(Um filme onde pesam mais as virtudes)
By Tomás Allen
12.12: O Dia é uma produção sul-coreana que relata acontecimentos de 1979. Segundo se explica no início, o presidente Park morreu assassinado nessa primavera, após 18 anos de ditadura. Porém, as expectativas de ter melhorias no país não correspondem ao que efetivamente sucedeu. Uma comissão é nomeada para investigar os fatos que concluíram com aquela morte e o General Chun, chefe do Comando de Defesa e Segurança, a encabeçará. Só que as ambições e lutas políticas se impõem no tabuleiro nacional. Embora falem de união pela pátria, os militares ficam divididos em duas facções opostas que vão colidir de modo cada vez mais drástico: aqueles que decidem ser fiéis ao novo presidente e, como mínimo, não se misturar com política, e outros que, de forma gradualmente mais definida, procuram poder absoluto.
Sinopse oficial:
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O filme adverte que vai relatar o efetivamente acontecido, somente com algumas modificações, para dar maior caráter dramático à narração. Obviamente, para um sul-americano que não tenha vínculos com a Coreia do Sul, em especial daquela época, não resultará simples nem apropriado fazer comparações entre as páginas da história e esta produção.
O General Lee Tae Shin (Jung Woo-Sung) é designado para ter uma responsabilidade militar diretamente relacionada com a defesa das instituições e da ordem republicana. Por outro lado, o General Chun Doo-gwang (Hwang Jung-min), também com altas funções, se enfrentará, de diversas maneiras, ao anterior. E tentará conseguir que o atual presidente assine um documento com base na pesquisa sobre os motivos e circunstâncias do crime. Caso consiga essa assinatura, dará um decisivo passo para encaminhar-se ao controle do governo.
Com essa base, 12.12: O Dia vai fazer referência à Coreia do Norte, como eventual ameaça e aos Estados Unidos como aliado que vigia ambos países. E passará a detalhar uma multidão de enfrentamentos, com lutas intrincadas, mostrando diversos (muitos) personagens. Embora com diferentes funções, todos eles têm forte personalidade, que vão se manifestando à medida que a trama avança. Os diálogos são intensos, agudos. Resulta chamativo que seja um relato similar a um planalto, onde só há alguns poucos momentos com algum alívio - nos quais aparece a esposa do General Lee Tae Shin (Jeon Su-ji). Poucos títulos têm característica similar; por exemplo, embora seja totalmente diferente na maioria dos assuntos, lembramos “Apocalypse Now” (1979, de Francis Ford Coppola), que não tem pausas tranquilizadoras.
Com essa base, 12.12: O Dia vai fazer referência à Coreia do Norte, como eventual ameaça e aos Estados Unidos como aliado que vigia ambos países. E passará a detalhar uma multidão de enfrentamentos, com lutas intrincadas, mostrando diversos (muitos) personagens. Embora com diferentes funções, todos eles têm forte personalidade, que vão se manifestando à medida que a trama avança. Os diálogos são intensos, agudos. Resulta chamativo que seja um relato similar a um planalto, onde só há alguns poucos momentos com algum alívio - nos quais aparece a esposa do General Lee Tae Shin (Jeon Su-ji). Poucos títulos têm característica similar; por exemplo, embora seja totalmente diferente na maioria dos assuntos, lembramos “Apocalypse Now” (1979, de Francis Ford Coppola), que não tem pausas tranquilizadoras.
Por outra parte, embora 12.12 - O Dia não careça de objetivo, os minutos empregados resultam excessivos (141 no total). Também desgastam parte do interesse todas as alternativas apresentadas. Uma pergunta que o espectador poderá se fazer é se tal ritmo nada linear faz parte das diferenças culturais entre oriente e ocidente, ou se trata-se de um defeito na linguagem cinematográfica que, para além desses diversos conceitos, não deveria suportar estender-se tanto.
Como virtudes, destacam-se a maioria das atuações, mais precisamente a de Hwang Jung-min, em seu 42º longa-metragem, como o líder dos rebeldes, um decidido militar nada ortodoxo, cobiçoso, arrogante, mentiroso, astuto e inteligente.
