quarta-feira, 13 de abril de 2022

Crítica Cinema | Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore

(Quanto você tem um material rico em mãos, só que pensa pequeno)


O pacto de sangue que impede Dumbledore (Jude Law) de confrontar diretamente Grindelwald (Mads Mikkelsen) faz com que ele precise da ajuda do Newt Scamander (Eddie Redmayne) novamente... E dessa vez para impedir o vilão de conseguir o posto máximo de bruxo do mundo mágico. Para isso, Newt vai contar com a ajuda do seu irmão Theseus (Callum Turner), a bruxa Lally (Jessica Williams) e do seu amigo no-magic Jacob (Dan Fogler). Além de vários desafios, a equipe terá embates contra os seguidores do Grindelwald, do qual estão Credence (Ezra Miller) e Queenie (Alison Sudol), mas os dois estão começando a se questionar sobre os planos do bruxo maligno. Elenco ainda conta com Cara Mahoney, Katherine Waterston, Poppy Corby-Tuech, Maja Bloom, Paul Low-Hang, Richard Coyle, William Nadylam, Maria Fernanda Cândido, entre outros. Direção de David Yates. Produção e distribuição da Warner Bros. Pictures. Estreia nos cinemas brasileiros em 14 de abril de 2022. Para o trailer, clique aqui.

Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore (Fantastic Beasts: The Secrets of Dumbledore)


Essa nova franquia do Wizard World como ficou batizado esse mundo de Harry Potter não parece estar dando liga... Mas antes de descer a lenha... vou fazer uma analogia rápida comparando um pouco à Senhor dos Anéis, onde a trilogia original (2001/2/3) foi um tremendo sucesso, vários prêmios no Oscar e marcou história nos cinemas, mas a fonte tinha que ser reaberta para se ganhar mais dinheiro neh... E com um livro de poucas páginas como o Hobbit para adaptar (Ao contrário da Luta pelo anel do poder contra Sauron que é um tijolão de páginas)... eles conseguiram esticar em três produções de quase 3 horas cada (O Hobbit Uma Jornada Inesperada (2012), depois A Desolação de Smaug (2013) e fechando em 2014 com A Batalha dos Cinco Exércitos), e flopou, pois virou um suco aguado, ali daria um filme ou dois da metade do tempo do original em duração para ter mais caldo. Agora voltando a Animais Fantásticos, imagina basear cinco histórias cinematográficas em apenas um livro de ilustrações de monstros mágicos (Sendo que Harry Potter tem sete livros que renderam oito produções)... E para isso fazer mais sentido foram acrescentados situações de acontecimentos do passado que foram citados durante a jornada do Harry Potter, e com isso, justificar esse novo projeto e então chegarmos a Animais Fantásticos e Onde Habitam (2016) que pela novidade e história até coesa, apesar do vilão, ficou com o rótulo de bonitinho e até agradou. Então chegou 2018 com Os Crimes de Grindelwald, mesmo sendo mais ousado na história... parece não se conectar com o anterior, trazendo uma salada de personagens que deixaram a desejar, tudo com a justificativa de preparar terreno para Os Segredos de Dumbledore, que aliás, não tem tantos segredos assim, nada impactante, tudo diluído, e sabe porque? A trama é bem simples, existe um bichinho que Grindelwald está atrás que escolhe o líder do mundo mágico, nisso começa uma correria de Newt e companhia para não deixar o serzinho cair nas mãos do vilão, enquanto o mesmo vai trabalhando com um plano paralelo para enrolar a todos e conseguir o posto de maior autoridade bruxo. Basicamente é só isso que a narrativa tem como ponto principal. Sei que é inicialmente sobre animais mágicos, mas com as peças que você tem em mãos, rebaixar a algo tão sem criatividade assim, chega a ser burrice.


