sexta-feira, 5 de abril de 2019

Crítica Cinema: O Tradutor

(Filme triste, mas envolvente)


Sinopse: Lecionando como professor de literatura russa em uma Universidade de Havana em Cuba, Malin (Rodrigo Santoro, 300 - A Ascensão de um Império) é designado a trabalhar em um hospital que deu abrigo a pessoas afetadas pelo desastre nuclear de Chernobyl na Rússia. Ele é mandado para ala infantil e por entender o idioma, terá que se comunicar com os pais sobre o estado de seus filhos e que será uma tarefa doída, já que essa tragédia é praticamente letal aos afetados, para essa situação triste ele terá o apoio da enfermeira Gladys (Maricel Álvarez) e ainda lidar com a distância que essa situação o colocou da sua própria família. Baseado em uma história real... Dirigido e produzido pelos filhos do verdadeiro Malin (Rodrigo e Sebastián Barriuso). Produção de Cuba com Canadá, tem distribuição brasileira pela Galeria Distribuidora.

O Tradutor (El Traductor)


Devido a tratar de um assunto desses forte como a tragédia de Chernobyl, temos uma grande carga emocional no personagem de Santoro e não só por naquela situação difícil... Imagina dizer a um pai que seu filho está morrendo e ainda mais no caso dele que é professor e não médico, não tem o estudo e preparação psicológica para aquilo. Por isso além desses dilemas, vemos Malin se autodestruindo mentalmente dentro daquela redoma que ele entrou, fora o quanto sua família está ficando distante dele e ainda o roteiro separa um tempo para mais contrapontos... Em que um país que abriu as portas para ajudar pessoas de um país tão distante dela, ao mesmo tempo que sofre com a miséria e com seus próprios problemas sociais. Toda a trama é bem contada e trabalha todos os pontos mencionados de forma muita satisfatória, exceção à situação social de Cuba, tem doses menores e acabam entrando fora de hora e muitas vezes jogados sem acrescentar a história, fora isso tem muitas coisas boas nesse longa, vou explicar esses pontos mencionados mais detalhado no parágrafo abaixo...


Ao assistir, se prepare para algo pesado, uma atmosfera triste e carregada, filme tem uma carga emocional grande, também pudera... temos crianças com câncer por serem atingidos por um desastre nuclear. Apesar de muito tenso, a qualidade narrativa dentro daquela tristeza é grande, você sente os dilemas do Malin (Santoro) e ainda mais o pesar daquelas crianças e dos pais, não são poucas as vezes que temos em xeque como estão todos os lados naquela situação triste. Fora isso, a parte familiar do protagonista na medida em que se abre espaço para essa subtrama, apesar de lenta, consegue atender bem as expectativas do que pede o longa. Já no terceiro assunto que é a situação social de Cuba, tem os relances, mas nada que afete muito a história em andamento, poderia ter evitado mais ou fazer chocar-se melhor com as outras linhas narrativas do protagonista, ficou mais uma crítica social verdadeira do que cinematográfica.


A direção de arte e ambientação dentro do hospital é bem distribuída e realista, deixando tudo mais triste e tenso para aquela situação pesada... Nas externas fora dali, seja na casa do Malin e outras cenas menores, não desagrada. A trilha sonora é praticamente depressiva, o longa deixa você envolvido naquela história triste devido a isso. No mais, montagem tem uns probleminhas de linha de transição, mas não afeta muito um entendimento geral e mesmo sendo uma produção de iniciantes, a direção pesa na emoção e deixa escapar algumas situações sociais que soam mais importante na realidade do país do que no contexto geral da trama em si. Rodrigo Santoro foi bem, você sente a dúvida do seu personagem o tempo todo, na dobradinha com a enfermeira de  Maricel Álvarez, funciona lentamente, mais pontual. Restante do elenco são ok, inclusive a esposa do protagonista interpretada por Yoandra Suárez. O Tradutor é uma história triste, mas com um toque pessoal dos irmãos diretores, dentro de uma narrativa com muita dor, dúvidas e tristezas, conseguem passar a emoção necessária para qual se propôs a contar... Mesmo não sendo um filme de agrado geral devido ao seu teor emocional forte e de um ritmo cadenciado.


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