domingo, 7 de abril de 2019

Crítica Cinema: Shazam!

(História básica com pouco sal)


Sinopse: Billy Batson (Asher Angel) é um garoto que se perdeu da mãe muito cedo e com isso se tornou arredio e obcecado em encontrá-la. Ele passou por casa em casa de adoção, até enfim  parar na residência dos Vasquez, lugar aonde tem outras crianças que são orfãs como ele. Lá o garoto fica mais amigo do Freddy (Jack Dylan Grazer, IT - A Coisa). Um dia após defender seu novo "irmão" de uns valentões, Billy foge desses garotos e misteriosamente vai parar na caverna de um mago (Djimon Hounsou, Capitã Marvel) que transfere seus poderes ao menino. Agora ao simplesmente pronunciar 'Shazam!', ele se transforma em um adulto (Zachary Levi, série Chuck) com super poderes ala nível do Superman. Além de tentar lidar com essas curiosas habilidades, esse novo "herói" será caçado pelo maligno Doutor Silvana (Mark Strong, Kingsman: O Círculo Dourado) que pretende roubar os poderes dele, isso pode custar a vida da sua nova família e a cidade onde ele mora. A nova produção da DC Comics tem direção de David F. Sandberg (Annabelle 2) e com um elenco jovem de nomes como Grace Fulton (Annabelle 2), Ian Chen, Faithe Herman (série This is US), entre outros. Distribuição nacional pela Warner Bros.

Shazam!


A DC após críticas e insucessos com filmes do porte de Homem de Aço (2013), Batman vs Superman (2016) esse eu discordo, Esquadrão Suicida (2016) e Liga da Justiça (2017)... Muito se questionou a necessidade de um universo compartilhado como o mega sucesso que são as produções Marvel Studios, que mesmo você precisando assistir 21 longas para entender o 22º (Vingadores: Ultimato), o público adora e leva vários deles a marca de 1 bilhão de dólares de arrecadação. Fórmula que a DC/Warner não conseguiu emplacar. Então vieram com histórias isoladas sem praticamente nenhuma menção com outras produções do estúdio, assim foram Mulher-Maravilha (2017) e Aquaman (2018), esse segundo passou de 1 bi e se tornou a maior bilheteria de qualquer filme da DC feito até hoje (incluindo a trilogia Batman do diretor Christopher Nolan). Então chegamos a Shazam! que se oferece como uma história isolada, mais sem esquecer desse universo compartilhado, já que os garotos dão situações com menções ao Batman, Superman e cia... E já nas divulgações isso era evidente. Além de todo um marketing mais humorado e leve, a ideia de um Adulto com mentalidade de menino e esse por si só com super poderes. Se vendeu (ainda vende) uma história de humor e narrativa leve. Executa em partes, ao final a proposta é entregue, mas a execução em um todo precisa ser considerado alguns pontos...


A narrativa não tem humor escrachado, mais para piadas rápidas e situações cômicas e um tom inocente, não são poucas essas situações, você tem a atmosfera de algo leve, só que risadas mesmo... apenas uma cena ou outra. O roteiro é muito coração, pois se baseia nos relacionamentos do Billy na busca da mãe e com sua nova família, na medida em que vira o Shazam, meio que continua nessa pegada, mas com um plus de um menino já rebelde por natureza, com poderes do nível Superman. Essa pegada justifica o ato final e a decisão que leva ao confronto final com o vilão do filme é condizente com o que foi construído até então... Claro que nisso tira um pouco aquele negócio de herói, você sente tudo muito sem causa e efeito, apenas uma jornada de brincadeiras, tanto que nem temos uma batalha final decente, aonde acontece pouca ação e sem nenhum impacto que até filmes como O Homem de Aço e Esquadrão Suicida (Citando os mais criticados desse novo DC Universe) conseguiram dar um climax melhor, seja com raio azul no fim ou não. O pior que tem um vilão de peso... O Drº Silvana de Mark Strong destoava do clima da história, suas cenas são pesadas, inclusive seu ápice de maldade parecia ser de um outro longa, não de Shazam, sem dúvidas depois do Zod, nessa nova DC pós Nolan... Silvana é o mais vilão de essência desde então... Apesar de que ao encontrar Shazam e cia, perde um pouco esse impacto, pois a trama dos garotos é muito soft e quando se chocam, pende para o lado das crianças, isso prejudica ainda mais um gran finale. De resto deixa aquele ar leve sem contundência e consequências, apesar de uma das cenas pós créditos da entender que pode vir algo mais herói vs vilão em um possível Shazam! 2.


Direção de arte  e fotografia não são lá essas coisas, assim como o figurino do herói (evidente o enchimento). Por ser muito aparado em diálogos voltado ao humor... Não se preocupa de forma detalhada com partes técnicas, pois temos takes de câmera distantes, além de visualmente algumas coisas muito simplórias como a caverna do Mago Shazam, bem mea boca. Não tem uma trilha sonora que se destaque e na montagem... essa sim é bem feita, dá a entender o roteiro como um todo, mesmo não sendo vistoso (Não tem uma cena memorável, talvez a do trailer que Billy pula do telhado e se transforma). Os efeitos são um caso a parte, alguns bem feitos e outros mal feitos, em um filme desse gênero não é bom, pois Shazam e as lutas, das poucas que tem, deixa a desejar em quesitos mais grandiosos, mas como básico é funcional. O elenco que apesar de toda carisma e simpatia de Zachary Levi, seu Shazam é bem morno, bobão e pouco herói, não chega nem perto de um humor mesmo soft do Deadpool, por exemplo, infelizmente ele não me convenceu. O elenco infantil é muito bom, até porque o roteiro exige deles e pelo menos os principais entregam muito bem... E por fim Mark Strong que entendeu o personagem ao mesmo tempo em que o deixou confuso na hora de enfrentar tantas crianças, mas seu conceito e execução nos dois primeiros atos são acima da média. O longa foi dirigido no automático e o diretor (Sandberg) não conseguiu um algo a mais que chamasse a atenção nessa história toda. Shazam! se vendeu como zoeira, pois mesmo sendo para um público mais infantil... Não precisava ter uma linha narrativa simples, sem grandes aspirações e emoções que não seja o relacionamento do Billy Batson com sua família, faltou mais sal e ter uma emoção não de uma narrativa jovem, e sim, o que um filme de herói precisa, pelo menos em algum momento dele... senão fosse pelo vilão da história, seria uma trama 100% morna que tenta ser engraçado, mas no máximo é simpático. Não chega a ser uma pisada na bola da DC, mas em outros mais criticados da produtora, pelo menos tinha pontos de emoção e situações a serem discutidas, além de protagonistas de mais presença. Tem potencial para melhorar, agora fez o básico do básico, sem pontos que desagrade muito ou que agrade muito, mediano.

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