sábado, 12 de novembro de 2022

Crítica Cinema | Pantera Negra: Wakanda Para Sempre

(Carregado de emoção, mas empolga pouco)


Wakanda está em luto, o rei T´Challa morreu, agora sem um Pantera Negra, todos terão que seguir sem sua luz de inspiração e proteção. Passado o tempo... as coisas complicam quando o governo quer o vibranium dos Wakandanos, mas a rainha Ramona (Angela Basset) não terá só as forças governamentais com que se preocupar, um novo inimigo surge, e do mar, Namor (Tenoch Huerta) aparece para declarar guerra, e no meio disso, entre a perda do irmão e um perigoso rival, Shuri (Letitia Wright) terá todo o peso do mundo nas costas para poder lidar com essa situação, e ainda defender a jovem Riri (Dominique Thorne) da ameaça vinda das profundezas das águas. Nessa batalha iminente, além de mãe e filha... Okoye (Danai Gurira), Nakia (Lupita Nyong´o), M´Baku (Winston Duke) e os outros terão a maior luta de suas vidas, e sem a liderança de um Pantera Negra, por enquanto... Elenco ainda conta com Martin Freeman, Florence Kasumba, Michaela Coel, Alex Livinalli, Mabel Cadena, entre outros. Direção de Ryan Coogler. Produção Marvel Studios, distribuição nacional da Disney. Estreia nos cinemas brasileiros em 10 de novembro de 2022. Para trailer, clique aqui.

Pantera Negra: Wakanda Para Sempre (Black Panther: Wakanda Forever)


O novo filme do Pantera Negra parte de três itens muito importantes que praticamente diz o que foi o filme todo. O primeiro, claro, a morte do Chadwick Boseman em 2020, vítima de câncer, o ator vinha com a doença mantida em segredo há anos, por isso pegou todos de surpresa o seu falecimento, então apesar da lamentável perda, o que a Marvel Studios iria fazer com o personagem e com Wakanda? No geral, um novo Pantera teria que surgir, e não tinha como outra pessoa ser a substituta do que alguém próximo dele na trama, para essa sequência não daria para inventar muito, e claro, deixaria a história carregada de emoção, coisa que você assiste no inicio da história, e depois no fim de uma forma mais forte, e  dosada durante a jornada de todos, onde a presença do T´Challa está sempre presente em falas e pensamentos, a vida continua, mas a morte não é o fim, nesse lema a coisa foi bem elaborada. Segundo item, Letitia Wright, ela assumiu o manto do protagonismo, mas atrasou demais as gravações devido a problemas de bastidores do qual ela causou muito, principalmente por se recusar a tomar a vacina da covid-19, e isso dificultou a entrada dela em países e cidades onde era obrigatória a vacinação, tanto que a Marvel Studios nem usou muito a atriz na divulgação, aliás, chegou a ter fortes boatos na época de sua demissão no meio do projeto, isso praticamente engavetaria o longa, pois não teria como de uma hora para outra perder os dois herdeiros únicos do trono de Wakanda, talvez funcionaria se usasse a troca seca de atores no caso da Letitia, sem explicar muito, como foi o Hulk do Edward Norton, pelo do Mark Rufallo em 2012 no primeiro Vingadores, provavelmente passou isso na cabeça do chefão da Marvel, Kevin Feige. E agora o terceiro item, o final da fraca fase quatro do MCU, nem seria aqui o final, pelos cronogramas originais, teríamos o Capitão Marvel 2 (Marvels), Homem-Formiga 3, e alguma série antes, mas os filmes e seriados estavam vindo tão mal em sua maioria... que esse período da empresa foi encurtado para ter um novo fôlego na fase Multiverso que veremos no inicio do ano que vem em Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, será a chance da Marvel fazer os fãs esquecerem de pérolas como os filmes Eternos, Doutor Estranho 2 (Boa parte dele) e Thor: Amor & Trovão, além de séries fracas como Gavião Arqueiro, Miss Marvel, Cavaleiro da Lua, e sem esquecer da horrorosa produção da Mulher-Hulk. Aqui em Wakanda Forever fica praticamente a parte disso tudo, apenas com uns lampejos futuros por ter a Riri (Coração de Ferro, terá série própria no ano que vem) e uma personagem que vem fazendo aparições rápidas e estratégicas em alguns títulos desta fase, mas como não está creditado, não darei spoiler, mas em ambas as situações, não acrescenta nada para a tal Saga do Multiverso.


