domingo, 7 de agosto de 2022

Crítica Cinema | Elvis

(Focada em uma relação tóxica)


A vida e a ascensão musical de Elvis Presley (Austin Butler), visto através do prisma de sua complicada relação com seu enigmático empresário, o coronel Tom Parker (Tom Hanks). A história investiga a complexa dinâmica entre Presley e Parker ao longo de 20 anos, desde a ascensão de Presley à fama até seu estrelato sem precedentes, tendo como pano de fundo a paisagem cultural em evolução e a perda da inocência na América. No centro dessa jornada está uma das pessoas mais importantes e influentes na vida de Elvis, Priscilla Presley (Olivia DeJonge). Elenco ainda conta com Helen Thomson, Richard Roxburgh, Kelvin Harrison Jr, David Wenham, Kodi Smit-McPhee, Luke Bracey, Dacre Montgomery, Leon Ford, entre outros. Direção de Baz Luhrmann. Distribuição da Warner Bros. Pictures do Brasil. Estreia nos cinemas brasileiros em 14 de julho de 2022. Para o trailer, clique aqui.

Elvis


Não sou fã e nem um grande conhecedor da história do Elvis Presley, mesmo achando algumas músicas dele boas... por isso, esse filme biográfico eu não sei o que tem de verdade ou de ficção, vide que Bohemian Rhapsody (Freddie Mercury) e Rocketman (Elton John) foram histórias criticadas por inventar demais, principalmente do Mercury, e não por menos... é o mais interessante de assistir dessas três produções sobre astros da música. Dito isso, assisti alguns especialistas do Elvis, e todos disseram que está muito próximo do que aconteceu com ele mesmo, até de onde vem as teorias de que ele não morreu... um material vasto que você encontra facilmente pela internet. Essa enrolação toda para dizer que é um bom filme... e mais voltado para o drama, porque existe um vilão na trama, e se chama Tom Parker (brilhantemente interpretado pelo Tom Hanks) e todo o mérito narrativo de construir um desenvolvimento do qual você percebe nas primeiras cenas que Parker foi mais nocivo do que benéfico na carreira do astro. O roteiro tem todo o mérito de aproveitar cada oportunidade na ascensão, ostracismo, ressurgimento e estafa física do cantor até sua morte para dar ao público os dois lados do Parker, inclusive mais para o final da história quando é revelada sua verdadeira origem e porque ele fez trâmites contratuais que prendem Elvis na sua teia... mostra porque tudo acabou de um jeito fatal, mesmo assim, a cada reação questionável do empresário, vem uma narração pensativa dele próprio acreditando estar fazendo o certo, pois Elvis Presley foi uma marca criada para ser adorada de uma forma nunca vista antes, mas dizer que ele morreu por amor ao público, pelo que foi mostrado no longa... só Parker que acreditava nisso. Então fica o mérito demais do roteiro em fazer você entrar na história, ter seus julgamentos e pensar depois no caso, nisso, o filme se representa bem... na construção de algo que reflete no seu modo de julgar, pois coloca todas as cartas possíveis na mesa e te entrega o melhor e pior (no final muito pior) do que o empresário fez com o rei do rock, e porque ele aceitava.


Fora esse desenvolvimento astro e empresário que toma praticamente o filme todo (longo, por sinal), pois ao mesmo tempo que você percebe que está demorando para acabar, ao decorrer de várias cenas e passagens de tempo... fica a impressão de faltar muita coisa a explorar, exemplo é o tempo do Elvis no exército, além de algumas confusões de edição... como a finalização da história da mãe, cortes que não ficam tão suaves, deixando confuso a linha do tempo exata dos acontecimentos, mesmo datando em tela.. Essa falha acontece porque ele já te prendeu na única trama que importa... Elvis e Parker, o resto fica muito secundário e o próprio roteiro não parece preocupado com isso, pois do segundo terço para o fim... vão entrando tantos personagens ali de figurantes de luxo que você fica perdido sem saber quem é... já que na verdade, nada daquilo importa, e sim os passos seguintes de Parker, o que ele faz e como vai ser a ação e reação do protagonista, e nada mais tem relevância. É provável que esse filme deva ter um bruto de umas seis horas, faltou muita coisa que só foi contada por cima. Antes de fechar, tem alguns pontos interessantes da carreira do ator que mesmo do jeito narrativo linear que o longa se propõe... você entende, no caso seria toda a parte racial no envolto do astro, além dos acontecimentos políticos da época e interferências no próprio modo do Elvis se apresentar, fora isso, a loucura das fãs, existem muitos artistas que despertaram isso, mas com ele era impressionante, hoje já é mais difícil, pois com a ascensão digital, qualquer um com um celular consegue ser um “artista”, “influenciador”, “humorista” ou qualquer outra coisa que você imaginar que consiga angariar algum seguidor... talvez o último a despertar histeria recente seja o grupo de K-Pop, BTS. A história é bem dirigida na sua proposta central quase única... as coisas no ponto de vista do Parker, nisso, muito bem entregue. Músicas, figurino, ambientação, fotografia e qualquer coisa que não for citar edição (falha)... funciona. Sobre o elenco... Austin Butler foi muito bem, fiquei impressionando como ele encarnou o Elvis e passa uma calma de como o artista deve ser. Tom Hanks um show, seu Tom Parker é intragável, perfeito o jeito que o astro consegue te passar dúbios sentimentos sobre seus atos, e até chegar no momento que não tem mais dualidade... fora a caracterização, o veterano Hanks ainda consegue entregar muito bem quando um papel é bem escrito para ele. Sobre o restante do elenco... nenhum destaque, não sobra para ninguém ter brilho, ninguém mesmo... Olivia DeJonge como Priscilla Presley acrescenta pouco na trama, apenas pílulas de cenas, aliás os pais do Elvis, interpretados por Helen Thomson e Richard Roxburg são mais importantes, mas ninguém atua perto do nível do Tom Hanks e do Austin Butler. Elvis é mais um drama do que um filme biográfico... onde tem dois personagens que não deixam espaços para ninguém, mas ambos seguram muito bem essa dobradinha, onde eleva a narrativa na relação Presley e Parker em patamares que deixam bem claro quem prejudicou quem naquela parceria, mesmo assim... só focando nos dois, ainda tem o mérito em deixar claro quanto Elvis Presley foi importante para a música e para os EUA.

Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação/Biografias usadas são da IMDB.
  ____________________________________________________________________
 Dúvidas, sugestões, parcerias e indicações: contato.parsageeks@gmail.com

Comentários via Facebook

0 Comments:

Postar um comentário

Publicidade

ParsaGeeks

© ParsaGeeks - Desbravando Filmes e Séries – Nossos Brindes de Cinema (NBC) Grupo ParsaGeeks