sábado, 22 de fevereiro de 2020

Crítica Cinema | Luta por Justiça

(Temas fortes em uma abordagem crítica
By Alan David


Sinopse: Bryan Stevenson (Michael B. Jordan) é um advogado recém-formado em Harvard que abre mão de uma carreira lucrativa em escritórios renomados da costa leste americana para se mudar para o Alabama e se dedicar a prisioneiros condenados à morte que jamais receberam assistência legal justa. Ao chegar lá, Bryan se depara com o caso de Walter McMillian (Jamie Foxx), um homem negro falsamente acusado de um assassinato, mas que nunca teve uma defesa apropriada por conta do preconceito racial na região. Elenco ainda conta com Brie Larson, Rob Morgan, Tim Blake Nelson, Rafe Spall, O'Shea Jackson Jr, entre outros. Direção de Destin Daniel Cretton. Distribuição nacional da Warner Bros. Estreia 20 de fevereiro de 2020. Para assistir ao trailer, clique aqui.

Luta por Justiça (Just Mercy)


O longa é baseado em fatos verídicos sobre um advogado que revisa casos de pessoas condenadas a morte nos EUA, lá pelo final dos anos 80. Por isso os principais personagens interpretados são os envolvidos no inicio dessa ação, então fique até os créditos finais que lá são mostrados as fotos reais das pessoas da trama e também o que acontece depois dos eventos mostrados ao final do filme. A história retrata não só esses erros em alguns julgamentos para detentos a caminho da cadeira elétrica na jornada do jovem advogado Bryan Stevenson, como também o racismo e o próprio tema da execução de presos em alguns estados americanos são alguns dos temas abordados ao longa da narrativa. Tem muitos assuntos com tempo para ser contado, já que é uma produção longa, quase duas horas e vinte minutos para retratar essa abundância de situações que são discutidas e ainda acontecem até hoje.


A retratação de tudo que envolve Luta por Justiça parte de uma visão mais técnica, chegando a ser documental. Ao longo das idas e vindas nas tentativas do jovem Bryan em ajudar os detentos, a jornada dele chega a ser linear. A forma contada vai muito do interesse por todos os assuntos abordados no filme, pois são muitas conversas reflexivas, assim como de cunho advocatício. Nesse meio tempo acontecem cenas de racismo não só aos acusados... como contra o povo negro em geral, mostrando uma intolerância racial inaceitável que chega-se a criar ranço da justiça americana nessa história. O foco do filme é bem crítico e aperta a ferida da sociedade intolerante e na "justiça" que só pende para um lado. Mesmo assim, o roteiro decide nas partes que parece que vai chocar devido a violência e preconceito, não focar tanto nisso... você sabe que o que está acontecendo, só que visualmente a edição prefere não explorar muito... ficando assim uma teoria de fatos, deixando o público pensativo pelos assuntos abordados. Como visto, tudo segue muito uma narrativa teórica que só vai dar uma esquentada perto do final nas cenas do tribunal e assim fechando de uma forma muito aceitável... com um roteiro que soube terminar sua história, mesmo sendo evidente que não é um longa fácil de acompanhar e se manter ligado até o final... precisa de um esforço sentimental ou de interesse nessas abordagens mais sérias e técnicas.
 

A produção em si é bem simples com cenas em sala de visitas no presídio, celas de prisão, escritórios, ambientação de pequena cidade, além dos tribunais é claro. Consegue te deixar bem familiarizado com aquilo tudo. Somando também a sua trilha sonora, o longa não tem como foco nada que não seja os diálogos fortes e situações que se auto explique as motivações dos personagens. Por isso, nesse quesito em trabalhar nos objetivos dos protagonistas é bem dirigido. Sobre o elenco... Michael B. Jordan não consegue expressar bem alguém mais puro e sonhador, ele tem um perfil muito marrento que se encaixou bem em outros trabalhos, só que aqui ele não consegue o máximo que o personagem precisava. Jamie Foxx está bem, tem boas cenas e diálogos. Brie Larson a cada trabalho fico com a impressão que 'O Quarto de Jack' no qual ela ganhou o Oscar de melhor atriz foi uma exceção, após isso só vem acumulando más atuações, aqui não é diferente, já que ela não consegue impor carisma em suas interpretações. Destaque vai para Rob Morgan, com um cunho emocional muito bom em seu personagem. Os outros sem grandes destaques, apenas cenas pontuais boas, são Rafa Spall e Tim Blake Nelson. Luta por Justiça não é uma história fácil de acompanhar. Ele foca em assuntos complicados e os aborda de forma lenta e bem didática. Somente entrega dinamismo e um maior ênfase em seus temas mais para o final, precisando muito que você se interesse pelas abordagens narrativas até chegar nesse momento, isso acontecendo... vira uma boa experiência cinematográfica.

Obs.: Biografias de atores e filmes IMDB. As imagens foram disponibilizadas pela assessoria da distribuidora do filme.
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