(Um filme feroz e contundente na sua proposta)
Autor: Tomás Allen
Um filme de características espectaculares. Já desde as primeiras imagens há ação plena, furibunda. Mas, também, desde o início há um certo caos, como se o diretor estivesse envolvido cinematográficamente com o mesmo que está relatando. Guerra Civil apresenta uma rebelião contra o governo dos Estados Unidos, uma revolta generalizada, que se estende por diversos locais deste país (Califórnia, Texas, Flórida) e ameaça chegar aos principais centros urbanos, Nova Iorque e, especialmente, à capital, Washington DC. Nesta última reside o próprio presidente. O relato mostra imagens bem cruas dessa violência, mas não dá indicações claras de quem são os insurgentes nem eventuais líderes ou chefes. As armas e o nacionalismo radical são os únicos elementos que predominam.
Prosseguindo com a figura do presidente (Nick Offerman), resulta ser totalmente inseguro e até lastimoso, elemento que evidentemente contribui com sua própria debacle ante o avanço insurgente. Poucas vezes a imagem presidencial ficou em um patamar tão fragilizado em títulos cinematográficos anteriores. O contrário do mandatário representado por Bill Pullman em “Independence Day” (1996), que soube como fazer um discurso fogoso, alentador, ante uma ameaça gravíssima para seu país e o mundo.
Sobre os insurgentes deve-se dizer que, embora não dito diretamente, podem ser assimilados ao atual “trumpismo” (do ex-presidente Trump), confrontados com o atual mandatário, Joe Biden, supostamente débil. E outra característica evidente é que não são estrangeiros (russos, palestinos, iranianos, norcoreanos etc.), nem comunistas; são próprios estadunidenses os que enfrentam a ordem social e política.
Sinopse:
Essas ações, que incluem enfrentamentos de indivíduos comuns com a polícia e civis entre eles, estão por todas as partes e são visíveis para qualquer cidadão. Em particular para Lee (Kirsten Dunst), a protagonista, que é uma fotógrafa veterana, em especial de conflitos violentos. Sempre próxima aos acontecimentos desta índole, aqui aparece vinculada a Joel (o ator brasileiro Wagner Moura), também jornalista. Cientes do que está acontecendo, decidem ir atrás das imagens dos confrontos e, ainda mais, aproximar-se ao presidente para tentar fazer-lhe uma entrevista. Porém, a imagem dessa autoridade aparece como muito enfraquecida não só militarmente, mas, também, com sua própria personalidade. Ele não consegue lidar com os fatos, e vai perdendo o controle dos mesmos. O caos social se estende e aprofunda.
Os símbolos da nação - 4 de julho, Dia da Independência, a bandeira e outros -, aparecem para fragilizar ainda mais o panorama. Carros e até helicópteros destrozados, nas cidades e nas estradas, deslocamentos militares que não são claramente identificáveis (são tropas oficiais ou são rebeldes ?), cadáveres em toda parte, alguma mensagem escrita alentando o uso de armamento … Embora existam situações engraçadas no meio e cenas que resultam até ridículas, elas vão dar lugar a desenlaces posteriores muito cruéis, o percurso em geral é alucinante, as imagens devastadoras. A sensação é de ingovernabilidade total.
Destacam-se na trama dois personagens bem interessantes: a muito nova Jessie (Cailee Spaeny) e o idoso Sammy (Stephen McKinley Henderson). Embora aparentemente secundários, têm atitudes e intervenções relevantes. E as atuações destes dois, resultam muito convincentes. O mesmo que Jesse Plemons, em cena marcante. Continuando com os profissionais que trabalharam na realização, a fotografia de Rob Hardy e a edição de Jake Roberts resultam muito competentes. Os efeitos de todo tipo prevalecem. Em algumas passagens, deixam dúvidas as inserções musicais criadas por Geoff Barrow e Ben Salisbury, no sentido de trazer conotações exóticas em momentos tensos.
