quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Crítica Cinema | Desaparecidos

(Tecnicamente e conceitualmente muito bem feito)


Alice (Olga Kurylenko) é uma cientista forense que inventou uma técnica revolucionária no campo da restauração de cadáveres danificados. Ela visita a Coreia do Sul para participar de uma conferência e recebe um pedido da polícia coreana para realizar uma autópsia em um cadáver encontrado em um rio. Jin Ho (Yoo Yeon-Seok), o detetive responsável, descobre pelo resultado da autópsia que o corpo está relacionado a um sindicato de tráfico de órgãos. Adaptado do romance de Peter May "The Killing Room". Elenco ainda conta com Anupam Tripathi, Ji-won Ye, Moo-Seong Choi, Mi-won Won, Seung-Jun Lee, Woo-Hyung Kim, Soo-Ha Kim, entre outros. Produção francesa, com direção de Denis Dercourt. Distribuição nacional da A2 Filmes. Estreia nos cinemas brasileiros em 04 de agosto de 2022. Para o trailer, clique aqui.

Desaparecidos (Vanishing)


Faz algum tempo que as produções e coproduções cinematográficas da Coreia do Sul deixaram de ser desconhecidas no Brasil. E suas características são bem interessantes. Como exemplos dos últimos anos, podemos citar “Expresso do medo” (2013, também com investimentos da República Tcheca, França e Estados Unidos) e “Parasita” (2019, ganhadora de quatro “Oscar”). Embora Desaparecidos não seja um produto puramente coreano, mas, sim, franco-coreano, tem algumas qualidades daqueles. Baseado no livro “The Killing Room”, de Peter May, com muito bom roteiro cinematográfico de Denis Dercourt – o diretor do filme – com colaboração de Marion Doussot, é a história de uma forense francesa que vai dar uma palestra de técnicas avançadas nessa especialidade, na Coreia. Lá, a polícia local está lidando com um caso de desaparecimento e identificação de uma pessoa. Como a pesquisa resulta extremamente complicada, surge a ideia de contatar a visitante para que colabore na investigação.


Em efeito, ela (boa atuação da ucraniana Olga Kurylenko) aceita tal tarefa. Aos poucos, aparecem mais complexidades. Personalidades e vínculos diversos vão surgindo. Porém, o fundamental é a trama policial que o diretor vai montando, em uma espécie de quebra-cabeça. Justamente, a edição de Valentin Féron é muito cuidada. Progressivamente, a máfia coreana de tráfico de órgãos toma lugar preponderante. Elementos próprios das técnicas forenses, unidos à criminalidade, dão lugar a imagens intensas, algumas até macabras. A fotografia de Axel Cosnefroy está à altura de um relato de primeira categoria. Som, efeitos especiais, música original de Jérôme Lemonnier, também. Inclusive, há densidade psicológica e até psiquiátrica; em especial, quando a protagonista evidencia profunda perturbação em relação a seu passado profissional. Sequências com alucinações e pesadelos são muito bem elaboradas e enlaçadas. Há referências ao acontecido na vida da mulher que lhe produziu um trauma que se prolonga indefinidamente.


Em outra ordem de coisas, há alguns elementos para uma análise demorada: podem ser vistas ou intuídas simetrias cuidadosas, e aquela estrutura montada citada, que dá lugar a que o espectador possa deduzir o que aconteceu, está acontecendo e vai acontecer. Além disso, não deixam de aparecer maldade extrema e situações dramáticas. Pelo dito, embora tenha algumas lacunas no relato, até um pouco inevitáveis em um filme deste gênero e que não lhe quitam méritos aos logro maiores, Desaparecidos é um filme bem feito, para espectadores atentos, inteligentes e que curtem suspense policial. Desaparecidos é um filme policial muito bem feito técnica e conceitualmente. Para espectadores que gostam deste gênero e não se incomodam com imagens e situações intensas. Mergulha nas atividades criminosas da máfia coreana que trafica órgãos humanos e defronta ao público com maldade e bondade, em doses bem administradas.

Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação/Biografias usadas são da IMDB.
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 Dúvidas, sugestões, parcerias e indicações: contato.parsageeks@gmail.com

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