Para não ser chato, claro que nesse percurso acontece mais algumas coisas, exemplo é a origem da união estável de bruxo e trouxas ou no-magic, como preferir, além daquela lenga lenga do arco do Credence que é horrível... era para ter sido enterrado no primeiro Animais Fantásticos, abriram no segundo longa, ficou uma zona e agora não tem sentido nenhum esse personagem. Outra enrolação é esse relacionamento Dumbledore e Grindelwald, negócio empacado, entende-se que tem o pacto de sangue que inibe um de atacar o outro, mas parece tão artificial, sendo apenas uma justificava mínima para continuar empurrando isso tudo até o quinto filme. Ah, falando do vilão, estou a três Animais Fantásticos esperando o perigoso, ardiloso e maligno Grindelwald, aqui não acontece de novo, parece que não só a fisionomia dele que muda a cada filme (Collin Farrell, Johnny Deep e agora Mads Mikkelsen)... como o tom dele, parece que vai ficando menos perigoso trama à trama, não chega aos pés do Voldemort, nem dos outros seguidores “Daquele que não podia ser pronunciado” como ameaça do mundo bruxo. Essa mescla de coisas somadas ao objetivo principal do roteiro é algo tão medíocre (Mediano, pois se confundem muito com uma ofensa) que não convencem, aliás, alguns personagens mudam suas características de novo como Queenie, Credence, Jacob e Theseus. Tem algumas coisas boas também como o humor que é o melhor da trilogia até agora, Newt e... só isso.


Os efeitos e tudo que envolve a parte técnica funcionam, é claro, pois não faz mais que a obrigação quando se trata dessa franquia. A ambientação e rever mesmo por pouco tempo Hogwarts trazem nostalgia aos fãs, mas para o público geral, pelo pouco mostrado, não significa nada... Fica a impressão que eles querem contar a trajetória do Newt e Dumbledore contra Grindelwald em vários cantos do mundo, seja o mágico ou não... deixando o que mais encantou em Harry Potter como fan-service. A direção do David Yates se fosse algo novo, seria bem normal, mas o “Wizard Wold” precisava de algo a mais, pensou pequeno e dirigiu pequeno, resta saber o quanto J.K. Rowling meteu a mão no roteiro, como fez no último longa e deixou as coisas conturbadas, mesmo assim, é do mundo Harry Potter que estamos falando, precisa oferecer coisa melhor. Sobre o elenco... Eddie Redmayne sempre convencendo como Newt Scamander, o seu jeito de atuar é tudo que ainda mantém vivo esse spin-off. Jude Law consegue os trejeitos tranquilos do Dumbledore, o que irrita, mas dentro da personalidade dele, entrega bem. Mads Mikkelsen não foi uma boa troca, ele tem um jeito truculento de atuar, não o limita de ser um bom ator, mas os antecessores foram muito melhores, e para quem se pergunta se tem alguma menção dessa nova fisionomia... Não tem... só bola para frente e aceita. Ezra Miller não sei o que ainda faz em Animais Fantásticos, seu personagem morreu no primeiro filme, foi ressuscitado depois e vem se arrastando até agora, não sei porque ele ainda faz parte dessa história (Até tem uma explicação, mas não cola, parece escrito na improvisação). Para não se estender mais, todos os outros no que foi pedido, entregaram, destaque claro para Dan Fogler e Callum Turner, o primeiro traz o humor e funciona nessa função com qualquer outro ao seu lado em cena, e o segundo encaixou bem melhor como irmão do Newt do que na trama anterior, além de uma parte com siris que é hilária. Ah, sobre a Maria Fernanda Cândido... sua personagem é interessante dentro da importância apresentada, sua participação é pequena, mas se fez válida e tem que ser motivo de comemorar uma brasileira dentro de uma franquia grande dessas, mesmo que irregular no momento. Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore rebaixa a mitologia Harry Potter a algo medíocre (Lembra, não é ofensa), conduz tudo baseado em algo banal. E ainda não entregou um vilão de verdade, se apegando a fan-service em alguns momentos para ir empurrando sua história mea boca para frente... que vindo de uma nova franquia seria algo passável, mas com o material que tem em mãos o apresentado é muito preguiçoso, apenas com espasmos de qualidade em certos pontos da história. Os quarto e quinto longas precisam melhorar bastante para empolgar, mas o problema é que pelo mostrado até agora só diz ao contrário, está piorando.

Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação/Biografias usadas são da IMDB.
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