quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Crítica Cinema | Dolittle

(Decisões que estragam tudo
By Alan David


Sinopse: Depois de perder a esposa, sete anos antes, o excêntrico Dr. John Dolittle (Robert Downey Jr), famoso médico e veterinário na Inglaterra da Rainha Victoria, se isola atrás em sua mansão, com a companhia apenas de sua coleção de animais exóticos. Mas quando a jovem rainha fica gravemente doente, Dolittle é forçado a partir em uma aventura épica para uma ilha mítica em busca de uma cura, recuperando suas habilidades e sua coragem enquanto cruza velhos oponentes e descobre criaturas maravilhosas. Nessa jornada ele contará com a ajuda dos seus amigos animais e um garoto (Harry Collett) que desejar seguir seus passos como veterinário que fala com animais. Elenco ainda conta com Antonio Banderas, Michael Sheen, Jessie Buckley, entre outros... E na dublagem original dos animais o longa tem Tom Holland, Emma Thompson, Marion Cotillard, Ralph Fiennes, Rami Malek, John Cena, Octavia Spencer, entre outros. Direção de Stephen Gaghan. Produção e distribuição nacional da Universal Pictures. Estreia 20 de fevereiro de 2020. Para assistir ao trailer, clique aqui.

Dolittle


O longa não tem nada haver com a comédia Dr. Dolittle, estrelada por Eddie Murphy (1998 e 2001). Nesses filmes o conhecido humorísta interpreta um médico que começa a falar com os animais e isso desencadeia um monte de confusões divertidas. Aqui temos a versão adaptada da série de livros do britânico Hugh Lofting, no qual tem uma trama de época e mais aventureira. Nessa nova empreitada para os cinemas temos um Dolittle recluso que sai em uma jornada após anos sem dar as caras, por motivo que é explicado no começo da história em forma de animação. Fica claro o intuito de algo aventureiro e com o carisma do Robert Downey Jr para deixar uma empatia parecida com seu antecessor Murphy, pois mesmo sendo histórias diferentes... a lembrança do público é daquele Doutor Dolittle. Sendo o novo protagonista um ator que todos adoram, ainda com efeitos especiais atuais e com dublagem original para lá de estrelada, receita para dar certo? Nem tanto... já que o problema foi como tudo isso foi conduzido...


Para começar... tudo é mostrado muito rápido, praticamente inicia com o Dolittle enfurnado dentro da sua casa como um doido, ao lado dos seus amigos animais. Não dando tempo para uma interação entre eles, e assim deixar o personagem estabelecido psicologicamente para uma melhor motivação do que estava para acontecer. Nisso veio o maior erro do roteiro... Incluir crianças de cara nessa trama, pois o interesse é conhecermos esse novo Dolittle e não uma dupla infantil com atuações e desenvolvimentos ruins como o do menino Tommy por exemplo. Além de um fraco ator mirim, o personagem não rende, fica forçado e o pior... aparece o mesmo tempo, senão mais que o protagonista. A narrativa é toda truncada e sem alma, mesmo Downey Jr tentando alguma coisa e o visual sendo bonito. Temos excesso de cortes que truncam a aventura e com piadas do qual não consegue fluir o humor, no muito uma meia risada. Fora que o objetivo da jornada e o vilão são bem fraquinhos e desinteressantes. Tudo muito artificial e de se lamentar, pois tinha um material conceitual para fazer melhor, então vai muito da decisão de quem aprovou como foi feito e principalmente na péssima direção de Sthepen Gaghan. Um resultado final que fica no meio termo para baixo. Isso tudo sem falar dos animais que estão dentro de um marasmo tão grande que você nem se importa muito com eles.
 

O vislumbre é algo que sempre se põe positivo em uma proposta assim, pois apontamentos de época com figurino, efeitos, fotografia e trilha sonora servem na preparação de terreno para que as coisas andem, mas o roteiro veio errando em suas decisões desde os primeiros minutos de filme. Edição também peca, muitos cortes, principalmente nas cenas no mar. Como dito até agora do roteiro, esse sim é o maior vilão de Dolittle. Sobre o elenco... Robert Downey Jr. fez o que pode, mas dá a impressão dele ir murchando conforme as coisas ficam arrastadas e sem brilho. O elenco infantil é fraco, principalmente o garoto Harry Collett, mas também seu papel não ajudou, aliás só atrapalhou a narrativa. Demais, temos uma participação até boa do Antonio Banderas, além das estrelas da dublagem que ficaram em segundo plano, mas a animação dos bichos em si é boa. Dolittle peca demais em suas escolhas narrativas, se perde logo de cara e vai indo de qualquer jeito até o final... nesse trajeto sonolento apenas doses mínimas de bons momentos e com a certeza que dava para ter sido bem melhor do que foi apresentado, uma pena, espera bem mais do que entregaram.

Obs.: Biografias de atores e filmes IMDB. As imagens foram disponibilizadas pela assessoria da distribuidora do filme.
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