ParsaGeeks - Desbravando Filmes e Séries: Crítica Cinema

(Bom para entreter na hora)

By Luiz Jr.

O suburbano Jeferson de Souza dos Santos (Rodrigo Sant'anna) faz de tudo para encontrar o sucesso como cantor em uma banda de pagode. Tendo que se dividir entre limpar a piscina do dono de uma gravadora, ter um caso tórrido com a esposa dele, se ver envolvido num golpe e ainda aceitar as novidades na família, Jefinho ainda arranja tempo para compor a canção que alavancará definitivamente sua carreira musical, o hit instantâneo “Xavasca Guerreira”. Elenco ainda conta com Carla Cristina Cardoso, Babu Santana, Nando Cunha, Mariah da Penha, Isabelle Marques, Marcello Caridade, Tadeu Mello, Wagner Trindade, Leandro Lamas, Michelle Martins, Paulo Cesar Grande, Cristiana Oliveira, entre outros. Direção de Luciano Sabino. Produção Hungry Man e Globo Filmes, com distribuição da Downtown Filmes e Paris Filmes. Estreia nos cinemas brasileiros em 06 de outubro de 2022. Para trailer, clique aqui.

Os Suburbanos

É sempre interessante pensar sobre como o brasileiro gosta de rir e caçoar das próprias situações de cotidiano, pois afinal é melhor rir do que chorar e nossas grandes comédias nacionais comprovam isso em todas suas narrativas; a série cujo novo filme de Rodrigo Sant´anna é inspirado, tem como seu elemento narrativo principal a sátira com a vida dos pobres que vivem no Subúrbio e a forma como Hollywood tem feito para contar suas histórias de tal forma para prender o público desde o início do filme, deixando claro isso desde o começo quando o filme se inicia de traz pra frente e Jefinho ( Rodrigo Sant´anna ) faz quebra da 4° Quarta parede, brincando com o público e já comunicando ´´Nem adianta porque o filme não é bom.`` . Denise traz junto de Rodrigo um roteiro com a essência que a série sempre teve, porém com ciência de que algumas piadas hoje podem ser vistas e recebidas de modo ruim, sendo assim com uma devida cautela, quando parece haver alguma piada de mal gosto no longa, Rodrigo logo compensa na cena seguinte fazendo seu personagem passar uma vergonha maior e tirando risadas do público e claro que no final ele faz com que haja a justiça a esses personagens e gêneros que foram satirizados durante o filme então ele mostra a fragilidade no qual o humor se encontra, pois com tudo que ele tenta tirar uma casquinha para tirar sarro ele concerta depois já pensando notavelmente em uma possível repercussão ruim, pois o próprio ator também faz parte da boa parte de classe de gênero ao qual é retratada no filme.

Sempre com boas intenções para o final dentro de tudo que é dito, o filme tenta o tempo todo mesmo com suas piadas mostrar o quão é difícil o pobre sentir um cheiro do que é sucesso, e as vezes parece que quanto mais busca isso, mais longe fica e não apenas pelas características desengonçadas de seu protagonista mais também o preconceito dentro das indústrias, sendo com a classe ou gênero da pessoa, podendo muitas vezes, infelizmente, abusar de seu poder para iludir aqueles que tentam dizendo que um dia os farão chegar lá mas na verdade apenas usam e abusam daqueles que fariam de tudo por uma oportunidade. O Roteiro por mais desapegado realmente que esteja de se aprofundar na história e fazer momento de emoção real, através de suas tiradas cômicas, e cortes de cenas rápidos e que boa parte das vezes parece sem sentido durante a trama você entende que aquilo nada mais é que a vida real, aleatória, sem roteiro, cujo imprevisível e você não sabe onde vai acabar ou se irá voltar pra casa no final do dia e por mais que algumas cenas pareçam que nunca aconteceriam no mundo real, você de fato se questiona se em um país como o nosso aquilo não aconteceria mesmo e isso é o toque mágico que Luciano ( Diretor), Denise e Rodrigo ( Roteiristas) encontram para fazer com o "besteirol" junte todas suas peças no final.

As atuações, desde o elenco principal até as aparições especiais, fazem com que você se divirta mais, porém é fato como Jefinho é de fato os centro das atenções, pois quando ele não está em cena você sente falta de sua interação com os personagens alheios que fazem parte de sua vida, putz quer dizer que os outros estão ruins? Não! Muito pelo contrário, por ser o próprio Rodrigo Sant´anna que carrega boa parte do humor e piadas de todos os tipos, não temos ninguém se forçando demais para incrementar no humor, pois toda a equipe em torno dele parece ter sido feita com o estereótipo certo para que não precisem ter muitas falas para rirmos deles ou com eles, e incrível a quantidade de referências há no filme, desde piadas com carreiras de Sertanejo, Funk, uma sósia inusitada quase que idêntica ali no final, fazendo jus a uma piada do começo do filme, cada referência muito bem pensada dentro da proposta do filme na relação do empresário JP (Paulo Cesar Pereio) e seus ideais na indústria da música, e isso é até usado como uma forma de lacre pelos roteiristas. As comédias brasileiras são difíceis de serem comparadas pois a piada é sempre diferente e a forma como cada uma aborda seus personagens afeta o público de uma forma diferente, não tem como fazer comparação do filme com outras grandes comédias nacionais mesmo que ele tenha uma ´´história`` pronta e já havia um público definido e comprado com a ideia que vinha da série do Multishow, ainda sim dentro de muitos desafios, um deles é o das produções brasileiras serem facilmente superadas por aquelas que vem de fora dentre outros. Os Suburbanos com muitos desafios que o cinema nacional enfrenta dão a cara a tapa junto de sua equipe fantástica e muito conhecida e entrega algo bom o suficiente para levar sua família no cinema em uma tarde de fim de semana, porém esquecível e mediano comparado com outras comédias nacionais.