quarta-feira, 4 de maio de 2022

Crítica Cinema | Doutor Estranho no Multiverso da Loucura

(A continuação de Wandavision)


O multiverso está em perigo, America Chavez (Xochitl Gomez) uma menina que pode trafegar entre os universos sem causar avarias, está sendo caçada por monstros enviados por alguém que pretende drenar seus poderes especiais. A garota cai no mundo do Doutor Estranho (Benedict Cummberbatch) que conhecemos, ele ao lado do Wong (Benedict Wong) vão tentar protege-la dessa ameaça, mas por ser algo perigoso demais até para os seus poderes místicos, o mago vai pedir ajudar a Wanda (Elizabeth Olsen), só que as coisas saem de controle logo de cara e a corrida de Stephen Strange pela sobrevivência das realidades vai começar, e situações muito "estranhas" vão acontecer... como papéis trocados, surpresas em novos heróis, julgamentos e aliados que viraram inimigos, esse é o Multiverso da Loucura. Elenco ainda conta com Chiwetel Ejiofor, Rachel McAdams, Michael Stuhlbarg, entre outros... inclusive com participações bem especiais. Direção de Sam Raimi. Produção Marvel Studios, com distribuição da Disney. Estreia nos cinemas brasileiros em 05 de maio de 2022. Para o trailer, clique aqui.

Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (Doctor Strange in the Multiverse of Madness)


A Marvel Studios fez algo primoroso entre 2008 até 2019, ligando nem que seja por uma pequena cena... o total de 23 filmes, tudo levando a batalha final contra Thanos. A partir dai a empresa não se encontrou mais, pois de lá para cá lançaram Viúva Negra com uma história totalmente fora de hora, era para ter acontecido nos anos anteriores, depois Shang-Chi, esse é até bonzinho, só ficou claro que não souberam aproveitar direito esse núcleo de artes marciais misturado com magia... A coisa piorou com Eternos, onde mudar a essência dos personagens para uma maior inclusão e somados a um roteiro desastroso, fez esse uma das piores coisas que eles já lançaram nos últimos anos. A redenção veio com Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, ali entregou o que o fã queria, não quis agradar certos caminhos e fez um sucesso que se equipara a bilheteria pré-pandemia. Os rumos pareciam recolocados nos trilhos, agora em Multiverso da Loucura era a aposta certa para abrir pelo menos um horizonte que chegasse daqui uns dois, três anos no clímax... com um acontecimento ou vilão fora de série, mas a coisa não foi bem assim... Tudo começa e praticamente se resolve preguiçosamente nesse segundo longa do Doutor Estranho. E antes que se pergunte... O que você precisa assistir antes para uma experiência completa da história? Simples, não é um monte de filmes que vários sites estão listando... no caso é Doutor Estranho de 2016 para entender o relacionamento do protagonista com seu interesse amoroso (McAdams) e também com o seu antigo aliado (Ejiofor). A série animada cânone What If...? sim, vai precisar para saber de onde veio certos personagens e versões que aparecem na trama, e por fim, e muito importante, por sinal... Wandavision, pois 70% de entendimento melhor do filme vem dessa série da agora Feiticeira Escarlate, até porque, é a jornada da Wanda, não do Estranho que verdadeiramente é trabalhada...


Como perceberam o último Homem-Aranha não tem importância na trama, pois ele menciona rapidamente dentro de uma piada e o barco segue... pois ao contrário do que se levava a crer, nada que aconteceu com Strange e Peter em Sem Volta Para Casa é o motivo do caos no multiverso, e sim, a personagem America Chavez sendo caçada pela Wanda, ela é a grande e única vilã da história, como já tinha ficado claro nos últimos trailers e vídeos promocionais, só não imaginava que era tanto, pois é uma jornada de loucura e caos que se inicia logo de cara e vai até a batalha final, essa bem broxante, pois não teve uma luta grandiosa como vários filmes Marvel, ou uma solução criativa como o último Doutor Estranho, e sim, algo sentimental e conscientizador, sem ao menos estar o “protagonista” em cena, ficou tudo para outros personagens resolverem. Sobre o caminho do Estranho na trama, o impacto do multiverso foi nada como esperado, ele caiu de gaiato no meio da confusão com a America Chavez e trabalhou mais no contra-ataque, não tem grande evolução, o que o roteiro tenta é dentro de cada universo que eles visitam... mostrar como o herói acaba sendo nocivo para ele mesmo e o mundo em que vive, sendo apenas o Estranho que conhecemos o de maior valor, coisa que no final da uma embaralhada, pois sempre tem aquela decisão contra um mal maior, então para tentar derrotar de vez a ameaça Wanda, vai ter ali um juízo de valor que pode deixar pontas para o terceiro longa, até pelo que é mostrado na primeira cena pós-crédito, que aliás... é bem aleatória, e sem dar spoiler... vai deixar muita gente boiando, mas ficando claro que o multiverso não vai abrir novas possibilidades ou portas para retornos ou surgimentos como era esperado, negócio contido no universo do personagem mesmo, mais ou menos como na série do Loki. Aqui temos uma narrativa simples, onde tem a vilã, ela está atrás de alguém, o mocinho tem que defender essa pessoa à todo custo, até encontrar uma solução para resolver esse problema, mas no final fica na licença poética para uma ascensão e redenção.