Há algumas reflexões citáveis:
- Eu não me importo com o que fazem os outros. Cada um depende de seus próprios princípios (dito pelo General Lee Tae Shin, leal);
- Todos os humanos sempre desejam que alguém, poderoso, os lidere (General Chun Doo-gwang, rebelde).
- Se falharmos, será traição; se triunfarmos, será revolução (de novo, o General Chun).
Também uma série de situações pontuais muito bem resolvidas (um militar aparentemente desertor do grupo golpista que tinha tomado a decisão oposta à que se supunha); a coragem dos dois líderes opostos - Chun // Lee - que decidem atuar arriscando-se temerariamente etc.
Sung Soo Kim assina a direção e também é co-roteirista, bastante novo como tal (8º longa), mas com futuro promissor. Todo o pessoal técnico tem muita experiência. Excelente fotografia (Jae-Kwang Kim e Lee Mo-gae), com algumas tomadas perfeitas. Música potente (Jarjin Lee), de acordo ao que se vai relatando e mostrando nas imagens. Ao igual que os imponentes efeitos de som (Min-ho Jo e Choi Tae-young). 12.12: O Dia, embora com defeitos evidentes (excesso de situações e certo caráter dramático de gosto bem oriental), pesam mais as virtudes. Não em vão é candidata ao ‘Oscar’, como representante da Coreia do Sul na categoria ‘Filme Internacional’, e tem a maior venda de ingressos em seu país.
Como virtudes, destacam-se a maioria das atuações, mais precisamente a de Hwang Jung-min, em seu 42º longa-metragem, como o líder dos rebeldes, um decidido militar nada ortodoxo, cobiçoso, arrogante, mentiroso, astuto e inteligente.
Há algumas reflexões citáveis:
- Eu não me importo com o que fazem os outros. Cada um depende de seus próprios princípios (dito pelo General Lee Tae Shin, leal);
- Todos os humanos sempre desejam que alguém, poderoso, os lidere (General Chun Doo-gwang, rebelde).
- Se falharmos, será traição; se triunfarmos, será revolução (de novo, o General Chun).
Também uma série de situações pontuais muito bem resolvidas (um militar aparentemente desertor do grupo golpista que tinha tomado a decisão oposta à que se supunha); a coragem dos dois líderes opostos - Chun // Lee - que decidem atuar arriscando-se temerariamente etc.
Sung Soo Kim assina a direção e também é co-roteirista, bastante novo como tal (8º longa), mas com futuro promissor. Todo o pessoal técnico tem muita experiência. Excelente fotografia (Jae-Kwang Kim e Lee Mo-gae), com algumas tomadas perfeitas. Música potente (Jarjin Lee), de acordo ao que se vai relatando e mostrando nas imagens. Ao igual que os imponentes efeitos de som (Min-ho Jo e Choi Tae-young). 12.12: O Dia, embora com defeitos evidentes (excesso de situações e certo caráter dramático de gosto bem oriental), pesam mais as virtudes. Não em vão é candidata ao ‘Oscar’, como representante da Coreia do Sul na categoria ‘Filme Internacional’, e tem a maior venda de ingressos em seu país.
Após o assassinato do Presidente Park, a lei marcial é decretada. Um golpe de Estado é liderado pelo Comandante de Segurança da Defesa, Chun Doo-gwang (Hwang Jung-min), junto a um grupo de oficiais. O obstinado Comandante da Defesa da Capital, Lee Tae-shin (Jung Woo-sung), acredita que o exército não deve agir politicamente e enfrenta Chun para detê-lo. No caos crescente, enquanto líderes militares hesitam e o Ministro da Defesa está desaparecido, o destino da primavera de Seul toma um rumo inesperado. Direção: Kim Sung-soo. Estreia nos cinemas brasileiros em breve pela Sato Company.
Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação/Biografias usadas são da IMDB.
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Dúvidas, sugestões, parcerias e indicações: contato.parsageeks@gmail.com
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