terça-feira, 23 de junho de 2020

Matéria Especial | O Dilema das Distribuidoras sobre os Blockbusters no Segundo Semestre

(Teremos grandes filmes ainda esse ano?)


Que o retorno dos cinemas em tempos de pandemia está complicado, todo mundo sabe... tem matérias aqui no site sobre isso, então fica a questão... Esse ano as redes conseguirão retomar atividades de uma forma que valha a pena para as distribuidoras liberarem seus grandes lançamentos  que foram adiados para o segundo semestre? Essa pergunta fica no ar, já que o retorno das telonas ainda está muito embrionário e oscilante pelo mundo. Isso deixa a discussão se é seguro não somente na questão  da saúde... como também do lado financeiro, que produções com gastos milionários consigam se pagar em um dos anos  mais complicados da história recente da humanidade. Vamos a alguns pontos para entendermos melhor essa situação:

'Tenet' de Christopher Nolan 

Os países que reabriram suas redes de cinemas estão com variações inconstantes, lugares como na China e Japão  abriram, fecharam, anunciaram retorno e não aconteceu... que foi o caso dos chineses ou foi setorial no caso dos japoneses. No México as principais redes anunciaram retorno para essa semana que se encerrou, fizeram belos vídeos de como seria essa volta e seus protocolos de saúde, mas o aumento absurdo de óbitos recentemente por lá acabou recuando nessa decisao de abrir atividades econômicas não essenciais. Na Europa, o retorno é lento e revezando público com os tradicionais Drive-in, apostando em grandes clássicos do passado, assim como no Brasil que por enquanto só estão liberados a funcionar nesse sistema de exibição, cada um no seu carro. Na Ásia, tirando os países mencionados, os outros retornaram ou estão as vias de... mas com uma recusa de público grande, tanto que os cinemas por lá estão fazendo várias promoções, combos especiais e outros agrados para ver se atrai o público, já que as pessoas em um quadro geral estão com receio de locais públicos fechados, mesmo com distanciamento e tal. Nos EUA, o retorno é aguardado para julho com grandes polêmicas sobre uso de máscara dentro da sala e pasmem... está virando caso político, principalmente na rivalidade das duas grandes redes de lá que são AMC e Cinemark, pois cada um pensa de um jeito sobre uso das máscaras dentro das salas, essa situação da proteção no rosto é uma das questões do presidente Trump, que não acha necessário o uso em um quadro geral, meio assim... obrigar a usar vira uma afronta ao líder máximo americano... absurdos como esses não são exclusivos só do nosso Brasil varonil. Resumindo, uma bagunça gigantesca e ficando claro que o retorno financeiro a curto e até médio prazo será baixo, sobrando só a questão psicológica de tentar voltar a vida normal em meio ao caos sanitário, no caso de países ricos neh, pois no Brasil a maioria dos cinemas estão em situação financeira ruim e não dá para retornar apenas por uma questão de "voltar a vida normal" que no caso brasileiro em nenhum sentido dá para voltar atividades culturais com aglomerações no momento, pois a curva de óbitos só sobe a cada dia. Sempre lembrando que tudo muda a toda hora, assim como já se alterou em várias situações da matéria anterior, o carrossel que está essa pandemia pode mudar tudo a qualquer momento.

Redes de cinema pelo mundo se readequamdo a novos tempos

Sobre os filmes, tirando os adiados para o ano que vem e os anunciados direto para VOD  (Vídeo on-demand), grandes títulos ainda estão marcados para julho em diante... Tenet da Warner e Mulan da Disney ainda estão confirmados para julho, 'Mulher-Maravilha 1984' foi adiado para outubro, nomes como Um Lugar Silencioso Parte 2, Duna, 007 - Sem Tempo Para Morrer, entre outros estão marcados ainda para esse ano, a Paramount Pictures é a mais confiante, já que de setembro a dezembro está com oito lançamentos programados, muito otimista. Animações como Trolls 2 e Scooby-doo nos EUA e alguns países foram para o streaming, mas no Brasil alguns títulos animados estão com seu futuro incerto, o fato de os estúdios de dublagem estarem paralisados não ajuda também. E ainda tem filmes menores que estão saindo em projetos como o Cinema Virtual e Petra à Lá Carte por exemplo, além da promessa da Downtown Filmes e Paris Filmes de disponibilizar seus grandes títulos do passado recente no retorno gradual das redes de cinema em nosso país, quando isso acontecer. Finalizando... tem alguns longas brasileiros que não tiveram nova data, dando a entender que estão de stand-by, só aguardando um retorno satisfatório das atividades culturais (Filmes do caso Richthofen e do Paulinho Gogó, por exemplo). Sem contar o Oscar 2021 adiado inicialmente em dois meses, saindo de fevereiro e indo para abril, mas em sua maioria são longas que não se encaixam nessa categoria de produções para as grandes massas  (Público pipoca).

Cine Drive-in de Brasília, inaugurado em 1973, único em atividade até hoje pré pandemia

Isso tudo deixa claro que não haverá retorno homogêneo e constante dos cinemas pelo mundo enquanto não houver vacina ou medicamento universal e de eficácia rápida para qualquer pessoa (O que vimos até agora que sim, temos medicamentos eficientes, mas que não trabalha igual ou perto disso em todos organismos, por isso a taxa de curados é enorme, mas as de morte é alta também, infelizmente).  Com essa questão somado ao receio das pessoas a irem em locais públicos, já que teríamos que ter uma confiança muito grande que as redes estariam seguindo todos protocolos de forma 100% eficaz todos os dias durante meses, porque um vacilo ou omissão em esterilizar algo seria bem ruim. Isso traz uma dúvida cada vez maior para as grandes distribuidoras, pois o adiamento mexe em uma grade que altera tudo em seu calendário, o que pode ser um prejuízo a longo prazo. Então você perde dinheiro agora, mas o contraponto seria pode ganhar em licenciados e posteriormente com vod e home-vídeo, já que um lançamento direto de um título forte em streaming não parece ser uma boa opção devido a pirataria. Outro ponto seria das críticas que os primeiros lançamentos sofreram ao estrearem a curto prazo pelas redes,  pois é evidente que não haverá cura tão cedo e a vida precisa seguir em algum momento e qualquer retorno desse tipo de segmento causará polêmicas e textões nas redes sociais, mas tem uma coisa... ninguém será obrigado a ir, não irá um cidadão do Cinemark da vida na sua porta te obrigando a sair de casa e ir a um cinema, as pessoas precisam fazer sua parte também, ninguém e obrigado a nada, não é porque os Shoppings abriram que você precisa ir lá sem necessidade, cada um é dono de si, não ficar jogando culpa sempre em terceiros. Resumindo, vai haver prejuízo sim, caso não aconteça algo extraordinário o ideal é não termos nenhum grande blockbusters saindo em 2020, mas cada empresa avalia suas perdas a curto ou a longo prazo e escolhe seu rumo. O ideal é usar esse segundo semestre como adaptação gradual sem pressa, para tentarmos voltar a uma "normalidade" em 2021, para que todos possam assistir os grandes lançamentos em frente as telonas.

obs.: Imagens retirada da internet (Reprodução)
 ____________________________________________________________________
 Dúvidas, sugestões, parcerias e indicações: contato.parsageeks@gmail.com

Comentários via Facebook

0 Comments:

Postar um comentário

Publicidade

ParsaGeeks

© ParsaGeeks - Desbravando Filmes e Séries – Nossos Brindes de Cinema (NBC) Grupo ParsaGeeks