Entregou mais do que esperado... Crítica do especial Power Rangers: Agora e Sempre da Netflix

(Velhinhos e alguns fora de forma, mas com a nostalgia e carisma necessário)

By Alan David

Trinta anos de franquia não são para qualquer título, mesmo tendo os últimos anos com temporadas nem tão marcantes como as primeiras, os Power Rangers marcaram gerações, pois a versão ocidental dos tokusatsus (oriental) tem uma legião de fãs, principalmente do Mighty Morphin (1993) até No Espaço (1998) que é a fase Zordon, não tem quem não goste do Jason, Tommy, Kimberly, Billy, Trini, Zack, e cia... nesse especial temos Billy, Zack, Kat e Rocky como os protagonistas e participação especial da Aisha e Adam. Apesar de alguns acima do peso, botox evidente e já envelhecidos para sair brincando de salvar a Terra com roupas coloridas, Power Rangers: Agora e Sempre traz o que foram as primeiras temporadas... negócio meio engessado, cenas gravadas de forma primitiva, falas inocentes ou rasas, entre outras coisas que não tem o dinamismo de séries atuais, mas por incrível que pareça... funcionava. O respeito a essas primeiras temporadas não é só no estilo de gravação, como na trama da história. Além de alguns adicionados novos como uma violência maior, e uma personagem inédita e feroz, a Mihn Kwan.

Power Rangers: Agora e Sempre (Netflix)

Mihn é a grande atração, a menina interpretada pela Charlie Kersh é a filha da Trini, a atriz que fez a ranger amarela entre 93 e 94 (Thuy Thang) morreu em um acidente de carro em 2001, ela tem toda uma camada de raiva que vai testando a paciência do Zack que fica como seu tutor, um sangue novo para não ficar só com os velhinhos. Outro ponto é o eterno Tommy, o ator que o interpretava (Jason Frank) cometeu suicídio no ano passado, ele está na história, mas sem falar e apenas em seu uniforme mesmo, até porque quando o especial foi gravado, ele estava vivo, só não participou mesmo. Entrando na trama, o inicio é aquele jeito cafona e trash da série que fez todos amarem a franquia, mas logo vem a tragédia, e a coragem de narrativamente matar a personagem da Trini, aliás, tudo é respeitado, pois é uma continuação de Power Rangers no Espaço, pois o Billy está em busca do Zordon que se sacrificou no final da sexta temporada, e explicando muito bem porque a Rita Repulsa voltou a ser vilã e está robótica, já que lá no final da era Zordon, ela e o Lord Zed ficaram bonzinhos. Tudo faz sentido, o respeito ao cânone foi impressionante, não esperava, achava que seria isolado.

No mais, temos aquelas cenas mais ou menos, atuações mais ou menos, efeitos especiais mais ou menos, tudo que foi a série em seus primeiros anos, e funcionava, então não é motivo de ponto contra, pois é uma homenagem para a franquia. O diferencial além da Minh... seria a violência que é mais expansiva, a ponto de monstros jogarem alguém de um alicerce, e um dos rangers estacar uma espada a sangue frio no peito do inimigo, são diferenciais que funcionam... até uma conclusão mais inocente e lembrando os finais dos episódios da série. Uma boa continuação e dentro do que foram as primeiras temporadas, entrega bem, fez o que dava para fazer... só achei que precisávamos ter mais Rangers, mas pelo que acontece no final e os diálogos, quem sabe podemos ter novidades no futuro. Lembrando que depois da temporada atual, Power Rangers encerra a forma que conhecemos a franquia e receberá reboot pela Netflix... interligando filme, série e quadrinhos, onde aí sim, não se espera essa galhofa, e sim algo novo e mais contundente. Power Rangers: Agora e Sempre é uma boa homenagem dentro das limitações técnicas e de atuações dos veteranos heróis, vale pela nostalgia.

Sinopse oficial:

Após uma tragédia, uma jovem heroína assume seu lugar de direito entre os Power Rangers para enfrentar a rival mais antiga da equipe. Estreia oficial em 19 de abril de 2023, exclusivo Netflix. Direção Charlie Haskell.