ParsaGeeks - Desbravando Filmes e Séries: Crítica Cinema

(Batendo em uma tecla que não funciona direito)

Baseado nos quadrinhos Marvel do Homem-Aranha, temos a história do Dr. Michael Morbius (Jared Leto), ele sofre de uma doença rara e sem cura no sangue desde criança. Por anos, Morbius procurou a cura, e quando a encontra... o preço acabou sendo alto demais, pois ele ganhou poderes parecidos com de um vampiro, incluindo uma enorme sede de sangue humano. Elenco ainda conta com Matt Smith, Adria Arjona, Jared Harris, Tyrese Gibson, Al Madrigal, Michael Keaton, entre outros. Direção de Daniel Espinosa. Produção e distribuição da Sony Pictures. Estreia nos cinemas brasileiros em 31 de março de 2022. Para o trailer, clique aqui.

Morbius

Esse filme teve seis adiamentos, sendo mais uma tentativa forçada da Sony de criar seu próprio universo de vilões do Homem-Aranha, os transformando em não tão malvados assim... Começou com Venom, agora Morbius e o próximo será Kraven. O que dá para perceber que esse aranhaverso está muito bagunçado, com desconstrução da vilania somado a falta de um Aranha para ter como alvo, Isso acaba criando histórias fracas e sem rivais de verdade, aliás, Venom 2 tinha o Carnificina, só que mal construído e desperdiçado. Antes de tudo... Morbius é vilão B, então um longa com ele não é de se esperar muito mesmo, por isso, o entregue é o básico do básico, sensação de assistir o Venom sem piadas, com alguns adendos a louvar e uma narrativa a se questionar. Até o personagem do Jared Leto se transformar em vampiro as coisas rodavam no marasmo, mas sem incomodar tanto. Depois disso, tudo destrambelha... pois o roteiro cria um vilão para confrontar Morbius bem genérico e caricato, problemas com a situação da sede de sangue, se contradiz dentro das suas próprias regras de quando pessoas são atacadas, criou uma rivalidade confusa e ainda tenta drama onde não consegue sustentar a história... O que salva? Sim, tem coisa que é boa, no caso o protagonista que é bom, a ambientação, origem e motivações dele que apesar de simplórias, você até compra. Ao fim é tudo qualquer coisa... Aí chegamos às cenas pós-créditos... Nada faz sentido, a primeira desconstrói e entra em contradição com o final de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, e a segunda, piora mais ainda, até parece que é a cena pós de um Morbius 2, pois o que aparece ali não tem como ser o personagem construído até então. Eu queria muito ver o Aranha do Andrew Garfield nesse universo, agora não sei se quero ver mais, pois o que a Sony faz é atrapalhada atrás de atrapalhada, sem a Marvel Studios para segurar no braço para atravessar a rua... eles só fazem besteiras.

Os efeitos especiais dos poderes do Morbius assim como o envolto, somados a fotografia são interessantes... já o visual do “herói” e do “vilão” deixam a desejar, parecem uma mistura de vampiro e zumbis, aliás, quem assistiu a antiga série Buffy – A Caça Vampiros vai perceber as semelhanças, principalmente no antagonista, o que é lamentável, já que estamos em 2022, um filme Marvel, mesmo não sendo a original, deveria ter mais capricho. Os embates entre os rivais, assim como em Venom, você não enxerga muita coisa, uma confusão que só, além dos cortes em excesso que se tem em tela. O roteiro é mediano para baixo, isso vale para a direção também. Ah, um filme sobre vampiro de ataques vorazes ser lançado com faixa etária baixa compromete tudo, pois mal tem sangue, essa violência daria um peso a mais na trama. Sobre o elenco... Jared Leto apesar das críticas faz um bom Michael Morbius, o problema é ser um personagem originalmente sem apelo e carisma, mas ele fez o que pode e não se compara com aquela porcaria de Coringa que ele interpretou em Esquadrão Suicida de 2016. Matt Smith deixa a desejar demais, sem sal e caricato de forma sem graça. Adria Arjona fraca. Jared Harris serve para nada, até se tenta dá um drama para ele... e não cola. Tyrese Gibson é outro que só está ali para sei lá o que... pois não tem peso. Morbius não foi tão ruim quanto achei que seria... só que abaixo de razoável, mesmo assim, com todos os defeitos, acaba sendo um pouquinho melhor que Venom, pois você percebe um esforço narrativo mais empenhado, o que também não é nenhum grande mérito... A Sony precisa urgente de alguém competente para supervisionar essas coisas que eles ficam lançando, pois estão desperdiçando personagens que poderiam ser úteis em futuros confrontos com o Homem-Aranha, seja lá qual for o ator do herói aracnídeo nesse universo, e isso pode acabar desgastando bons atores como é o caso do Leto.