domingo, 18 de setembro de 2022

Crítica Cinema | Moonage Daydream

(Espetáculo incomum e caótico) 


Moonage Daydream é um documentário-concerto que segue a vida e a carreira musical de David Bowie. O filme explora a jornada criativa, musical e espiritual do artista icônico e ilumina não apenas a vida, mas também a personalidade de Bowie, que trabalhou principalmente na música e cinema - mas também explorou outras formas de arte ao longo de sua vida, incluindo dança, pintura, escultura, colagem, audiovisual, roteiro, atuação e teatro. O filme apresenta as faixas musicais e arquivos pessoais de Bowie, para criar um filme artístico. Direção de Brett Morgen. Distribuição nacional da Universal Pictures do Brasil. Estreia nos cinemas brasileiros em 16 de setembro de 2022. Para o trailer, clique aqui.

Moonage Daydream


Como escrever, de forma coerente, ordenada, um comentário sobre este filme? A pergunta surge devido à produção trazer uma sucessão de imagens, sons (músicas, em sua grande maioria), palavras, vozes, sobre a vida do artista inglês David Bowie, como se fosse uma cascata sem pausa. O documentarista Brett Morgen (direção e edição) fornece uma biografia deste prolífico músico, cantante, pintor etc., com base em material dado pelo próprio Bowie. Cumpre tal tarefa sem interrupções; por momentos é arrebatador, impactante. Além disso, o sistema de projeção IMAX ajuda muitíssimo a realçar um material que é, já por si mesmo, estranho. Com tela gigantesca, som nítido e colocado em volume alto, as 2 horas e quinze minutos são um espetáculo inusual.


A vida de Bowie foi muito intensa, com vínculos não apenas na Inglaterra, mas em diversas partes do mundo: Los Angeles/Califórnia, nos Estados Unidos; Berlim, na Alemanha; Japão, estendendo-se pelo Oriente... Seus interesses foram igualmente variados: a própria música, o ser humano, o cosmos... Tudo isso vai aparecer em Moonage Daydream. E muito mais: um ser andrógino (com concomitantes características femininas e masculinas), de muito improvável definição. As grandes oscilações e contradições, que levam o espectador a ficar em dúvida sobre quem era e como pensava realmente Bowie. Além disso, a elevada percepção de si mesmo (esta imagem grandiosa também reforçada por seus seguidores). Por fim, a presença dos traços megalomaníacos (no sentido de, no geral, demonstrar mania de grandeza). O que não se pode negar, e é retratado no filme, é que teve uma imagem e personalidade especial, sobretudo aos olhos de seus fãs, o que lhe valeu enorme sucesso.


Já na primeira parte do filme, que abrange sua juventude, as perguntas que Bowie se faz sobre o homem, o universo, as relações, o que somos, a existência de Deus – substituído por uma forma de energia cósmica, na qual acreditava – , têm um caráter filosófico básico. Suas impressões, até dele mesmo, são, por vezes, bizarras, desnorteantes. Em alguns momentos parecem lúcidas; em outros, quase próprias da chamada “crise de originalidade” adolescente. O figurino e a maquiagem utilizados ao longo de sua vida são absolutamente esquisitos. Sem dúvida, equipes de profissionais gabaritados, ainda que de modo muito peculiar, insólito, também ajudaram no desenvolvimento da personagem. Porém, é ele, Bowie, quem aparece, inspira, dá base a tais criações. Moonage Daydream resulta ser um espetáculo incomum, embora praticamente caótico, sobre a figura do lendário David Bowie. Chamativo, em forma e conteúdo.

Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação. Biografias usadas são do IMDB.
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 Dúvidas, sugestões, parcerias e indicações: contato.parsageeks@gmail.com

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