sábado, 17 de agosto de 2019

Crítica Cinema | Era uma Vez em... Hollywood

(Um grande almanaque de acontecimentos)


Sinopse: A história se passa em Los Angeles de 1969 onde tudo estava em transformação, através da história do astro de TV Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) e seu dublê de longa data Cliff Booth (Brad Pitt) que traçam seu caminho em meio à uma indústria que eles nem mesmo reconhecem mais. Além disso, temos a história de Sharon Tater (Margot Robbie) e uma época de mudança de estilo de vidas, onde nem tudo era "Paz e Amor". Elenco ainda conta com Al Pacino, Bruce Dern, entre outros. O nono filme do diretor e roteirista 'Quentin Tarantino' conta com um grande elenco e múltiplas histórias paralelas para fazer um tributo aos momentos finais da era de ouro de Hollywood. Distribuição nacional pela Sony Pictures do Brasil.

Era uma Vez em... Hollywood (Once Upon A Time...in Hollywood)


O roteiro tem várias ideias e execuções, uma delas é abrir novos caminhos alternativos para o caso 'Sharon Tater', além das referências a Hollywood e revisitar uma época de mudanças em pensamentos. Dentro disso, a prioridade narrativa é a vida do Rick Dalton (DiCaprio)... Os trabalhos feitos, a procura de um novo espaço e a estafa de alguém que tem talento, mas se perdeu em algum momento da carreira é a trama do personagem que dura até quase o final, do outro lado, temos seu dublê Cliff (Pitt) ele não tem uma linha de roteiro tão sólida, mas sim os momentos mais engraçados, temas pontuais e uma mistura de coisas que pareciam levar a algo, mas na verdade fica somente como um demonstrativo da época, exemplos... Uma breve desavença com Bruce Lee, seu encontro com hippies que vai culminar com uma das últimas cenas do filme, além de ser uma pessoa bem alheia a tudo e que parece não ter importância nenhuma na trama, mas na verdade tem a sutileza em soluções pontuais e passagens que deixam as coisas mais importantes para um entendimento final. Fora isso, a personagem Tater de Margot Robbie ficou uma decepção, pois ao mostrar outras perspectivas a atriz, acaba não se conectando muito com o que está acontecendo, aliás, conexão é uma coisa nem tão funcional na história, chegam em muitos momentos que você não entende onde aquilo tudo vai dar, só que cria uma atmosfera que algo está para acontecer nas cenas, mas ele vai quebrando as expectativas ao mesmo tempo tentando deixar sua marca, fica uma salada interessante, mas como dito antes, muitas ideias e execuções, o problema que em mais de duas horas e quarenta que ficam cansativos, tem uma hora de gordura que se não existisse poderia deixar as coisas mais dinâmicas, pois tudo vira uma grande homenagem e crítica a Hollywood, além de preparar tudo para um gran finale Tarantinesco...


Não vou falar muito sobre o final, até porque no inicio do longa tem um pedido do próprio Tarantino para não darem spoiler do final, dito isso, pode ter certeza que a cena final tem assinatura do diretor, até demais falar a verdade, só não era necessário duas horas e meia para chegar até ali e resolver em dez... É de longe a coisa mais chamativa da história. Sobre a fotografia, direção de arte e figurino é muito boa. A ambientação com uma trilha sonora  de vanguarda deixam uma imersão bem tranquila nesse quesito, só faltou uma edição mais fluída, coisa difícil de conseguir quando se querem fazer tantas situações em sua narrativa. Sobre o elenco... Brad Pitt voa no filme, muito porque seu personagem foi escrito para isso e sendo um ator desse calibre, ficou fácil para ele conseguir dar vida ao Cliff. Leonardo DiCaprio foi bem também, seu personagem tem camadas de questionamentos, estrelismos e beirando a loucura às vezes, não brilha tanto, mas entrega quando precisa. Decepção fica a Margot Robbie com sua Sharon Tater, pouco acrescenta, traz uma gordura a uma narrativa já longa, se era para ser feito assim, era melhor só menciona-la ou encurtar suas cenas. Do elenco restante, não temos alguém que chame atenção já que tudo é muito DiCaprio e Pitt, exceção a esses personagens: A hippie Kat e a atriz mirim Trudie. Ah tem uma cena pós-crédito que vale pelo espírito que o roteiro quis mostrar. Era uma Vez em... Hollywood é o filme menos Tarantino em essência, mas traz uma salada de ideias que funcionariam melhor se tivesse uma duração menor, ai sim, teríamos uma experiência mais dinâmica de uma época estranha em Hollywood, mesmo assim tem em seus dois protagonistas uma atuação firme que pelo menos prende sua atenção quando necessário.

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