sábado, 9 de setembro de 2023

Crítica de Drácula: A Ùlltima Viagem do Deméter

(Potencial perdido)


Escrito por Bram Stoker, Drácula é um dos ícones mais conhecidos e reproduzidos da cultura pop. São inúmeras as obras literárias e produções audiovisuais que tiveram em sua narrativa o Conde mais famoso da literatura. Drácula: A Última Viagem do Deméter (André Øvredal), que levou anos para ser filmado, a princípio pode parecer um filme que não vai a lugar nenhum, mas que entrega muito quando O Senhor das Trevas surge. A trama se passa em 1987, durante uma viagem para a Inglaterra realizada por um navio mercante. Sem conhecimento do que estão carregando e do grande mal que está à espreita, logo, da pior maneira possível, eles descobrem que o Príncipe das Trevas repousa em um caixão que foi colocado no Deméter por moradores locais da Bulgária.

Drácula: A Última Viagem do Deméter (The Last Voyage of the Demeter)


The Last Voyage of the Demeter (nome original) recebeu elogios de grandes personalidades conhecidas por suas produções de Terror, casos de Guillermo del Toro e Stephen King. É verdade que o longa tem suas qualidades, como a atmosfera de suspense bem construída pelo diretor André Øvredal, que já trabalhou em outros filmes do gênero e fez trabalhos semelhantes, como em Histórias Assustadoras para Contar no Escuro (2019). O elemento principal do filme, que é o horror, é trabalhado com base no suspense e na tentativa de criar tensão. No entanto, isso não funciona da maneira que deveria, uma vez que é sabido que Drácula está naquele navio. Portanto, não há surpresa alguma nesse aspecto, fato que acaba quebrando as expectativas. O público ao saber o que vai acontecer – até porque é meio óbvio –, não se surpreende com nada que está por vir. É uma ideia inteligente e admirável adaptar um dos contos do livro Drácula, especialmente porque essa passagem da obra é bastante intrigante e divertida, contendo boas doses de pânico e terror. Com o intuito de construir uma trama que pudesse surpreender de alguma forma, o roteiro introduz personagens interessantes e um monstro que se assemelha mais a uma gárgula do que à reprodução convencional do Drácula, como o público está habituado a ver em outras produções sobre vampiros. Os personagens não escapam do clichê, com a tripulação do navio sendo composta pelo marujo paranoico, o chef de cozinha que acreditar ter alguma maldição na embarcação e o digno capitão de coração puro. Clemens, o protagonista interpretado por Corey Hawkins, possui o melhor arco dramático, porém não é bem aproveitado pela trama. Esse arco poderia ter sido um caminho que, certamente, teria levado o filme para outras direções.


Entre as décadas de 50 e 70, o estúdio Hammer, especializado em filmes de terror, ficou conhecido por suas obras de baixo orçamento com monstros, como A Maldição de Frankenstein (1957) e O Vampiro da Noite (1958). É bem provável que André Øvredal tenha concebido o Lorde das Trevas com um aspecto físico similar ao de um demônio com asas, e a influência dessas produções é bastante evidente não apenas no vilão, mas também na forma como a história é desenvolvida. O Drácula da literatura tem um lado dramático e humano, porém esse aspecto é deixado de lado para que o diretor abrace o lado sombrio de clássico vampiro. Além de apresentar a criatura como cruel e ávida por sangue de maneira trash, o filme ser bastante sanguinolento, algo que justificável pela proposta do roteiro. Além disso, estão presentes os cortes ágeis e as jogadas de câmera que conferem maior dinamismo para as cenas de ação. Drácula: A Última Viagem do Deméter não é o primeiro e nem será a última produção sobre esse importante ícone da cultura. Há diversas tramas a serem abordadas dentro desse universo, algumas bem ruinzinhas e outras que se destacam, como é o caso de Drácula de Bram Stoker (1992). No entanto, esse não é o caso desta versão dirigida por Øvredal, que fica abaixo de seu potencial, tanto do diretor quanto como quanto obra em si.


Sinopse oficial: 
Sinopse: Baseado em um único capítulo arrepiante do romance clássico de Bram Stoker, Drácula: A Última Viagem de Deméter conta a terrível história do navio mercante Deméter, que foi fretado para transportar cargas particulares — cinquenta caixotes de madeira sem identificação — de Carpathia a Londres. Estranhos eventos acontecem à tripulação condenada enquanto tentam sobreviver à viagem oceânica, perseguidos todas as noites por uma presença impiedosa a bordo do navio. Quando o Deméter finalmente chega à costa da Inglaterra, é um naufrágio carbonizado e abandonado. Não há vestígios da tripulação. Estreia oficial em 24 de agosto de 2023 nos cinemas brasileiros pela Universal Pictures. Direção Andre Øvredal.

Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação/Biografias usadas são da IMDB.
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