quinta-feira, 14 de março de 2019

Crítica Cinema: Vingança a Sangue-Frio

(Roteiro esburacado, mas bem humorado)


Sinopse: Nels (Liam Neeson, As Viúvas) é um homem pacato que trabalha com seu caminhão de remoção de neve, vivendo tranquilo e monotonamente com sua família (Esposa interpretada por Laura Dern, O Conto). Sua vida muda completamente quando seu único filho morre nas mãos de traficantes. Agora Nels quer vingança e vai deixar uma trilha de corpos até chegar ao chefão Trevon 'Viking' Calcote (Tom Bateman, Assassinato no Expresso do Oriente). Elenco ainda conta com John Doman, Tom Jackson, Emmy Rossum, entre outros. Direção Hans Petter Moland (O Cidadão do Ano) e distribuição brasileira pela Paris Filmes.

Vingança a Sangue-Frio (Cold Pursuit)


Versão britânica do original norueguês O Cidadão do Ano (2014). Esses remakes de outros países sempre são vistos com desconfiança, alguns ficam piores como Oldboy (2013)  que veio do homônimo sul-coreano (2003)... ou bem decentes como Amigos para Sempre (2019) que veio da produção francesa 'Intocáveis'. Isso é apenas dois exemplos de inúmeras vezes que isso acontece... e podem ser obras bem sucedidas ou não. O curioso que aqui é o mesmo diretor em ambos longas, então se espera uma fidelidade ou uma adaptação correta, mas pelo visto não, pois são furos e furos, mas com um humor interessante. Não vi a versão norueguesa, então não sei quais as diferenças, mas acho difícil ter tantos problemas assim, às vezes, o fato das adaptações para os dias atuais e o país do remake, acaba mudando o rumo do roteiro original.


Tem um inicio lento e arrastado, parece que todos estão com sono. Depois da morte do filho do Nels (Neeson) as coisas prometem esquentar, pois o que você espera quando se tem um filme que mexem com a família de um personagem do Liam Neeson? Ação, tiros e mortes para tudo que é lado. Até que começa assim, depois para, pois o roteiro vai incluindo outros núcleos, dando importância a relacionamentos que não colam e inserido ou se livrando de personagens do nada. Dois exemplos... O Primeiro temos Laura Dear que não acrescenta absolutamente nada a história e some, já no segundo tem um assassino de aluguel que parecia ter uma subtrama, mas simplesmente se livram dele na cena seguinte e fica por isso mesmo... Até o protagonista some no meio do filme porque a trama foca em um grupo que surge do nada e são mal desenvolvidos, como qualquer um nesse filme. Fora isso, alguns furos de roteiro e narrativa que comprometem um andamento conciso. Então vem o diferencial para não tornar a experiência desastrosa para quem assisti... O humor, bem sacado, muitas vezes inteligente e outros bem pastelões como cenas de morte ou diálogos nonsense. Além disso, a cada morte temos um contador com o nome do personagem e o símbolo que o representa, coisa que fica mais divertida quando temos uma sequência de mortes. Isso acaba prendendo sua atenção, mesmo percebendo vários defeitos narrativos.


A fotografia é de montanhas cobertas de gelo, assim como a direção de arte... tudo muito rústico. Tem umas trilhas sonoras chatinhas para algumas ocasiões que você acaba acostumando com o tempo. As mortes são lentas, estranhas ou divertidas, com um ar meio shakespeariano, pelo incrível que pareça. Para fechar a parte técnica, a montagem é um desastre, vai deixando peças no caminho, apesar de você ainda entender o plot principal e dele não sair. Sobre as atuações, deve ser o frio do local das gravações, pois todas são bem lentas, até o Liam Neeson que já tem um jeito mais parado de atuar, ficou pior. Tirando ele, nenhum outro personagem tem carisma ou você se importa, inclusive uma criança que ganha uma subtrama com o protagonista no final absolutamente do nada para variar.  Vingança a Sangue-Frio é um curioso caso aonde o humor se destaca ao invés da ação e do drama, pois temos inúmeras subtramas enfiada goela abaixo de quem assiste e não desenvolve ou deslancha uma, mas em compensação você se diverte com tantas cenas engraçadas e até pastelões, ainda que não fosse à ideia original do filme. Fica com regular porque mesmo com esses predicados divertidos, abusa de um roteiro estropiado e esburacado.
 
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