sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Crítica Cinema | Máquina do Tempo (Lola)

(Diferente e de ideias originais)


Este filme pode ser considerado bom, até muito bom, desde que o espectador consiga superar uma série de características pouco usuais neste momento do cinema comercial. Breve detalhe: é em preto e branco (não nas cores habituais); em formato reduzido (que, por momentos, faz lembrar aqueles antigos de Súper 8 ou 16 mm de medida nos fotogramas); tem um ritmo que, se bem não é devagar, também não é acelerado, como provavelmente estamos acostumados. Com uma edição especial (Colin Campbell), e uma duração de 79 minutos, possui uma trama que, inicialmente instalada em Sussex, Inglaterra, em 1969, vai se deslocar ao longo do filme até 1941.

Duas mulheres, Thomasina (Emma Appleton) e Martha (Stefanie Martini), conseguem uma façanha em matéria de comunicações, uma espécie de milagre tecnológico: por meio de uma estranha máquina que chamam “Lola”, captam sons e imagens, de rádio e televisão do… passado. Esse fenômeno, bastante desnorteante, permite assistir a emissões inicialmente triviais ou vinculadas com a música dessa época. Também maravilhas e horrores derivados das ações humanas. Porém, aos poucos, elas avançam na descoberta e passam a obter transmissões significativas em matéria política e até de segurança e relações internacionais.

Dado que, nesse momento, Inglaterra está em guerra contra a Alemanha nazista e é bombardeada intensamente, poder ver com antecedência determinados assuntos bélicos, passa a ter relevância significativa. Ainda mais: aparece a possibilidade de influenciar em tais acontecimentos. Incapacitadas de ocultar a descoberta, o filme se desloca para conspirações de índole militar, com consequências na vida de grande número de pessoas.


Simultaneamente, vão se alternar e suceder sentimentos, sexualidade, reflexões sobre ciência e afins (“as ondas de sonido nunca morrem”; alimentação saudável), a liberdade e a vida (por exemplo: apesar de alguém ser uma pessoa brilhante, não por isso, deve se engrandecer em demasia por esse brilho que sai de si mesmo). E essa faculdade de antecipar o que pode ter acontecido historicamente começa a produzir mudanças drásticas em ações muito importantes da guerra. Favorece a Inglaterra de modo que resulta decisivo. Porém, em determinado momento, Lola começa a fugir do controle e aquelas mudanças terão um rumo diverso ao esperado, também surpreendente.

Como dito no início deste texto, com esses elementos, o filme Lola resulta estranho e, também, inteligente, porque traz ideias pouco habituais como voltar ao passado e modificar o já sucedido. Embora possa fazer lembrar alterações do tempo como as de “2001: uma Odisseia no Espaço” “Terminator - Exterminador do Futuro” ou “Regresso ao futuro”, Lola conserva um caráter original, diferente. Para chegar até lá, além dos atores e atrizes e a já citada editora, trabalharam muito bem Andrew Legge (diretor debutante em longas metragens e corroteirista com Angeli Macfarlane), Oona Menges (fotografia) e Neil Hannon (música). E, por sua parte, o espectador para recepcionar positivamente a Lola, deverá se adequar a esta obra insólita e valiosa. Máquina do Tempo (Lola) é diferente, que poderá ser apreciado por um público especial que aceite linguagem cinematográfica inusual para os dias de hoje e ideias originais.


Sinopse:
As irmãs Thomasina (Emma Appleton) e Mars (Stefanie Martini) criaram uma máquina que usa as frequências de transmissão do rádio e da televisão para captar sinais gerados no futuro. Como o ano é 1940 e a Segunda Guerra está em seu auge, a criação delas acaba sendo descoberta pelo governo, que logo as força a captarem notícias e transmissões futuras das movimentações de exércitos dos países do Eixo. Por mais que as interferências no tempo deem certo algumas vezes, o novo encadeamento de fatos acaba prevalecendo e a tragédia assume proporções nefastas. Direção: Andrew Legge. Estreia nos cinemas brasileiros dentro do Festival Filmes Incríveis no Reag Belas Artes de 01 até 14 de agosto.

Imagens para divulgação fornecidas por assessorias ou retiradas da internet 
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