sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Crítica Cinema | Um Filme de Cinema

(Uma história leve e educativa)
Texto: Tomás Allen 


'Um Filme de Cinema" de cara, o título deste longa levanta uma questão interessante: o que diferencia “filme” de “cinema”. Complementando, com relação a isso, podemos fazer uma distinção: quando se fala de “filme” ou “filmes”, teremos uma ideia bastante imediata e, até um tanto superficial, pois dizemos: “Isto é digno de um filme” ou “(o sucedido) parecia um filme”. Contudo, quando utilizamos a palavra “cinema”, estamos usando um termo mais conceitual, mais geral e, ao mesmo tempo, mais aprofundado. Uma categoria maior. Então, aludimos a elementos mais abstratos: “O cinema é uma arte” ou “O cinema é maior que a vida.”

Dito isso e comentando esta realização, dentro do que conceituamos acima como “filme”, Um filme de cinema, agradará, preferentemente, a quem goste de histórias relacionadas com crianças. Para quem tem exigências maiores pode resultar algo simplório. É a história de uma menina, aluna de uma turma de ensino básico, à qual a professora lhes solicita criar - justamente - uma história que pode ser até para um filme. E a garotinha parte para cumprir tal tarefa. Uma das definições que identificam o cinema é que os filmes são, precisamente, o relato de uma história. (Dito de passagem: talvez a definição vale também para a literatura).


Ora, tudo isso se assemelha bastante a um título que faz pouco tempo passou pelas salas de São Paulo: o muito bom “Os Fabelmans” (2022), de Steven Spielberg. A trama se parece com Um Filme (...) - que é anterior, de 2018 -, no sentido que ambos relatam como surge em uma criança um vínculo estreito com o cinema, mais precisamente com a criação cinematográfica. No caso de Um Filme (...) oscilam as impressões pois tem cenas bem logradas. Por exemplo, as entrevistas diante de uma câmera familiar que pai e filha realizam mutuamente e outra, com um homem “morador de rua”, abatido pela vida, mas cordial. Porém, por outra parte, há várias onde Thiago B. Mendonça, diretor e roteirista, deambula de uma situação para outra, dando a sensação que não tem muito ou nada a dizer ou, melhor, a mostrar. Assim, algumas inserções de imagens de filmes antigos às vezes resultam ridículas. Ou há outras, nas quais trechos escolhidos de Charles Chaplin oscilam entre o muito engenhoso e o exagerado e tolo. Isto, tanto em Chaplin quanto nesta recopilação.


Aliás, diversas cenas de filmes e personagens clássicos do cinema se sucedem (a exemplo de Cinema Paradiso, de Giuseppe Tornatore, de 1988), mas não estão bem costuradas com a trama principal. Além disso, tem alguns silêncios prolongados, melhor dito: vazios. Dentro desse panorama, há uma virada sobre o filme caseiro que pai e filha construíram e que, embora seja uma mistura de insólito com achado, pode ser catalogada como a melhor do filme. A favor de Um filme (...), podemos destacar certas aproximações interessantes, como as perguntas filosóficas básicas: o que é a vida, como pode ser melhorada, o que é cinema etc. Um Filme de Cinema poderá agradar a quem goste de pequenas histórias, protagonizadas por crianças e vinculadas à família, à escola e ao cinema. Contudo não será assim para quem procure maior consistência e fluidez na realização.


Sinopse oficial: Bebel, filha de um diretor de cinema em crise, quer fazer um filme com seus amigos para um projeto escolar. A realização do filme se torna uma grande aventura e leva Bebel, sua família e seus amigos a uma viagem pela história do cinema. Estreia nos cinemas, 05 de outubro, pela Embaúba Filmes.

Imagens para divulgação fornecidas por assessorias ou retiradas da internet 
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