Sobre o enredo de Wakanda Para Sempre, ele é bem claro em sua narrativa... O primeiro ato é o luto da perda do T´Challa, o surgimento do Namor, o motivo dele querer guerra com Wakanda, a interferência do governo e elevar o status da Shuri a protagonista. Essa sequência de coisas fica muito longa, praticamente são dois terços do filme, pois tirando a parte emocional, ele segue a mesma cartilha do longa de 2017, começa em Wakanda, tem uma aventura fora dela que traz consequências para a reta final desse ato, depois conhecermos melhor o “anti-herói” da história e todo o envolto que envolve ele e a nova protagonista. Fica extenso, tirando espaço dos dois atos finais. O segundo é a guerra, o ataque dos mares, a parte mais empolgante do longa, pena que dura pouco, mas a forma que ela acontece e terminando em outra tragédia, mesmo que breve, no sentido narrativo e por ser um filme de super-herói, com certeza é a melhor parte. O ato final é enfim quem vai ser o Pantera (como se ninguém soubesse) e o contra-ataque para batalha final, aí deixou a desejar, parece que tira o pé, carrega novamente na emoção, apesar de uma aparição especial muito boa (Eu sinceramente tinha dado um jeito dessa pessoa seguir na franquia, mesmo forçando o roteiro, pois a presença de cena é impressionante) até tenta uma batalha final, mas se perde no quesito empolgar, deixando tudo com a luta final entre protagonista e antagonista, e termina do jeito que imaginávamos, mas você se pega pensando em vários momentos durante toda a narrativa, principalmente quando envolve a ameaça do Namor... no saudoso Chadwick Boseman, e como o seu Pantera Negra lidaria com alguém assim, poderia até ser um vilão melhor e não tão emocional como foi nesse filme. Ao fim temos a redenção ou conciliação, o tempo vai dizer, e uma evolução sim da protagonista, não consigo vê-la como alguém da linha de frente como era o Chadwick, mas pelo pouco tempo, foi o que dava para fazer. E no epílogo, tome mais emoção e justas homenagens a um ator que foi marcante como o herói de Wakanda. Tem uma cena pós-crédito, com mais emoção, então já devia ser algo mais elaborado e farol para a sequência da franquia ou da chamada fase cinco que está por vir. Ou fizesse uma segunda cena para isso então, porque é um filme emotivo, a gente entende porque não foi fácil perder seu ator protagonista assim, mas faltou algo ali para empolgar e não só emocionar.


Sobre a ambientação, figurino, parte sonora e toda parte técnica que envolve o filme, teve um upgrade impressionante do anterior, pois foi uma das maiores críticas da época que foi deixar a desejar principalmente no quesito efeitos visuais, aqui está muito bem, até a parte do Namor voando, do seu povo (Talokan), debaixo d´agua, entre tudo que envolve esse núcleo, estava bem feito, claro que abusando para cenas mais escuras, mas nos dois últimos atos foram todos na claridade, e funcionam muito bem. A representatividade não foi tanto explorado como no anterior, pelos motivos já mencionados acima... e por ter uma guerra, uma ameaça, então isso toma o maior tempo e fica algo mais focado nessa situação. Entende-se todos os problemas diretivos que Ryan Coogler teve, então ele conduz bem a história, deixou um pouco longo, mas tentou contornar tudo para trazer o melhor que a narrativa tinha a oferecer por tudo que aconteceu, mas precisava ter um vilão melhor, esse Namor não dá para gostar. Sobre o elenco... Letitia Wright é boa atriz, tem uma evolução na trama, mas não dá para segurar as pontas sozinha, não passa a segurança de um protetor definitivo de Wakanda, pareceu mais um reserva de luxo mesmo. Angela Bassett teve que segurar a onda boa parte do tempo como a rainha, e foi bem. Danai Gurira teve mais desafios e fretou com o humor como no anterior, só que ganhou uma dose maior de drama. Tenoch Huerta fez um Namor muito emotivo, em nenhum momento parece ser um vilão ou anti-herói, aliás, as motivações do personagem são sem sentido, porque ele acusa Wakanda, depois pede aliança, aí quer guerra com o “povo terrestre”, mas em nenhum momento justifica que ele e seu povo precisam de proteção ou está sendo ameaçado, sua forma de pedir parceria é terrível, e não fez nada que ameaçasse uma guerra mundial, fora que tem cara de chorão, o Namor dos quadrinhos é imponente, arrogante e se acha superior a todos, aqui houve uma amortizada nele, assim como foi feito com o Adão Negro no concorrente, o que fica a dúvida é... se fosse o T-Challa teríamos um Namor mais visceral, porque se fosse igual, iria repetir o Killmonger, talvez a Shuri não tivesse preparada para um inimigo assim, a claro, falando do personagem, sobre o ator... fraco, não convence. Lupita Nyong´o é a que mais tem presença de cena do elenco feminino, mas a sua Nakia ficou meio perdida nessa guerra, assim como o personagem do Martin Freeman, mas em ambos os casos, como atuação, foram bem. Winston Duke gostei novamente do ator/personagem, tem seus momentos de humor, sabedoria do jeito dele e na ação com seu M´Baku. Tem duas participações especiais, uma durante todo o filme, só para falar que está na fase quatro, e a outra é única, mas ótima pelo envolto da cena e das consequências depois. E sem esquecer a garota Dominique Thorne (Riri) que mostrou carisma, só que para uma série própria não segura, só se servir para trazer Wakanda de volta, pois não vejo pelas cartas finais apresentadas o que seria um terceiro filme da franquia. Pantera Negra: Wakanda Para Sempre é carregado de emoção pelos motivos mais do que justos, fez um trabalho que poderia dentro das dificuldades, entrega um filme bom, mas que empolga em poucos momentos como uma adaptação de heróis de quadrinhos, mas tinha todos os ingredientes de algo mais épico nesse quesito, como mostrou no segundo ato, mas o fato de não ter um bom antagonista ao contrário do longa de 2016 com o Killmonger... dificultou ainda mais as coisas. Fecha pelo menos de forma boa essa fase quatro que até aqui estava só ladeira abaixo.

Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação/Biografias usadas são da IMDB.
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 Dúvidas, sugestões, parcerias e indicações: contato.parsageeks@gmail.com

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