Pouco para o nível Pixar... Crítica de Elementos

(Faltou originalidade, sobrou clichê)

By Alan David

Que a Pixar não é mais a mesma de antes, isso ficou claro em suas últimas produções... Red (2022), Luca (2021) e Dois Irmãos (2020) mostra que a empresa continua acertando no tom de cores e no estilo dos personagens, mas pecando em originalidade. Outros dois longas recentes são exceções (boas e ruins): Soul (2020) é muito bom, principalmente se você se identificar com a trama, mas ele saiu no meio da pandemia, o que fez ser esquecido rapidamente, e o outro, Lightyear (2022), esse um desastre total, em tudo. Agora cabe a Elementos, a nova aposta da casa de nomes fortes como Toy Story, Incríveis, Up, entre outras obras primas da animação... tentar ser um farol de luz e criatividade. Então, fazendo uma breve análise de que vi em tela, Elementos segue a linha mediana, e mediana para a Pixar não é bom, veja porque...

Elementos (Elemental)

A história é de um mundo de vários elementos em que eles precisam conviver como sociedade e tendo que aprender com suas diferenças, tudo girando em torno da Faísca que é do fogo, onde a menina precisa continuar o legado do pai em sua loja, mas ao conhecer um elemento água, Gota... sua mente se expande para um mundo maior, no meio disso, tem toda uma correria para que ela proteja os negócios do pai que estão correndo risco, e também proteger essa relação com alguém de um tipo que sua família quer manter distância; A trama segue sem entregar nenhuma surpresa, e com um final apesar de bonito, muito previsível, mais Romeu e Julieta em conceito é impossível.

As cores são vibrantes, o design dos personagens entrega um leque visual muito interessante, o que chama a atenção de toda sua divulgação em pôsteres, licenciados e qualquer coisa do qual possa estampar a marca, mas como concepção em si, apenas no contexto geral, você não liga para ninguém ali... mais do que a narrativa simples que está sendo contada. A polêmica em torno do personagem não binário (não se identifica com nenhum gênero)... aqui não interfere em nada, pois não tem relevância nenhuma, mal aparece. Disney quer causar esquecendo do que verdadeiramente importa, o filme. O diretor Peter Sohn pelo visto está ficando bom em entregar animações básicas sem entender a grandiosidade do lugar que trabalha, pois O Bom Dinossauro (2015) é assim, neste estilo básico do básico. A dublagem nacional é boa, tem umas adições populistas para chamar atenção, mas de personagens que não tem muito a acrescentar... e falando deles... nenhum chama atenção individualmente. Elementos entrega algo muito diversificado, com cores e visuais panorâmicos interessantes, mas dentro do trivial, sem nenhuma novidade e atrativos que façam você se lembrar depois, esse não vai marcar na história da Pixar, nem de longe.

Sinopse oficial:

No filme animado, o público conhecerá um lugar extraordinário chamado Cidade Elemento, onde os habitantes do fogo, água, terra e ar vivem em harmonia. A história apresenta Faísca, uma jovem faiscante e espirituosa, cuja amizade com um garoto divertido e tranquilo, chamado Gota, desafia suas crenças sobre o mundo em que vivem. Estreia oficial em 22 de junho de 2023 nos cinemas brasileiros pela Walt Disney Pictures. Direção Peter Sohn, produção Disney e Pixar.