ParsaGeeks - Desbravando Filmes e Séries: Crítica Cinema

(Uma Zorra Total que funciona)

Claude (Christian Clavier) e Marie Verneuil (Chantal Lauby) enfrentam um nova crise. Seus quatro genros, Rachid (Medi Sadoun), David (Ary Abittan), Chao (Frédéric Chau) e Charles (Noom Diawara) estão determinados a ir embora da França com suas mulheres e crianças para tentar sua sorte no exterior. Incapaz de imaginar sua família longe deles, Claude e Marie estão prontos para fazer qualquer coisa para retê-los. Por sua vez, os Koffi desembarcam na França para o casamento de sua filha. As surpresas para estas famílias ainda não terminaram. Elenco ainda conta com Frédérique Bel, Julia Piaton, Émilie Caen, Élodie Fontan, entre outros. Direção de Philippe de Chauveron. Distribuição nacional da A2 Filmes. Estreia nos cinemas brasileiros em 02 de dezembro de 2021. Para o trailer, clique aqui.

Que Mal Eu Fiz a Deus? 2 (Qu'est-ce qu'on a encore fait au bon Dieu?)

Comédia francesa, assim como a maioria dos filmes de lá, tem um ritmo diferente (meio lento) do que estamos acostumados aqui do ocidente e até da Ásia. Quem reclama das produções brasileiras pelo excesso de críticas sociais e politicas, achando que é só coisa nossa... está enganado, pois na França a grande maioria, pelo menos dos que estreiam por aqui, são assim, já que os filmes franceses depois dos americanos são os longas estrangeiros que mais chegam aos cinemas do Brasil. Essa enrolação toda para fizer que O Que Mal eu Fiz a Deus? tem um ritmo mais dinâmico, piadas curtas, situações non-sense e algum carisma, isso faz com que o público pipoca vá se identificar melhor com as cenas. Não por isso, o primeiro filme fez um bom sucesso dentro dos limites e salas que um longa francês pega fora do seu território. Nessa segunda história, não é diferente, uma inflada de personagens com cenas que parecem mais esquetes, tem de tudo, o pai que é todo preconceituoso sem saber e tendo seus genros com características que dão ao roteiro explorar o humor meio xenofóbico sem extrapolar; tem o padre mais engraçado; um árabe que contrapõe o humor com o protagonista; casamento gay; pai machista; famílias conservadoras... Isso tudo sendo um grande leque de coisas acontecendo em pouco mais de uma hora e meia.

Eu sou a favor da comédia ter esse tempo mesmo, mas quando você tem nada mais, nada menos do que dezesseis personagens jogáveis (para usar uma expressão de videogame), tudo fica picotado, então o humor rápido precisa acontecer para que você tenha algum interesse ou simpatia em cada cena. Percebe-se que todas elas terminam em uma piadola, onde algumas funcionam e outras nem tanto... Como dito acima, apesar de comédia mais dinâmica, ele não abandona as críticas sócio-políticas da França, e mesmo não sendo tão incisivo... algumas você consegue ter uma comparação com o Brasil, em outras, você bóia... História simples... Os maridos das filhas do protagonista querem se mudar com suas esposas da França, cada um para um país diferente, dentro da característica étnica de cada um... Cabendo o sogrão convence-los do contrário. E ainda tem a família de um desses genros que vai ter que lidar com um casamento gay, sendo o pai um conservador, que também rivaliza com o principal (Claude Verneuil), fora isso, nada mais que chame atenção. A direção faz o que pode para conduzir tanta gente em tão pouco tempo, até chegar a um final bonitinho. Sobre o elenco... Claro que não vou falar de todos... apenas do protagonista Christian Clavier, ele atua bem, já que o mesmo roda por praticamente todos os núcleos e precisa muito dele para que as piadas aconteçam no tempo certo. Que Mal Eu Fiz a Deus? 2 é comédia leve, para a família e quem em boa parte do tempo funciona para um público geral. Sem grandes aspirações, o roteiro valoriza cada cena para que leve a um ápice cômico e mesmo com um elenco inflacionado ao extremo, tem seu valor, consegue passar o tempo sem cansar.