sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Crítica Cinema | Baile das Loucas

(Ser diferente nunca foi tão perigos)


Baile das Loucas (Captives, 2023), longa-metragem francês dramático, distribuído pela Imovision, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, a partir do dia 22 de agosto de 2024, com classificação indicativa 14 anos e 111 minutos de duração. Dirigido por Arnaud des Pallières, mergulha o público na atmosfera da Paris do final do século XIX, mais precisamente no ano de 1894. A narrativa se desenrola em torno do infame evento conhecido como Baile das Loucas, realizado anualmente durante o Carnaval no hospital psiquiátrico La Pitié Salpêtrière.

O filme explora a linha tênue entre a sanidade e a loucura, retratando a vida de mulheres que, por desafiarem as normas sociais da época, são rotuladas como insanas e confinadas à instituição. A protagonista, Fanni, interpretada por Mélanie Thierry, é uma mulher de 35 anos que se interna voluntariamente no hospital com o objetivo de encontrar sua mãe, vítima da internação forçada, e assim planejar uma fuga. O elenco ainda inclui Josiane Balasko, Marina Foïs e Yolande Moreau.

A obra é uma crítica contundente à forma como a sociedade marginaliza e rotula as mulheres, especialmente aquelas que demonstram autonomia e vontade própria. O baile, um evento que atrai políticos, artistas e socialites de toda Paris, serve como pano de fundo para a exposição dessa realidade cruel. As pacientes, vestidas de forma extravagante, são apresentadas aos convidados como parte de um espetáculo grotesco, onde a linha entre o entretenimento e a exploração é perigosamente borrada.


O diretor utiliza a câmera, muitas vezes de forma inquieta, com o uso de zooms e uma certa instabilidade visual no intuito de contribuir para uma experiência imersiva, fazendo com que o público se sinta como um intruso clandestino nas sombrias paredes de La Pitié Salpêtrière.

O roteiro é habilidoso ao entrelaçar várias subtramas sem perder o foco na jornada de Fanni. A interação entre as internas, suas histórias e a solidariedade que surge em meio ao sofrimento são aspectos que enriquecem a narrativa, construída com cuidado, para permitir que o público compreenda as motivações e os desafios enfrentados pelas personagens. Baile das Loucas não é apenas um filme histórico, é uma reflexão sobre a condição feminina e a luta contra a opressão, desafiando o público a refletir sobre as consequências de uma sociedade que estigmatiza e pune a individualidade. É um lembrete sombrio de um passado não tão distante.


Sinopse oficial: 
Paris, 1894. Todos os anos, durante o Carnaval, um grande e popular baile é realizado no hospício feminino La Pitié Salpétrière. Lá, 150 mulheres são selecionadas entre as 4500 pacientes para participarem do “Baile das Loucas”, onde são aguardadas com grande apreensão pelos convidados. Fanni, de 35 anos, que ao contrário das outras mulheres que são internadas injustamente a força, se internou voluntariamente. Seu único objetivo é encontrar sua mãe para fugirem juntas. Direção: Arnaud des Pallières. Estreia nos cinemas brasileiros, 22 de agosto de 2024 pela Imovision.

Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação/Biografias usadas são da IMDB.
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 Dúvidas, sugestões, parcerias e indicações: contato.parsageeks@gmail.com

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