A personagem America Chavez tem uma importância muito grande para a trama, pois ela é o centro das atenções e o alvo a ser acertado, praticamente se não é a Wanda, é ela em cena com o Estranho até quase o final, tudo parece muito preguiçoso, algo que parecia ser fenomenal de estourar as cabeças... na verdade é uma narrativa caça e caçador, claro que com toda uma fotografia de multiverso e tal, mas tirando esses enfeites, sobra algo bem simples. Sobre as participações que todos esperaram com mil teorias, algumas são legais sim, mas tudo dentro de um contexto único e resolvido em dez minutos, foi mais um fan-service. E por fim, a batalha final lembrou muito a conclusão de Mulher-Maravilha 84, bem sem sal, fez todo um envolto grandioso, mas na hora de resolver... foi morno. Os efeitos, partes sonoras e qualquer coisa técnica é chover no molhado em falando da Marvel Studios, nem compensa comentar, tem que ser bom, por isso mascara muitas vezes um roteiro mediano. O diretor Sam Raimi é responsável pela trilogia de filmes do Homem-Aranha do Tobey Maguire, parece que ele não entendeu muito bem o Doutor Estranho e como poderia abrir as portas do multiverso de verdade para expandir o MCU, tudo ficou ali mesmo, além disso, ele prometeu algo voltado ao terror, isso é verdade apenas no sentido das bizarrices que acontecem... principalmente a solução do protagonista para chegar até a batalha final, mas foi pouco, e também com a Wanda em alguns momentos, inclusive um que vai decepcionar muita gente que esperava ver alguns personagens seguirem na história. Sobre o elenco... Benedict Cumberbatch sempre bem, ele é o Doutor Estranho, não vejo outro no lugar. Elizabeth Olsen como confusa, boazinha, enlouquecida por motivos emocionais crescentes ia bem, mas como vilã impiedosa não convenceu muito, ela tem feições muito leves e não conseguiu mudar tanto. Benedict Wong faz ótima parceria com Cumberbatch, uma boa escada. Xochitl Gomez e sua America Chavez, nada que desagrade, e olha que o roteiro exigiu muita participação dela... e quanto as polêmicas de sua bissexualidade, isso não é mencionado em nenhum momento (Exceção as mães, muito rápido, sem enfase), até porque ela passa a jornada toda assustada e com medo de ser capturada. Chiwetel Ejiofor é um bom ator, mas seu Mordo ficou avulso, não tem peso e fora de esquadro, por assim dizer, acabaram com um personagem que prometia. Rachael McAdams tem uma participação maior do que pensava, principalmente no ato final. O restante do elenco é mais de participações especiais, aí não quero tirar a experiência de ninguém, pois aqui é a crítica, mas o que é bom dura pouco, ao assistir você vai entender. Doutor Estranho no Multiverso da Loucura é a prova de que continuidade é uma coisa que a Marvel não sabe mais como fazer ou não quer... Entrega um roteiro básico, tira a importância do seu protagonista, ao mesmo tempo o que foi contado não tem muitos furos ou buracos no ponto principal que seria a Wanda, ela sim rouba a história para si, deixando talvez algo para o verdadeiro protagonista para um possível terceiro filme. Não é uma história ruim, mas prometia algo grandioso que não entregou, mas como entretenimento é válido pois tem muita correria em cena, mas que eles sabiam fazer melhor antes... ah, sabiam.

Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação/Biografias usadas são da IMDB.
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