sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Crítica Cinema | A Maratona de Brittany

(Jornada de autoconhecimento)


Sinopse: A Maratona de Brittany (Brittany Runs a Marathon) é um drama - com doses generosas de comédia – baseado na história real da melhor amiga do diretor Paul Downs Collaizo. Brittany Forgler (Jillian Bell) é uma jovem de 28 anos que, após procurar um médico por estar com problemas de concentração, recebe o diagnóstico de que precisa se tornar uma pessoa mais saudável. Sem muitas opções, Brittany resolve começar a correr. Primeiro, um quarteirão. Depois, sobreviver a 2km com alguns corredores. E logo surge a ideia de terminar a Maratona de Nova York. Elenco ainda conta com Patch Darragh, Michaela Watkins, Micah Stock, Kate Arrington, entre outros. O filme, vencedor do prêmio de melhor drama pelo júri popular do Festival de Sundance 2019, é dirigido e roteirizado por Paul Downs Collaizo. Com distribuição nacional da Diamond Films.

A Maratona de Brittany (Brittany Runs A Marathon)


A Maratona de Brittany traz inúmeras imagens inconscientes num título que o faz parecer, em primeira instância, uma comédia romântica fraca ou só mais um filme com roteiro e personagens clichê, piadas sem sal e final previsível - no qual mocinha encontra mocinho e isso a torna completa e feliz para sempre. No entanto, o filme - surpreendentemente - não é nada disso. Para começar, o longa apresenta uma personagem baseada numa pessoa e numa história real. Isso por si só poderia gerar certa identificação com o público. Mas a construção de Brittany Forgler vai além e consegue englobar características e questões diversas nas quais o público pode se reconhecer.


No alto de seus 28 anos, Brittany se sente em crise. sem dinheiro, desanimada, colecionando respostas negativas de entrevistas de emprego e com as redes sociais empurrando garganta abaixo que sua vida continua exatamente no mesmo lugar, enquanto (teoricamente) a vida de todos ao seu redor está cada vez melhor de alguma forma. Apesar disso, em público Brittany é vista como “a pessoa engraçada da turma”, a mais animada do grupo de colegas vivendo uma rotina intensa de excessos e noitadas. Além de tudo isso, suas relações de amizade e amor são reflexo do estilo de vida meio inconsequente: não há conexões reais e profundas, e sua amiga mais próxima, por exemplo, o tempo todo a trata com indiferença ou a coloca para baixo de alguma forma. Enfrentando problemas frequentes de concentração, Brittany procura um especialista - na esperança de que ele possa receitar algum tipo de medicamento. No entanto, o médico recomenda que ela perca 50kg e tente ficar saudável. Esse fato é como o gatilho para que a personagem comece a refletir não apenas sobre seus maus hábitos alimentares, mas também pensar e enxergar coisas que antes não dava atenção e faziam mal a si, tais como as relações nada saudáveis que mantinha em sua vida.



Enquanto acompanhamos o treino diário da personagem em
busca de alcançar sua meta de correr na Maratona de Nova York, percebemos sua evolução - “um passo de cada vez”, como ela diz. E sua trajetória imperfeita rumo ao desconhecido. A jornada de Brittany certamente, mesmo que ela mesma não soubesse no começo, sempre foi rumo ao autoconhecimento, aceitação e amor próprio. E isso nunca
teve nada a ver com sua aparência. Um dos personagens, membro de sua família, resume de maneira brilhante o significado de sua transformação: “Mudar a sua vida nunca teve nada a ver com o seu peso. Trata-se de começar a ter responsabilidade por você mesma.”. O longa consegue quebrar estereótipos de maneira genuína e consegue envolver o espectador pelo tom leve e cômico assumido, enquanto levanta questões profundas e importantes. A Maratona de Brittany consegue ser engraçado e, ao mesmo tempo, comovente.


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