terça-feira, 5 de março de 2019

Crítica Cinema: Capitã Marvel

(Uma aventura introdutória em pró de um outro filme)


Sinopse: No planeta Kree, Carol Danvers (Brie Larson, O Quarto de Jack) treina para ser uma militar e lutar contra os Skrulls (Raça alienígena inimiga dos Krees) e sofre com problemas para se lembrar da sua origem. Após uma emboscada, ela é capturada e vai parar acidentalmente na Terra aonde encontra com Nick Fury (Samuel L. Jackson, Os Oito Odiados) e a S.H.I.E.L.D. Agora Danvers vai recobrando sua memória ao mesmo tempo em que precisa impedir os Skrulls liderados por Talos (Ben Mendelsohn, Rogue One: Uma História Star Wars) dominem o planeta, mas o poder deles de se transformar em qualquer pessoa, coloca em xeque em quem se pode confiar. A nova produção da Marvel Studios ainda conta no elenco com Jude Law (Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald), Clark Gregg (Agentes da S.H.I.E.L.D), Annette Bening (Beleza Americana), entre outros. Direção e Roteiro de Anna Boden e Ryan Fleck. Distribuição brasileira pela Disney/Buena Vista. Para mais curiosidades sobre o filme, clique aqui.

Capitã Marvel (Captain Marvel)


Os filmes da Marvel Studios são voltados a um universo compartilhado com base no humor e ação, mas quando ser engraçado não é a prioridade, temos um teor social importante como em Pantera Negra ou um final inesquecível aonde o vilão vence em Vingadores: Guerra Infinita. Em Capitã Marvel esperava-se abrir um novo caminho, ser a ponte para a esperada quarta fase da produtora, mas as coisas não funcionaram bem assim. A história se inicia no espaço com relances de flashback, insistindo em contrapontos entre o personagem de Jude Law e da Brie Larson, tentando emplacar algo como guerra dos sexos, quando na verdade não consegue devido a química nula entre os dois que já fica claro nas primeiras cenas. Essa parte espacial se resume muito como o local que a heroína aprendeu a lutar, mesmo na cena da emboscada, as justificativas de ambos os lados (Kree e Skrull) são apenas uma escada para a trama prosseguir na Terra. A tão esperada batalha do espaço e rivalidade entre esses planetas alienígenas foi descartada e os acontecimentos mais a frente deixa mais claro que nem se pensava em explorar essas histórias mais afundo, nisso decepcionou.


Na Terra as coisas melhoram bem, principalmente em pontos individuais. As referências dos anos 90, ambientação e funcionamento  das coisas na época são bem feitas e exploradas de forma satisfatória, muitas trazem até um humor natural as situações. Falando em humor, essa é outro problema... O roteiro fica tentando ser bem humorado e simpático a todo o momento, não são poucas às vezes que pendem a esse lado, mas devido a Brie Larson está muito longe de ser a pessoa para esse tipo de cena... Se não fosse pelo Nick Fury e o gato Goose, negócio desandava, eles salvam nesse quesito. Tirando essas partes, tudo segue muito normal, tem uma ação boa ali, mais um fragmento do passado da Capitã aqui e assim vamos até que o verdadeiro inimigo é revelado, só que é um inimigo de proporções minima. A tão grande ameaça que muito se esperava que ditasse o ritmo da nova fase Marvel é descartada em um plot que realmente quebrou as expectativas de algo meio Invasão Secreta. Quem não leu os quadrinhos ou não tinha essas expectativas não deve se incomodar, vai apenas achar normal para um filme de aventura da vez com troca de vilões. Falando neles, a ideia de não confiar em ninguém que traz uma tensão e lutas inesperadas, não se tem tanto como esperado, apesar que a cena do trailer na que ela soca uma velhinha... completa é a melhor ação que tem no filme.


