terça-feira, 25 de julho de 2023

Crítica Cinema | Oppenheimer

(O filme sobre o criador da bomba, atente-se a isso)


Sempre que falamos sobre um filme que adapta algo da segunda guerra mundial (ou qualquer outra guerra), sempre se precisa ressaltar os horrores de algo desse nível, e falando do criador da bomba atômica então... tudo precisa ser refletido. Antes de qualquer juízo de valor... dentro de um conflito onde inocentes são afetados pelos ideais de pessoas com os pensamentos mais horrorosos possíveis... sempre tenha em mente, em uma guerra, todos perdem. Recomenda-se pesquisar sobre a segunda guerra como a história do Holocausto, Pearl Harbor, O Massacre de Nanquim, entre outras obras que mostram uma mancha vermelha que foi cravada na humanidade. Dito isso, o longa do responsável (não o único) pela bomba que dizimou duas cidades, e a curto/médio prazo levou à óbito mais de 220 mil japoneses... é uma adaptação do livro “American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer” de Kai Bird e Martin J. Sherwin. A história é dirigida por um dos diretores mais famosos da atualidade, Christopher Nolan, o mesmo responsável pela Trilogia do Batman, Interestelar, A Origem, entre outras obras cultuadas no meio cinematográfico, apesar de que suas duas últimas... Dunkirk e Tenet não terem agradado tanto. Agora em Oppenheimer a ideia é construir toda uma narrativa teórica, filosófica e moral não só do caminho até lançarem a bomba no Japão, quanto o pós. Narrativamente coeso, mas na pratica tem uns probleminhas...

Oppenheimer


São três horas de filme lento, com o primeiro terço explorando mais do protagonista, muito bem interpretado pelo Cillian Murphy, depois temos um segundo ato gigantesco e bem desenvolvido para chegarmos ao ápice da história, a bomba... só que após isso, temos um grande epílogo, com quase uma hora de “julgamento” onde temos um vilão mais palatável em meio a uma época de grande terror, esse com uma interpretação interessante do Robert Downey Jr. Tudo isso para que todos possam ter uma conclusão moral e reflexiva não só do estrago que aquele artefato causou, como as consequências imediatas e atuais, já que em época de guerras acontecendo pelo mundo, sempre temos os boatos da ameaça nuclear. O foco do longa é toda essa preparação, mesmo sendo vendido como o filme da bomba, rodando em parceria com o longa da Barbie, tudo aqui é muito parado, mesmo se encaixando nos detalhes históricos de forma precisa... causa uma sonolência em muitos momentos, principalmente na falta de química e desenvolvimento dos romances do protagonista com as personagens de Florence Pugh e Emily Blunt, dando a impressão de mal contado. Isso causa uma demora em engrenar, e depois do ápice, os mais de quarenta minutos seguintes só vão se justificar dentro de uma conversa de Oppenheimer e Albert Einstein, o que pode ser considerado pouco, já que o que todos queriam, de certa forma... foi executado à quase uma hora antes. Então, os amantes do Nolan podem gostar e para quem leu o livro... também tenha algo mais assertivo pelo apresentado, mas não funciona para o grande público... muito cadenciado para uma duração absurda de três horas.


Tecnicamente não tem o que falar... o esperado do Nolan... edição, os efeitos práticos e tudo que envolve o famoso diretor, assim como as trilhas do Hans Zimmer, tudo jogado no talo para despertar tensão ou curiosidade, onde muitas vezes não tinha nada demais acontecendo... isso para aproveitar o IMAX. Mesmo assim, em alguns momentos nem lembrava um filme selo Nolan, mas perto da bagunça narrativa que é Tenet, aqui ele consegue desenrolar melhor. Sobre o Elenco... Cillian Murphy é um grande ator, entregou bem e funciona, fora que estava muito bem caracterizado. Robert Downey Jr. tem importância maior no terceiro ato, gostei do lado dramático dele em cena. Emily Blunt com uma personagem mal explorada, assim como a Florence Pugh. Fora isso, uma enxurrada de atores conhecidos com pouca ou nenhuma atuação marcante, exceção ao Matt Damon, o militar, e para Jason Clarke que faz um advogado/promotor que pode ser considerado um vilão também, pelas circunstancias. Oppenheimer é o filme mais lento do Nolan, muitos termos e diálogos que podem não agradar o grande público, tem um ápice muito bom, e um envolto que precisa ter paciência e conseguir entrar na história, sempre amparado pela trilha sonora que dá o respaldo de que tudo que acontece ali vai ecoar pela humanidade eternamente. Muito longe de ser um dos melhores trabalhos do diretor, mas também não é o pior, só que pelo apresentado, não se justifica três horas de duração.


Sinopse oficial: 
Oppenheimer é um filme histórico de drama dirigido por Christopher Nolan e baseado no livro biográfico vencedor do Prêmio Pulitzer, Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer, escrito por Kai Bird e Martin J. Sherwin. Ambientado na Segunda Guerra Mundial, o longa acompanha a vida de J. Robert Oppenheimer (Cillian Murphy), físico teórico da Universidade da Califórnia e diretor do Laboratório de Los Alamos durante o Projeto Manhattan - que tinha a missão de projetar e construir as primeiras bombas atômicas. A trama acompanha o físico e um grupo formado por outros cientistas ao longo do processo de desenvolvimento da arma nuclear que foi responsável pelas tragédias nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945. Além de Cillian, o elenco também traz nomes como Emily Blunt, Matt Damon, Robert Downey Jr., Florence Pugh, Gary Oldman, Jack Quaid, Gustaf Skarsgård, Rami Malek e Kenneth Branagh. Estreia oficial em 21 de julho de 2023 nos cinemas brasileiros pela Universal Pictures. Direção Christopher Nolan.

Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação/Biografias usadas são da IMDB.
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