terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Crítica Cinema: Tá Rindo de Que?

(Nostálgico e Bagunçado)


Sinopse: Documentário que mostra o Humor no Brasil na época da Ditadura, além do papel da mulher na comédia, questionamentos se a piada envelhece e também o novo jeito de fazer rir dos anos 80. Vários relatos de nomes consagrados do humor como Carlos Alberto de Nóbrega, Ary Toledo, Agildo Ribeiro, Juca Chaves, entre outros. Direção Claudio Manoel (Casseta & Planeta), Álvaro Campos e Alê Braga. Produção da Globo Filmes, Canal Brasil e 2Moleques. Distribuição brasileira pela Bretz Filmes.

Tá Rindo do Que?


O humor na época da ditadura já foi retratado em outros documentários e longas-metragens, a diferença aqui é o arsenal de imagens que impressiona, muito porque é arquivo da Globo e com tantas cenas de programas que ficaram na memória das pessoas nos anos 60, 70 e 80... que traz uma nostalgia grande de quem nasceu nessa época. Ao assistir cenas dos Trapalhões, Viva o Gordo, Chico Anisyo, Praça é Nossa e outros humoristas, isso deixa tudo mais agradável. A forma de expressão da arte de fazer as pessoas rirem em uma época de censura e depois de mudanças no Brasil, mostra o quanto vai além de uma simples esquete ou anedota tirar um sorriso do outro, sendo que muitas vezes ultrapassa essa esfera da risada.


Tirando a parte da nostalgia, ricas imagens e lembranças que possa fazer você recordar de épocas mais simples ou complicadas... Tem que se analisar como algo que vai para as telonas, pois no cinema a coisa tem que ter inicio, meio e fim, uma coerência narrativa, mesmo que o roteiro não ajude. Tá Rindo de Que? peca demais nisso, pois inicia até bem com relatos de humorista e como era difícil essa arte em época de Ditadura, consegue levantar umas questões políticas que não deixam de se aplicar ao que vivemos nas últimas eleições, mas ai depois descamba para uma zona na edição tremenda. Toca em assuntos da mulher sem aprofundar, ai volta para ditadura, do nada pula para o final dos anos 80, depois retrocede, ai volta para o assunto das mulheres em uma bagunça narrativa impressionante, o conteúdo de imagens é excelente, mas suas propostas e histórias são tão picotadas e bagunçadas que você já nem entende mais aonde quer chegar ou se quer se vai terminar, pois não tem linha do tempo e um ápice, isso é falho e muito, ainda mais para documentário.


Como é documentário, então vivemos de relatos, apesar da bagunça amadora de montagem, temos boas histórias contadas por gente que crescemos assistindo como Carlos Alberto de Nóbrega, Agildo Ribeiro, entre outros. A geração nova marca presença com Lúcio Mauro Filho e Bruno Mazzeo contando o quanto foi importante esse humor para eles. As imagens são as melhores possíveis dentro das limitações da época, chegando ao ponto de ter cena com o Costinha em programa dos anos 60. Realmente é um vasto material que poderia durar horas, mas não do jeito que foi formulado, tendo três pessoas dirigindo, se esperava algo bem mais conciso. Está Rindo de Que? tem um arquivo de imagens ricas e nostálgicas que não tem como não gostar, mas executa tudo de um jeito que acaba não entregando proposta nenhuma direito e parecendo apenas um programa com cenas jogadas ao vento para divertir e lembrar os velhos tempos. Fica um meio a meio de sentimentos entre o pessoal e como no mínimo deveria ser um Documentário, no primeiro consegue com louvor e no segundo falha amadoramente, na média regular.
 
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