quarta-feira, 2 de março de 2022

Crítica Cinema | Batman

(Um herói para se entender)


Nos dois anos em que protegeu as ruas como Batman (Robert Pattinson), provocando medo no coração dos criminosos, Bruce Wayne mergulhou nas sombras de Gotham City. Com apenas alguns aliados confiáveis – Alfred Pennyworth (Andy Serkis), o comissário James Gordon (Jeffrey Wright) – em toda a rede de corrupção de personalidades de destaque e funcionários da cidade, o vigilante solitário tornou-se a única esperança de vingança entre seus concidadãos. Quando um assassino mira a elite de Gotham com uma série de maquinações sádicas, um rastro de pistas enigmáticas leva Batman, o Maior Detetive do Mundo, a investigar o submundo da cidade, onde encontra personagens como Selina Kyle, a Mulher-Gato (Zoë Kravitz), Oswald Cobblepot, também conhecido como Pinguim (Colin Farrell), Carmine Falcone (John Turturro) e Edward Nashton, também conhecido como Charada (Paul Dano). À medida que surgem evidências e as ações do criminoso apontam para uma direção mais clara, Batman precisa forjar novas relações, desmascarar o culpado e trazer justiça a Gotham City, há tanto tempo atormentada pelo abuso de poder e pela corrupção. Elenco ainda conta com Peter Sarsgaard, entre outros. Direção de Matt Reeves. Produção e distribuição da Warner Bros. Pictures. Estreia nos cinemas brasileiros em 03 de março de 2022. Para o trailer, clique aqui.

Batman (The Batman)


A história do Batman nos cinemas é longa, vem lá de 1989, com Michael Keaton, repetindo o papel em 92, e pasmem, agora em 2022 e ano que vem também, no filme do Flash e da Batgirl, respectivamente, esse último será exclusivo para streaming. Em 95, Val Kilmer assumiu o manto no fraquíssimo Batman Forever, e como nada estava tão ruim que não pudesse piorar... Em 97 veio Batman de George Clooney, um horror. O herói ficou na geladeira por sete anos, até ser revitalizado pelo diretor Christopher Nolan, na trilogia do Cavaleiro das Trevas (2004/08/12) com Christian Bale de protagonista. Para enfim, em 2016, Ben Affleck assumir o uniforme no conturbado Batman vs Superman, depois no Esquadrão Suicida e Liga da Justiça (Nas duas versões, Whedon e Snyder). Dito isso, ainda temos o herói recentemente apresentado nas séries: Gotham, Arrowverse e Titans, em cada produção, um ator diferente. Uma overdose de Batman, onde agora temos Robert Pattinson como o herói, mas ainda nada tão claro, já que Affleck e Keaton continuam no papel nos próximos filmes da DC. Uma bagunça narrativa... que se você comparar como tudo é ajustado na concorrente (Marvel Studios), a DC parece está largando a mão de vez nessa história de tudo conectado. Esse The Batman (No Brasil, foi retirado o ‘the”, mas esse é o diferencial para não confundir o nome com de 89, preferia assim, como se alguém deixasse de ir assistir nos cinemas brasileiros por que teria essas três letrinhas formando uma palavra em inglês antes) iria ser totalmente diferente, pois o ator era o Affleck, que iria dirigir também, enfrentaria o Exterminador de Joe Manganiello, um homem-morcego que tentou matar o Superman, formou a Liga da Justiça, e ainda teve seu Robin morto pelo péssimo Coringa de Jared Leto do Esquadrão Suicida, fala que isso não é um multiverso da loucura... Pattinson está sobe a batuta do diretor Matt Reeves que fez seu nome nos dois últimos filmes na recente trilogia de Planeta dos Macacos, e agora com liberdade total (Exceção a deixar o filme para acima de 13 anos) ele traz o vigilante em inicio de carreira, de uma Gotham desamparada de pessoas honestas, um serial killer que deixa pistas dos seus próximos passos, além de uma parceira gaturna que irá mexer com o morcegão... Tudo em uma fotografia melancólica. Então vamos ao roteiro, que mesmo sendo algo mais de arte e entrar na essência detetive do Batman, o roteiro até que é bem simples, nada complexo...


