sábado, 29 de junho de 2024

Crítica Cinema | Ninguém Sai Vivo Daqui

(Um Mergulho Aterrador na Crueldade Humana)


Ninguém Sai Vivo Daqui (2023), drama psicológico brasileiro com toques de terror, dirigido por André Ristum, se destaca como um filme visceral e perturbador que explora os cantos mais obscuros da natureza humana. Baseado em fatos reais ocorridos no antigo Hospital Colônia, em Barbacena, Minas Gerais, e usando como principal base para o roteiro o livro Holocausto Brasileiro, da jornalista Daniela Arbex, bem como, adaptando episódios da série televisiva Colônia, o longa-metragem nos convida a mergulhar em um passado sombrio marcado por negligência, sofrimento e morte.

O filme acompanha a história de Elisa (Fernanda Marques), que após ficar grávida do namorado e se negar a casar com um senhor mais velho como seu pai queria, é internada no Colônia. Lá, ela se depara com um ambiente cruel e desumano, onde pacientes são submetidos a torturas físicas e psicológicas, privados de seus direitos e tratados como animais.

Fernanda Marques entrega uma performance de tirar o fôlego como Elisa, capturando com maestria a dor, o medo e a fragilidade da personagem. Seu trabalho é um dos pontos altos do filme, conferindo veracidade e emoção à história. Os demais membros do elenco, como Augusto Madeira, Andréia Horta e principalmente, Rejane Faria, também contribuem para a riqueza da narrativa com suas atuações.

A direção de André Ristum é precisa e eficiente, criando uma atmosfera claustrofóbica e opressiva que prende o espectador do início ao fim. O longa é todo filmado em preto e branco, a trilha sonora é sombria e a encenação realista, o que transporta o público para dentro do Colônia, fazendo-o sentir o peso da crueldade que ali impera.


O filme não se contenta apenas em entreter, funcionando como uma denúncia poderosa das atrocidades cometidas no Hospital Colônia, um capítulo obscuro da história brasileira que precisa ser lembrado e combatido. Ao trazer à tona essa realidade cruel, somos convidados a refletir sobre os perigos da negligência, da violência institucional e da violação dos direitos humanos.

Para muitos não será um filme fácil de assistir. É incômodo, mas necessário. As cenas de tortura e sofrimento podem gerar gatilhos e a história pode ser vista como indigesta para alguns espectadores. No entanto, é importante ressaltar que a intenção do filme não é chocar gratuitamente, mas sim despertar a consciência do público para a importância da justiça, da compaixão e da luta contra a crueldade. Ninguém Sai Vivo Daqui é um filme recomendado para quem busca uma experiência cinematográfica visceral e reflexiva, que nos convida a enfrentar a escuridão da natureza humana, mas que também nos oferece uma luz de esperança na luta por um futuro melhor.


Sinopse oficial: 
No começo dos anos 70, a jovem Elisa é internada à força pelo pai no Hospital psiquiátrico Colonia, por ter engravidado do namorado. Após passar por muitos abusos, Elisa, junto com outros colegas injustiçados, lutarão para encontrar uma maneira de fugir dessa sucursal do inferno. Direção: André Ristum. Estreia nos cinemas brasileiros, 11 de julho pela Gullane.

Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação/Biografias usadas são da IMDB.
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