Destacam-se na trama dois personagens bem interessantes: a muito nova Jessie (Cailee Spaeny) e o idoso Sammy (Stephen McKinley Henderson). Embora aparentemente secundários, têm atitudes e intervenções relevantes. E as atuações destes dois, resultam muito convincentes. O mesmo que Jesse Plemons, em cena marcante. Continuando com os profissionais que trabalharam na realização, a fotografia de Rob Hardy e a edição de Jake Roberts resultam muito competentes. Os efeitos de todo tipo prevalecem. Em algumas passagens, deixam dúvidas as inserções musicais criadas por Geoff Barrow e Ben Salisbury, no sentido de trazer conotações exóticas em momentos tensos.
Sobre os insurgentes deve-se dizer que, embora não dito diretamente, podem ser assimilados ao atual “trumpismo” (do ex-presidente Trump), confrontados com o atual mandatário, Joe Biden, supostamente débil. E outra característica evidente é que não são estrangeiros (russos, palestinos, iranianos, norcoreanos etc.), nem comunistas; são próprios estadunidenses os que enfrentam a ordem social e política.
Seguindo com a trama, à medida que os personagens principais se aproximam a Washington DC, os episódios conflitivos antes mencionados, aumentam (por exemplo, os tiroteios com armas pesadas e sem definição nenhuma) e o nível de violência resulta extremo, a níveis absolutos. Uma tomada panorâmica com o fogo arrasando uma cidade é impactante, o mesmo que as bombas que atingem prédios.
Nas sequências finais os enfrentamentos bélicos são impiedosos. Mas aí justamente está o núcleo para avaliar a realização: Alex Garland não vacila ao apresentar situações sem misericórdia, até chegar às foto-fixas finais, que enquadram os créditos onde os elementos técnicos abrangem longas listas de nomes de especialistas. Assim, será o espectador quem deverá sopesar se ficou satisfeito ou não com Guerra Civil. Trata-se de uma produção de orçamento elevado, com momentos de alto impacto, tanto conceitual quanto visualmente. E nessa condição quase brutal, sem concessões, reside seu valor principal, embora não seja de fácil digestão. Guerra Civil é um filme onde prevalece o caos e há muita violência no descontrole que, nesse momento, padece os Estados Unidos. Isto diante de uma insurreição sem líderes nem ideias nítidos porém, ao mesmo tempo, com determinação feroz.
Nas sequências finais os enfrentamentos bélicos são impiedosos. Mas aí justamente está o núcleo para avaliar a realização: Alex Garland não vacila ao apresentar situações sem misericórdia, até chegar às foto-fixas finais, que enquadram os créditos onde os elementos técnicos abrangem longas listas de nomes de especialistas. Assim, será o espectador quem deverá sopesar se ficou satisfeito ou não com Guerra Civil. Trata-se de uma produção de orçamento elevado, com momentos de alto impacto, tanto conceitual quanto visualmente. E nessa condição quase brutal, sem concessões, reside seu valor principal, embora não seja de fácil digestão. Guerra Civil é um filme onde prevalece o caos e há muita violência no descontrole que, nesse momento, padece os Estados Unidos. Isto diante de uma insurreição sem líderes nem ideias nítidos porém, ao mesmo tempo, com determinação feroz.
Em um futuro não tão distante, quando uma guerra civil se instaura nos Estados Unidos, uma equipe pioneira de jornalistas de guerra viaja pelo país para registrar a dimensão e a situação de um cenário violento que tomou as ruas em uma rápida escalada, envolvendo toda a nação. No entanto, o trabalho de registro se transforma em uma guerra de sobrevivência quando eles também se tornam o alvo. Direção: Alex Garland. Estreia nos cinemas brasileiros em 18 de abril pela Diamond Films do Brasil.
Imagens para divulgação fornecidas por assessorias ou retiradas da internet
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Dúvidas, sugestões, parcerias e indicações: contato.parsageeks@gmail.com
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