cultura pop, inclusive recentemente no filme da Liga da Justiça é falado pelo Flash em relação a trazer o Superman de volta à vida. Com isso o único diferencial é revelado assim na divulgação, poderia ser ruim, mais não foi... À medida que o filme começa e sua narrativa de suspense vai se desenvolvendo... Logo você vai se apegando aquela criança, porque você sabe que a tragédia vai acontecer, mas o roteiro vai te cozinhando e deixando você tenso e se apegando cada vez mais, com isso vai dando uma agonia porque a morte vai acontecer... Só que a demora e o jeito que vai sendo trabalhado, chega ser torturante e quando isso enfim acontece... Dá o peso necessário para situação. Após isso, segue a cartilha e apesar de algumas decisões aceleradas em relação a alguns outros personagens, tudo segue bem. A forma condizente da narrativa traz uma tensão e agonia psicológica uma boa parte da história e fazer você entrar em um filme de terror de uma forma intensa que não seja só esperar o susto da vez e um exorcismo no final é um baita ponto positivo para Cemitério Maldito. Fora isso, tem um final bem interessante e validando as consequências da atitude tomada pelo personagem do Jason Clarke.


O visual sombrio e carregado dá um plus na direção de arte e fotografia, pois a combinação com a trilha sonora que está praticamente o filme todo e isso vai dando um peso forte na história. Quanto aos efeitos... Isso deixa um pouco a desejar, assim como a edição em alguns pontos, principalmente no ato final. Mesmo assim, o filme é bem dirigido e consegue ser envolvente, não te deixa alheio ao que está acontecendo. Sobre o elenco... Jason Clarke é muito bom ator, está faltando um papel em um drama de um roteirista e diretor de ponta para ele ganhar um Oscar, porque talento ele tem e muito. John Lithgow é um veterano de uma qualidade de atuação muito boa, aqui ele está bem, mas seu personagem é muito acelerado, toma atitudes estranhas e incoerentes, principalmente ao apresentar o Cemitério de animais e seus efeitos. A esposa interpretada por Amy Seimetz, ela tem uma trama própria, mas que só serviu para dar os sustos, porque não encaixa bem, por fim a menina Jeté Laurence, essa mostrou que tem talento, pode pintar em novos filmes ai pelo que foi feito aqui. Ah, sem esquecer do gato, do Church, sua jornada narrativa e visual é bem grande na trama. Cemitério Maldito mesmo sendo um remake, tem a qualidade de recontar a mesma história com poucas mudanças significativas fora a troca da criança que morre... E ainda assim, consegue envolver e trazer uma tensão psicológica que a muito tempo não tinha em longas de terror, saindo do senso comum do susto, gritos e exorcismo, tudo dentro de uma atmosfera mística e visivelmente hostil. Vai agradar quem já conhece e vai deixar os novos espectadores bem envolvidos com aquela família e esse cemitério misterioso.

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