O longa mesmo tendo uma fotografia escura de uma cidade entregue ao caos da corrupção, parecendo tudo acabado ou antigo, e sendo apenas o segundo ano de Bruce Wayne como o herói, a trama se passa nos dias atuais, mesmo visualmente não parecendo. A história é longa, quase três horas de duração, na maioria do tempo é um filme de detetive e suspense. Tirando a ação no inicio e depois nos vinte minutos finais, o restante tem pouca pancadaria, já que é o Batman tentando desvendar a identidade do Charada, e descobrir seus próximos passos para evitar novas mortes... e percebendo aos poucos que ele tem um papel chave na “missão” do vilão. No meio disso, a briga pelo poder no controle da cidade, um jovem Bruce amargurado, deprimido e só querendo limpar a cidade dos bandidos em nome da vingança, isso dita o ritmo das coisas. Quem pensa em algo com mais corrido, estilo Marvel, ou até alguns filmes passados do herói, pode esquecer, é tudo bem calmo, pista a pista, falas e situações de o porque Gotham está como está, além da importância ou não de eles terem um vigilante que luta em nome da justiça. Esses questionamentos são toda hora colocados em xeque, além de a cada passo, tem o envolvimento do Jim Gordon ou da Mulher Gato... E são boas essas interações, meu receio no caso era na personagem da Zoe em ser o filme dela na mesma importância do protagonista, só que ela aparece apenas nos momentos oportunos para o roteiro andar, trazendo uma boa química entre os personagens, mesmo sendo diferente da essência dela nos quadrinhos... ela consegue fazer sentido dentro da trama envolvendo o Charada, e os outros vilões do filme. Tudo com calma, onde fica claro pelos vilões que são realistas e nada caricatos, quebrando as expectativas, nenhum deles tem carisma de qualquer outro vilão dos longas anteriores, mas essa é a proposta, deixar tudo simples demais, mostrando um detetive que busca seu caminho de herói, questionando-se, dificuldades com algumas armadilhas que vão aparecendo no caminho e tendo que lidar com tudo aquilo no seu modo vingativo de pensar. Os grandes segredos da história são até previsíveis, pois o objetivo não era esse, e sim, a construção de como chegaria até lá, nos levando a um final poético, e deixando brechas para uma sequencia, essa se acontecer mesmo... talvez possa ser de embates mais agitados.


Dito isso, então é um filme fraco, por ser algo cadenciado, mais artístico? Não, pelo contrário, pois a proposta era essa e foi executada sem perder o rumo, ele é bem objetivo aonde quer chegar, mesmo demorando para tanto, eu cortaria uns vinte minutos, pois tem pistas e situações que poderiam ser encurtadas ou limadas para diminuir o espaço entre investigação e ação, para os que querem algo mais agitado. Tecnicamente me agradou muito, a trilha sonora entra nos momentos certos e faz vocês sentir essa Gotham perdida, por ser um herói em inicio de carreira, não usa muita tecnologia, tudo mais pratico, tanto que dificuldades que o Batman tem durante várias situações nesse filme, ele poderia se livrar fácil se já fosse tecnologicamente melhor equipado. Por ser pg-13, com classificação etária baixa, quase não tem sangue, violência condicionada, claro que não precisava ser gore com sangue para todo lado, mas deixa a desejar nesse quesito, pois temos uma Gotham em caos urbano e um Charada extremamente psicopata, sem  nada a dever para o Coringa. Matt Reeves dirige bem, conduziu para onde queria essa nova visão do herói, foi coeso com a história contada do inicio ao fim. Sobre o elenco... Robert Pattinson está muito bem como Batman, aliás, 80% do tempo ele está com o uniforme, ele tem boa presença como o herói, já de Bruce Wayne, por ser mais deprimido, desapegado de suas posses, ele não mostra muito e isso prejudica sua interação com o Alfred de Andy Serkis, esse bem mais ou menos, ele não é um bom ator presencial, melhor em captura de movimento (Cesar de Planeta dos Macacos, Gollum de Senhor dos Anéis e Snoke de Star Wars). Zoe Kravitz agrada, não é a Mulher-Gato clássica, mas tem potencial para melhorar, ela tem uma jornada muito arranjada, mas nas suas cenas com Patinsson, a coisa rende. Paul Dano é um ator estranho, atuando principalmente, por isso, funciona no papel, mas assim como Colin Farrell e John Turturro, interpretando Pinguim e Falconi, respectivamente, entregam bem, mas como dito anteriormente, o carisma passa longe, são funcionais. Jeffrey Wright com seu Gordon foi o que mais chamou atenção no carisma, suas cenas com o Batman são boas, até com algum humor, consegue passar ser uma pessoa decente e confiável, a essência de honestidade em uma cidade quase perdida. Batman entrega arte em forma de uma história de super-herói, uma abordagem diferente e funcional, quebra paradigmas do gênero com uma jornada investigativa, e mesmo com percalços, mostra que no caminho da justiça... as coisas vão mudando de acordo com as situações que os vilões vão apresentando. Uma boa obra que lembra demais o filme do Coringa nesse sentido, não empolga, mais te envolve em uma narrativa bem desenvolvida.

Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação/Biografias usadas são da IMDB.
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 Dúvidas, sugestões, parcerias e indicações: contato.parsageeks@gmail.com

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