domingo, 11 de agosto de 2019

Crítica Cinema | Rainhas do Crime

(Tropeçando nas próprias ideias)


Sinopse: Nova York, 1978. Com suas casas de penhores, lojas de artigos eróticos e bares de péssima reputação, os 20 quarteirões entre a 8ª avenida e o rio Hudson dominados pela máfia e conhecidos como Hell’s Kitchen nunca foram um bom lugar para se viver. Porém, para Kathy, Ruby e Claire, esposas de mafiosos vividas, respectivamente, por Melissa McCarthy, Tiffany Haddish e Elisabeth Moss, as coisas estão prestes a ficar ainda mais complicadas. Quando seus maridos são presos pelo FBI, elas têm que assumir as rédeas do negócio, cuidando das falcatruas e eliminando a concorrência... literalmente. No elenco ainda temos:  Domhnall Gleeson, James Badge Dale, Brian d´Arcy James, Common, entre outros. Direção de Andrea Berloff; Distribuição nacional da Warner Bros.

Rainhas do Crime (The Kitchen)


O roteiro é uma adaptação dos quadrinhos do selo Vertigo da DC Comics que tem como objetivo a troca de posições entre homens e mulheres, usando como cenário uma Nova Iorque de 1970, onde o crime atingia ápices de violência. Nesse quadro a ideia é mostrar uma mudança de lugares, valores e empoderamento dentro de uma grande subversão comportamental. Ai temos um problema, já que o longa não lhe dá cinco minutos para mostrar o quanto essas mulheres dentro de uma submissão se tornaram o que são dentro da história, uma narrativa bem acelerada que com pouca coisa... vira a chavinha... E mulheres que nem sabíamos como se comportavam direito, passam a liderar o que seria uma "milícia" em cima de um banho de sangue e contravenções. Durante toda a narrativa, temos uma confusão grande do que a trama quer entregar... Já que colocam as mulheres com poder total, tentando provar que não precisam de homens (Frase mais dita durante todo o filme) para causar violência sobre o pretexto de proteção; ao mesmo tempo se força a necessidade delas em ainda precisar de homens, quando não precisava, exemplo ao precisar de capangas, um chefão aliado de outra máfia ou um interesse romântico de uma das três mulheres (Claire, Elisabeth Moss) para defende-las e salvá-las o tempo todo, roteiro tropeça nele mesmo. Para compensar essa salada de incoerências, tenta passar um ar Tarantinesco, com sangue e mortes chamativas, mas na verdade entrega tudo tão confuso que ao final de pouco mais de uma hora e quarenta, você ainda se pergunta... O que esse filme queria mesmo...


Violência exacerbada, talvez seja isso... Pois dita o ritmo de toda narrativa, mas algumas coisas chamam atenção, além da inversão de papéis no poder do crime. A personagem de Moss, realmente troca a chave mental em uma forçada tremenda que do nada ela virá algo pior e se justificando em coisas que não foram mostradas, isso deixa a empatia de lado, você acaba vendo só uma maluca. Veja bem, o problema não é você ter mudança de papéis, mostrarem o empoderamento ou contar uma alteração de atitudes dentro de uma superação... Para fazer sentido e trazer você para o lado dessas pessoas... Precisa de um contexto, não só o meio, precisa saber começar e terminar. Ainda temos alguns outros erros, como entrar em alguns temas delicados como racismo, só que ai vai e derrapa de novo, aliás, entregando um plot twist lamentável e piorando a imagem dos personagens em questão, além das próprias protagonistas se contradizerem o tempo todo, levando a crer que tudo está mal escrito e desenvolvido para a proposta do longa. Parte técnica é outro problema, no quesito figurino, fotografia e direção de arte... são boas; em compensação, traz uma edição confusa e uma trilha sonora que parece uma playlist do Spotify... Músicas conhecidas entrando tudo fora de hora (Lembrou o filme do Esquadrão Suicida). No elenco, todas sucumbem nessa trama mal feita, só que Elisabeth Moss é a que mais sai prejudicada e entrega uma atuação ruim, aliás, todo mundo está mal nessa história toda. Rainhas do Crime tenta mudar os papéis, mas o que consegue é um roteiro mal adaptado, bagunçado, mensagens erradas, personagens confusos e contraditórios dentro de uma história que mais se segura em visual e cenas de mortes do que realmente contar algo que preste...

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