segunda-feira, 7 de julho de 2025

Confira como foi o debate "Caminhos da Coprodução" na São Paulo Audiovisual Hub

(Debate reuniu especialistas do Brasil, Portugal, Alemanha, Países Baixos e México para explorar desafios e oportunidades do modelo coprodutivo)


Nesta segunda-feira, o São Paulo Audiovisual Hub, iniciativa da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, promoveu o debate “Caminhos da Coprodução”, reunindo convidados internacionais para discutir estratégias, oportunidades e obstáculos desse modelo que impulsiona parcerias entre países no setor audiovisual. Para a conversa, foram convidados Ana Marques, da Portugal Film Commission, Paulo de Carvalho, da Autentika Films (Alemanha), Julian Haisch, da Lemming Film (Países Baixos), e José Miguel Álvarez, da IMCINE (México). A mediação foi conduzida pela jornalista Flávia Guerra.

Logo no início da discussão, José Miguel Álvarez destacou os múltiplos ganhos proporcionados pelo modelo. “Sempre digo aos meus alunos que as coproduções são fundamentais não só para o financiamento, mas também para a promoção e a distribuição dos filmes”, afirmou o representante da IMCINE, reforçando a importância estratégica da internacionalização.

Na sequência, Julian Haisch, da produtora holandesa Lemming Film, compartilhou sua experiência à frente de projetos como O Agente Secreto, filme de Kleber Mendonça Filho premiado no Festival de Cannes 2025. Para ele, as coproduções são quase uma necessidade estrutural. “Você atravessa os Países Baixos em quatro horas. Essa limitação de mercado nos leva a buscar constantemente parcerias internacionais. Até produções puramente holandesas são, quase sempre, coproduções, ao menos com a Bélgica”, observou. “Coproduzimos para aprender, colaborar, conectar com agentes de vendas e ampliar nossa presença global”, completou.

Ana Marques, da Portugal Film Commission, apontou o Brasil como parceiro estratégico tanto pela afinidade cultural quanto pelo alcance de mercado. “Para nós, é essencial tanto o intercâmbio cultural, temos tantas histórias e conteúdos em comum, quanto a força do mercado brasileiro na distribuição”, disse ela, que também conduziu um workshop na sexta-feira anterior ao debate.

A conversa também abriu espaço para reflexões críticas. Paulo de Carvalho, da Autentika Films, alertou para um desequilíbrio nas políticas internacionais de incentivo ao audiovisual. “Minha percepção é que há muito incentivo à produção, mas pouca atenção à distribuição”, comentou. Segundo ele, “na América Latina, ainda há um longo caminho a percorrer nesse sentido, especialmente entre o Brasil e os países de língua espanhola”.

Após o debate, Flávia Guerra compartilhou suas impressões sobre a troca promovida pelo encontro. Para ela, “foi muito interessante perceber como cada participante trouxe particularidades dos seus países, ao mesmo tempo em que expressaram um desejo claro de coproduzir com o Brasil”. Segundo a jornalista, “o país desperta interesse, mas é preciso entender seus detalhes e entraves. Para quem deseja produzir, é hora de arregaçar as mangas e mergulhar nesse mercado, que pode parecer distante, mas se torna acessível com iniciativas como essa. Ter esses profissionais aqui aproxima, humaniza e constrói pontes reais para um cenário mais integrado e potente”.

Imagens para divulgação fornecidas por assessorias ou retiradas da internet 
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