(Elementos do gênero aplicados de forma correta)
By Alan David
A produtora A24 dificilmente entrega um longa de terror ou suspense que seja fraco, e fora que sempre cria situações e cenas que ficam difíceis de esquecer. Fale Comigo tem tudo isso, pois existe um artefato que é uma mão cheia de escritas, o que rende um grande marketing em cima disso, somados a duas frases no longa, uma delas é “Fale Comigo”, a outra é a aceitação da pessoa para receber o espirito. Claro que também entrega os clichês do gênero... como jovens morrendo, sofrendo, gritando e se machucando (alguns de formas agoniantes de se assistir, como aqui nesse filme), e por fim, gore, mas não um gore jogado ali de qualquer jeito... o sangue exagerado, fraturas expostas aqui nessa trama são usados no momento certo, dentro de uma tensão, justificativa e narrativa ali rodando de forma correta, o que desperta um incômodo e traz o atestado de qualidade não só visual, como teatral de como funcionam corretamente cenas assim.
Sinopse oficial:
Fale Comigo (Talk to Me)
A trama por si... é básica, existe uma mão que ninguém sabe exatamente de onde veio... que é um portal de comunicação com espíritos, e isso, como todo artefato linha direta com os mortos, vai parar sempre nas mãos de jovens. Aqui eles usam como diversão e sabem exatamente no que estão mexendo, o problema é quando esse contato espiritual sai errado e esses mortos querem na verdade as almas dessas pessoas, a coisa desanda. Nessa pegada temos a protagonista Mia (Sophie Wilde) ela é a primeira a ser testada dos jovens que nos são apresentados, e sua interação com a mão maldita vai desencadear uma série de situações que atinge alguns personagens de forma tensa, cômica ou vergonhosa... mas um jovem especifico vai comer o pão que o diabo amassou na “mão” dessa coisa, e nele terá as cenas mais tensas e pesadas do filme. A narrativa é um jogo de ilusões e alguns sustos, até que o grupo percebe que tem que desfazer a maldição, nisso a Mia sente-se culpada pelas coisas que estão acontecendo... e vai tentar reverter, só que ela também tem seus problemas, e isso dita bem o ritmo das coisas, causando um final interessante, mesmo deixando algumas pontas soltas ou dúbias.
O roteiro pega o básico do gênero e repagina para focar no terror apenas quando necessário, e isso demora um pouco a engrenar, mas depois a coisa anda muito bem e entrega o melhor que o “terror moderno” pode oferecer, e por ser tiro curto de uma hora e meia, podiam ter um inicio mais dinâmico pelas armas narrativas que tinha, mas optou em dar uma visão mais “vida louca” aos personagens no inicio, já que ao contrário de muitos filmes, eles estavam cientes que podiam receber os mortos em seus corpos, então neste sentido, é uma forma criativa de apresentar possessão, para aí sim, como esperado de qualquer longa de terror... dar tudo errado depois, sempre dá neh? O elenco é aquele jovem de sempre, gostei das protagonistas femininas, pois uma é antítese da outra de como lidar com aquela mão maligna, no caso, a Mia (Sophie Wilde) e Jade (Alexandra Jensen) foram bem nesse quesito. Fale Comigo é um terror que entrega toda a atmosfera que ele vai preparando em cima da história daquela mão sobrenatural, com cenas que dão agonia dentro de uma tensão pré-estabelecida, o que valoriza ainda mais a trama. Faz muito tempo não tínhamos algo do gênero assim... é o melhor do ano até agora.
Fale Comigo acompanha um grupo de jovens que descobre como invocar espíritos usando uma mão embalsamada, e ficam obcecados pela adrenalina. Até que um deles vai longe demais e liberta terríveis forças sobrenaturais. Estreia oficial em 17 de agosto de 2023 nos cinemas brasileiros pela Diamond Films do Brasil. Direção Danny Philippou, Michael Philippou.
Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação/Biografias usadas são da IMDB.
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