Lendo tudo que eu disse até agora fica parecendo que o filme é um desastre, a pior coisa que a Marvel Studios já fez... Não, nem perto disso. Vamos fazer uma comparação para entender o porque de tantas observações indo na contramão. Vislumbre assim... Vingadores: Guerra Infinita a expectativa era de uma consagração épica de dezoito filmes desde o Homem de Ferro (2008) e chegou na hora entregou o esperado e ainda com sobras. Capitã Marvel devido ao seu potencial cósmico, uma heroína poderosa que mostrasse a força feminina que cresceu muito nos cinemas pós Mulher-Maravilha e ainda a introdução real dos Skrulls e Krees... era esperado algo mais profundo e contudente... Só que na verdade a sensação foi de assistir Capitão América: O Primeiro Vingador (2011) e Thor (2011), que são introdutórios, apenas preparando para Vingadores (2012), aqui é tudo sem grandes consequências e fechado em uma simples ponte para Vingadores: Ultimato. A promessa de algo épico do primeiro filme de uma heroína solo da Marvel Studios ficou resumido a ser prelúdio do próximo longa do MCU que chega em menos de dois meses aos cinemas. Outra coisa, agora relacionando a Han Solo: Uma História Star Wars (2018) não tem como explicar melhor (Mesmo não assistindo Han Solo, você vai entender), durante a trama está cheio de respostas bobas a coisas que pareciam ser mais interessantes, mas em Capitã Marvel fica pior, pois são respostas a perguntas que queríamos saber, não como no derivado de Star Wars, que ninguém nunca se importou tanto pelo foi respondido por lá. Enfim... Não teve um momento de empolgar, a melhor coisa (pasmem, sqn) é a primeira cena pós-crédito que faz o link mais do que diretamente a Vingadores: Ultimato que foi a única hora que deu uma adrenalina momentânea, falando nisso, tem essa e mais outra cena, para quem assistiu Homem-Formiga e a Vespa, o conteúdo das duas é naquela pegada.


A direção de arte é boa, apesar que tem umas partes escuras que deixam uma fotografia não tão nítida, mas você compra que está em outro planeta e depois que está na Terra dos anos 90. Os efeitos nas partes de lutas corpo a corpo, cenas com naves, explosões e etc... tudo é bem feito, principalmente quando ela invoca energia e tal. Sobre o rejuvenescimento do Samuel L. Jackson e visual dos personagens em si... é nível MCU de qualidade, mas na hora de cenas dela voando, fica estranho, vai ter uma parte dela caindo muito mal feita e a batalha final você vê efeitos melhores em CG de games por aí... . Fechando a parte técnica, tem boa edição, não vi furos, até porque tudo muito normal e na parte de trilha sonora não chamou atenção e nem desagradou. Vamos as atuações... Brie Larson deixa a desejar, quando precisa ser séria ela entrega, mas falta carisma e simpatia para ser um personagem que agrade como super heroína, já tinha desconfiado dela em Kong: A Ilha da Caveira, parece que filme de aventura não é muito a praia dela. Samuel L. Jackson segura e salva o filme junto com o gatinho Goose, a dobradinha (Sim) entre os dois e qualquer um que eles interagem do elenco (Fora Larson) trazem uma simpatia e graça que falta muito na protagonista. Ben Mendelsohn foi melhor do que esperava, mesmo tendo uma mudança no rumo do seu personagem, foi bem. Agora o restante... Jude Law resumido a um personagem que prometia ser algo que não era e só serviu para fazer ceninhas de quem manda mais o homem ou a mulher nas partes dela com a Capitã (Nem entro no mérito de empoderamento, porque a falha na química entre os  personagens prejudicou todo o resto envolvendo a subtrama deles), vai ter uma cena final entre os dois que é bem forçada e previsível, desperdiço de ator, assim como Annette Bening que está resumida a flashbacks rápidos e hologramas mentais. Restante do elenco... ou aparecem pouco ou não acrescentam muito a trama como se imaginava. Capitã Marvel se esperava algo épico que mudaria os rumos dos filmes da Marvel, mas na verdade entregou algo introdutório e apenas um prelúdio para justificar sua participação em Vingadores: Ultimato. Em um filme como um personagem cósmico e com um potencial de uma Capitã Marvel, as melhores coisas foram um cara que você já viu em inúmeros filmes da Marvel, um gato e uma cena pós crédito... então faltou algo aí. Como filme de aventura simples ficou bom, não é porque a expectativa esperada não foi entregue que seja ruim, mas lamento o desperdício no potencial de história que poderíamos ter em pró de um outro filme. Como podem vê apenas entrei no mérito do longa-metragem em si, nada de rivalidade Marvel e DC ou questionar porque é filme de protagonismo feminismo em filme baseado em quadrinhos, nunca vejo isso, apenas a produção como um todo, assistam e tirem também suas conclusões, tem coisas mais importantes para se brigar.
 
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