domingo, 31 de março de 2019

Crítica Cinema: Quando Margot Encontra Margot

(Um toque de mistério sem grandes preocupações)


Sinopse:  Margot (Agathe Bonitzer), 25 anos, tem uma vida despreocupada, pontuada por frequentes noitadas em Paris. Uma noite, durante uma festa, ela conhece outra Margot (Sandrine Kimberlain), 20 anos mais velha. Detalhes curiosos e grandes semelhanças fazem com que elas descubram que são a mesma pessoa em fases diferentes. Na manhã seguinte, no mesmo trem para Lyon, elas se deparam com Marc (Melvil Poupaud), o ex de uma delas, cujo charme desperta grande atração em ambas. Daí em diante, Margot e Margot acharão cada vez mais difícil se desligar uma da outra e também de Marc. Como seria reencontrar o seu próprio eu? Isto é o que Margot e Margot irão descobrir. Com direção e roteiro de Sophie Fillières. Comédia francesa tem distribuição nacional pela Pandora Filmes.

Quando Margot Encontra Margot (La Belle at la Belle)


Há duas Margot no filme. Uma, mais velha, de 45 anos de idade, e a outra, bem mais nova, com 20 anos. Ambas se encontram e, misteriosamente, a primeira vai adivinhando o que acontece na vida da jovem. Isso, até em detalhes bem precisos, surpreendentes. Vão se aproximando  gradualmente e essa capacidade adivinhatória vai-se aprofundando, incluso ao ponto de antecipar o futuro na vida da segunda Margot. A coincidência de nomes vai criando situações bizarras. Mas existem diferenças entre as duas: a maior é mais séria e experiente e a menor mais liberal e despreocupada.


Essa identificação de ambas e, simultaneamente, esse intento da jovem de distanciar-se da senhora, dão certo combustível ao filme. A aparição de um homem especial em meio de tantos outros na vida da segunda Margot também vai trazer um condimento extra nessas duas vidas tão próximas. Aliás, ambas vidas parecem ser só uma. O roteiro, escrito pela própria diretora, Sophie Fillières, poderia dar lugar a um bom filme. Mas fica só nisso, no potencial. Fillières consegue trazer uma perspectiva feminina ao filme: temas como amor, relacionamentos sexuais, gravidez, sentimentos, estão presentes. Mas há carência de vibração; é uma realização bastante fria para além das bonitas paisagens de neve que oferece. Tem alguns diálogos insubstanciais e situações prescindíveis.


A dupla de Margot é bem representada pelas atrizes Sandrine Kiberlain e Agathe Bonitzer. A elas deve-se acrescentar o trabalho de Melvil Poupard, quem resulta correto. Além disso há alguns momentos muito românticos, o que pode agradar a certa parte do público. Porém há assuntos que estão presentes, mas não são aprofundados: o medo à morte, em especial à própria morte, as dúvidas sobre o rumo de nossas vidas, o eventual destino que as presidiria, o significado de nosso passo pelo mundo, etc. Um certo ar de mistério também não chega a inquietar em demasia ou a criar vontade de questionar e questionar-se sobre tais assuntos. Embora não seja ruim, Quando Margot Encontra Margot não consegue convencer totalmente. É apropriado a um público que procure entreter-se sem grandes pretensões.
 
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