sábado, 25 de janeiro de 2020

Crítica Filme | História de um Casamento

(Separação gradativa
By Alan David


Sinopse: Nicole (Scarlett Johansson) e seu marido Charlie (Adam Driver) estão passando por muitos problemas e decidem se divorciar. Temendo que o filho deles, o pequeno Henry (Azhy Robertson) sofra as consequências da separação, o casal decide que este seja um divórcio amigável. Porém, a convivência forçada entre os dois acaba criando feridas que talvez nem o tempo seja capaz de curar e a entrada de advogados nessa história só vai deixar as coisas mais tensas. Elenco também conta com Laura Dern, Alan Alda, Ray Liotta, Julie Hagerty, Merrit Wever, entre outros. Direção de Noah Baumbach. Produção e distribuição nacional da Netflix. Estreia exclusiva no streaming em 06 de dezembro de 2019. Para assistir ao trailer, clique aqui.

História de um Casamento (Marriage Story)


A temática da separação com todos seus estágios e instâncias por si só são coisas complicadas, mas colocar em tela não é uma fórmula ruim se bem argumentada. Em ‘História de um Casamento’ filme exclusivo do streaming da Netflix e com 6 indicações ao Oscar 2020... tudo é questão de paciência, o roteiro vai cozinhando as situações e mostrando ambos os pontos de vista do casal, determinando os rumos e motivações de cada um para aquela situação de fim de casamento. Tudo isso somada ao comportamento individual e familiar com o garoto Henry. Uma coisa que o roteiro faz muito bem é mostrar sob perspectiva dúbia ambos os comportamentos, tanto de Charlie, como da Nicole. Horas você dá razão a um, outras você acha quem está certo na relação é o outro. Assim a trama vai caminhando de forma lenta, onde os diálogos são a maior chave para que tenhamos um desenvolvimento satisfatório, por isso é muito importante focar nos diálogos em cena para que o envolto faça sentido, pois não é um filme que se pegue logo de cara, claro que pessoas que passaram ou passam por essa situação tenham um apelo emocional maior com a jornada de rompimento do casal.

 
Como já dito, os pontos de vistas mostrados são o que de melhor pode se absolver da trama. Além disso, a forma com que Charlie se comporta com essa separação e mesmo a comunhão do casal em vários momentos são meio que analogias de uma situação litigiosa menos agressiva, pelo menos até a entrada de advogados na história. A parte mais judicial até que não dura muita e se mostra menos importante em prol de explorar o lado de Charlie e Nicole, sendo que ambos protagonistas... tirando uma cena, não temos aquelas explosões e discussões exacerbadas de matrimônio sendo rompido. As doses são certeiras em pequenas coisas como o filho não está adaptado a vida distante do pai, uma mudança de visual, compromissos que não batem como o do outro e por aí vai... Aqui a questão é mostrar que casamentos podem implodir sem grandes impactos visíveis, mas que podem ser tão nocivos quanto algo mais explosivo, só que a forma de lidar pode ser mais civilizada e sem deixar grandes estragos, ainda mais que tem uma criança no meio disso. Nesse vai e vem de curtos acontecimentos a situação vai evoluindo até o inevitável e dando a conclusão de acordo com o que o casal era com toques dramáticos, ao mesmo tempo de comunhão e respeito que não vemos em muitas situações iguais. Uma boa jornada para se pensar e evoluir como ser humano.
 

As locações são praticamente todas dentro das casas dos protagonistas e do escritório da advogada Nora, então não se tem grande destaque nesse quesito, só que flui bem. A trilha sonora é bem melancólica, não só por está havendo uma separação, mas também por ser um casal menos expansivo e as situações não serem extremas, então fica aquela mistura de tristeza e tensão casual. A direção consegue manter bem um ritmo que não é fácil, sendo Noah Baumbach um diretor de trabalhos anteriores que mexe muito com a personalidade dos personagens e com isso deixá-los atuarem em grandes diálogos e desenvolvimento, nisso é bem funcional. Sobre o elenco... Adam Driver impressiona como caiu bem no que seu papel pede, seu jeito estranho de atuar consegue se sobressair em cena e com situações que roubam os holofotes da sua colega co-protagonista em vários momentos. Scarlett Johansson tem uma personagem muito interna, ela não é expansiva e tenta em poucos momentos demonstrar suas dores, ao mesmo tempo o carinho com seu ex-marido, mérito da atriz em conseguir expandir isso em tela. Laura Dern realmente tem moral com as premiações, pois basta ela ter uma mínima participação em algum filme que ela já consegue indicações. Aqui não vi nada demais, sua personagem advogada tem por características próprias um jeito de se comportar que a atriz não precisa de muito esforço e consegue lidar com suas poucas cenas e falas de forma satisfatória, apesar que o arco advocatício da trama não tem uma boa fluência narrativa, principalmente no final. História de um Casamento é uma obra de diálogos que mostra gradativamente uma separação sem grandes alardes, mas causando dores em ambos os lados e nisso um desenvolvimento lento... só que eficiente em apontar como aquele casamento foi se deteriorando, e a forma como o roteiro resolve essa situação é bem interessante de assistir e oferecendo boas atuações individuais.

Obs.: Biografias de atores e filmes IMDB. As imagens foram disponibilizadas pela assessoria da distribuidora do filme.
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 Dúvidas, sugestões, parcerias e indicações: contato.parsageeks@gmail.com

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