sábado, 3 de agosto de 2024

Crítica Cinema | Memórias de Um Corpo Ardente

(Todos podem ser culpados ou inocentes)


Memória de um Corpo Ardente é um filme produzido na Espanha e Costa Rica, dirigido por Antonella Sudasassi, surgindo do depoimento de oito mulheres maduras, a diretora cria uma história fictícia que envolve o feminino, sexualidade, liberdade e a imposição sobre a mulher. O longa-metragem está participando do FFI – Festival Filmes Incríveis de São Paulo, que ocorre de 01 a 14 de agosto de 2024, no Cinema de Rua REAG Belas Artes localizado na Rua da Consolação.

A história de Ana, Patrícia e Mayela, que, educadas em uma época repressiva na qual a sexualidade era um tabu, encontraram o significado da feminilidade por meio de regras tácitas e imposições implícitas. Em alguns momentos essa história é narrada pelas próprias personagens, o que provoca uma sensação de solidão com o passar do tempo.

Outro fator que aumenta o sentimento de solidão é a fotografia soturna presente no longa, o que transmite uma certa melancolia por parte das personagens. Essa mistura de sentimentos: solidão e melancolia, acabam sendo emoções que norteiam o destino das personagens, e acabam se transformando em uma consequência de suas escolhas, mas vale ressaltar que as escolhas estão ligadas ao aspecto cultural e social em que a mulher se encontra, sobre a sociedade impor que a mulher seja submissa ao homem.

A cenografia é um ponto bem interessante no longa internacional, pois a ideia da casa das personagens quando estão morando sozinhas cada uma em sua casa, transmite um certo tipo de conforto. Isso é perceptível por conta da presença de muitas plantas dentro da casa e a parede com ladrilhos, isso provoca uma sensação de casa de avó. Esse aspecto de conforto que a casa transmite, consegue de certa forma, abraçar as personagens. É como se aquele lugar que elas decoraram ao seu jeito, abraçasse nossas heroínas. Um abraço que não receberam no passado, quando precisaram.


O filme coloca em questão a discussão do que é a feminilidade, até em que ponto é saudável uma mulher seguir de forma rigorosa regras impostas pela sociedade sobre estar sempre bonita, maquiada, arrumada, sendo que a própria personagem diz que ser mulher não se reduz apenas a uma obrigação de uma bela aparência, ser mulher segundo a opinião da protagonista está sobretudo relacionado a ser doce e forte, ter consciência de que essas virtudes e habilidades compõem uma mulher. 

O filme claramente coloca em discussão temas como machismo, feminismo e liberdade, esses 3 temas entrelaçam a história das nossas heroínas, mostrando que é preciso ter muita coragem para ser livre e lutar pelo que você acredita. Vale ressaltar que essa discussão sobre liberdade é inserida no filme com um viés feminino, a liberdade da mulher, como a mulher pode se sobressair e vencer o machismo que a persegue a tempos na sociedade. Memórias de Um Corpo Ardente mostra um grande exemplo de resiliência feminina, e finalizo essa crítica com uma frase bem impactante dita por uma de nossas protagonistas: “Nos ensinaram que somos culpadas de muitas coisas”.  


Sinopse: 
A história de Ana, Patrícia e Mayela, que, educadas em uma época repressiva na qual a sexualidade era um tabu, encontraram o significado da feminilidade por meio de regras tácitas e imposições implícitas. Vencedor do Prêmio do Público na mostra Panorama do Festival de Berlim 2024. Direção: Antonella Sudasassi. Estreia nos cinemas brasileiros dentro do Festival Filmes Incríveis entre 01 e 14 de agosto no Reag Belas Artes.

Imagens para divulgação fornecidas por assessorias ou retiradas da internet 
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 Dúvidas, sugestões, parcerias e indicações: contato.parsageeks@gmail.com

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