sexta-feira, 21 de março de 2025

Crítica Cinema | O Melhor Amigo

(Poderia se jogar mais)


O Melhor Amigo tem a direção de Allan Deberton e um grupo de roteiristas formado por André Araújo, Otávio Chamorro e Raul Damasceno, Deberton constrói uma trama funcional e prática, que traz elementos de drama e comédia a uma jornada de descobrimento. A história permite que Lucas se livre das amarras da autossabotagem, tomado por sentimentos inesperados que dão origem a uma paixão platônica e oculta.

O filme quer mostrar tudo e nada ao mesmo tempo, e isso é um dos problemas. Além disso, reforça novamente o estereótipo de que o homem gay está sempre à procura de pegação, sexo fácil em aplicativos e noites em boates. A história parece apenas reproduzir o que outros filmes do gênero já fizeram.

O filme tem um apelo cômico com as personagens drag queens, o que até funciona bem, trazendo piadas, dança e gírias do meio. Porém, os personagens não têm desenvolvimento algum na trama, assim como outros coadjuvantes que entram e saem de cena sem qualquer aprofundamento ou contexto.

O longa tenta até ser um musical em alguns momentos, porém fica nítido que estão dublando – e mal, por sinal. A falta de sincronia é evidente, além da qualidade do áudio estar limpa demais e sem ruído, mesmo quando as músicas são cantadas em público. A dança genérica também não se encaixa. A fotografia entrega o suficiente, pelo menos, sem explorar muito os enquadramentos e os cenários.


O filme mostra talvez uma realidade ou está muito estereotipado e até forçado, com o rapaz estilo gogo boy, a gay afeminada, o gay sem amor-próprio e o gay gordo, que só servem como alívios cômicos.

Faltou coragem para assumir ser um filme LGBTQIA+ e um musical de fato. O Melhor Amigo vai agradar ao público por várias cenas divertidas e personagens caricatos, ou até mesmo fazer alguns gays se identificarem com a história e os personagens, porém é um filme que não se entrega como deveria.


Sinopse oficial: 
Na praia de Canoa Quebrada, o reencontro entre Lucas e Felipe faz acender antigos desejos. Enquanto Lucas se joga neste paraíso solar e musical, em busca de uma paixão ardente e incerta, Felipe, com sua presença sempre tão misteriosa, parece escorregar por entre os dedos. Direção: Allan Deberton. Estreia nos cinemas brasileiros, 13 de março de 2025 pela Vitrine Filmes com o selo Sessão Vitrine Petrobrás.

Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação/Biografias usadas são da IMDB.
  ____________________________________________________________________
 Dúvidas, sugestões, parcerias e indicações: contato.parsageeks@gmail.com

Comentários via Facebook

0 Comments:

Postar um comentário

Publicidade

ParsaGeeks

© ParsaGeeks - Desbravando Filmes e Séries – Nossos Brindes de Cinema (NBC) Grupo ParsaGeeks