sexta-feira, 25 de março de 2022

Crítica Cinema | Me Tira da Mira

(Quando você apaga sua própria protagonista em prol de nada)


Policial dedicada, Roberta (Cleo) não vai parar enquanto não desvendar os mistérios por trás da morte da atriz Antuérpia Fox (Vera Fischer). Com a ajuda de sua terapeuta, Isabela (Bruna Ciocca), com quem forma uma dupla divertida e implacável, ela se infiltra na Clínica Bianchini de Realinhamento Energético em busca de respostas. Rodeada de funcionários suspeitos, como a recepcionista Amanda Jéssica (Viih Tube), e de clientes excêntricos, como a atriz “cancelada” Natasha Ferreiro (Júlia Rabello), ela vai descobrir que pode estar na mira de um esquema ainda maior. Elenco ainda conta com Kaysar Dadour, Fiuk, Fábio Jr, Stênio Garcia, Sergio Guizé, Gessica Kayane, Mel Maia, Silvero Pereira, Cris Vianna, entre outros. Direção de Hsu Chien Hsin. Distribuição da Imagem Filmes. Estreia nos cinemas brasileiros em 24 de março de 2022. Para o trailer, clique aqui.

Me Tira da Mira


Comédia nacional tem sempre seu teor de aceitação e também de rejeição, filmes como Minha Mãe é uma Peça do saudoso Paulo Gustavo, além de o Auto da Compadecida, são de qualidade humorística alta, incluiria ai Loucas para Casar que é uma boa história, e algumas produções que tem sequências como Até que a Sorte nos Separe, De Pernas Pro Ar, entre outros... Como também tem muita história ruim e genérica, na maioria das vezes como os mesmo atores, sempre de certo nicho, eles estão em todas, seja como protagonistas ou coadjuvantes, e até participações especiais que não me agrada, mas não só a mim, como também em bilheteria, são sempre pífias, mesmo tendo seu valor cômico com algum público. Aqui em Me Tira da Mira, produzido pela própria Cleo, a ideia é usar toda uma ambientação policial para algo cômico escrachado, um caminho perigoso, já que quando se mistura comédia e ação, o ideal é ser algo mais engraçado nas características dos personagens, normalmente duplas ou alguém bem carismático, exemplo: Bad Boys, Um Tira da Pesada, Máquina Mortífera... E quando você fleta com o pastelão, a chance de dar errado é enorme, poucos do gênero se sai bem, como Loucademia de Polícia para os mais oitentistas. O longa começa mostrando o jeito durona da Roberta (Cleo) e um assassinato misterioso, até ai tudo bem, tem seu teor interessante, além do encontro com Fábio Jr. em conversas de referências aos grandes sucesso do cantor, sendo visível pelo mostrado até então que precisaria ser um humor mais inteligente para render. Tudo começa a desandar quando fica focado na tal clínica de relaxamento, aí se perde legal, pois aparece um monte de personagens, tudo sem grandes desenvolvimentos, ficam cenas meio que separadas... só para tentar tirar risadas e vai perdendo o peso do que foi apresentado no começo, e tudo vai descambando para diálogos pobres e situações clichês. Aliás, não vai faltar cena sem conteúdo que acrescente a trama, pois o roteiro tecla naquilo uma vez e vai repetindo outras e outras vezes, não parece nada natural o que acontece ali, exemplo é a construção da psicóloga interpretada por Bruna Ciocca, uma das piores coisas do filme, ela vai ganhando espaço sem sentido, todo mundo vai ganhando espaço de forma exagerada e o principal plot que precisava muito estar interligado a protagonista, falha. Ao final, um negócio meio bagunçado e concluído de forma bem artificial e de qualquer jeito mesmo.


A produção em si não deve ter sido barata, pois é bem feita, seja parte sonora, arte e ambientação, mesmo tendo a maioria das cenas dentro da clínica, não se perde nas câmeras e se dá a entender o que estão fazendo em cena, mesmo sendo diálogos e situações fracas. A direção deixa a desejar, poderia só focar na protagonista, usar os coadjuvantes de escada e seguir seu ritmo até concluir, mas fica se desviando do foco principal e perde na qualidade do que é apresentado, fora que a maioria dos personagens deixa muito a desejar. Sobre o elenco... Cleo está bem, mas sucumbi a uma história que vai perdendo o foco. Fiuk é o Fiuk, então não se pode esperar muito. Fabio Jr. foi bom vê-lo atuando novamente após tanto tempo, ele era um bom ator, só largou tudo porque a música é sua paixão, por ser sua filha a produtora, o astro topou participar, só que visivelmente está sem ritmo. Bruna Ciocca não atua bem, sua personagem tem uma construção forçada, assim como sua evolução. Julia Rabello tem uma veia cômica ótima... tirando isso, sua Natasha Ferreiro na trama , apesar de várias referência a egos das celebridades, não acrescenta absolutamente nada ao filme. Restante do elenco tenta ser alívio cômico que pouco se acrescenta. Me Tira da Mira tem uma concepção de ideia boa, mas se perde com quinze minutos de história e vai enchendo de gente na trama, humor forçado e sem foco na sua principal proposta, apagando inclusive sua própria protagonista, faltou capricho narrativo e melhor escolha de casting.

Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação/Biografias usadas são da IMDB.
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