quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Crítica Cinema | O Caso Richard Jewell

(Quando uma boa direção faz a diferença
By Alan David


Sinopse: O Richard Jewell (Paul Walker Hauser) sempre teve o sonho de ser um policial, mas a sua conduta nos momentos que teve um cargo que lhe dava alguma autoridade sempre foi questionável. Durante as Olimpíadas de Atlanta nos EUA em 1996, Jewell trabalhando como segurança descobre uma bomba no Centennial Park que evitou uma tragédia maior do que aconteceu no lugar, com isso ele se torna o herói nacional. As coisas começam a mudar quando o FBI abre uma investigação liderada por Tom Shaw (Jon Hamm) desconfiando que o próprio Jewell causou o ataque para ter fama, isso desencadeia uma série de calúnias e difamações que vai transformar a vida dele e da sua mãe (Kathy Bates) em um inferno. Para reverter isso, um velho amigo advogado (Sam Rockwell) de Jewell pega o caso para ajudá-lo contra o sistema. O elenco também conta com Olivia Wilde, Ian Gomez, Nina Arianda, entre outros. Direção de Clint Eastwood, do roteiro adaptado de uma história real, escrito por Billy Ray. Distribuição nacional da Warner Bros. Estreia 02 de janeiro de 2020. Para assistir ao trailer, clique aqui.

O Caso Richard Jewell (Richard Jewell)


O fato de termos uma história real sendo recontada em forma de livro, série ou filme, normalmente tende a dar uma emoção maior para quem está consumindo o conteúdo e não vire algum tipo de documentário, que por sua vez tende a ser tedioso em boa parte da sua narrativa. Com isso, precisa-se criar algo que as pessoas adorem e odeiem. Nessa retratação do caso real ocorrido nas Olimpíadas de Atlanta, o roteiro de Billy Ray que tem experiência no ramo (Ele escreveu o excelente 'Capitão Phillips' baseado em fato verídico e também o primeiro 'Jogos Vorazes' que é original de um livro amplamente consagrado) seria distribuir um fato verídico em vários personagens para torná-los interessantes e que aqui não é diferente, conseguir uma transformação narrativa de uma simples pessoa que tem seus defeitos contra um sistema falho que viu na opção mais fácil tentar encobrir suas próprias falhas. Todo o desenvolvimento ficou interessante, mesmo romantizando demais em certos pontos e dando a impressão de um gato e rato em vários momentos.


Estabelecer Jewell como um excêntrico de pensamentos lineares de como deve ser uma autoridade e suas responsabilidades é bem feita, muita na boa atuação de Hauser dentro do que precisava o papel, isso vale inclusive quando o próprio sistema que ele sempre almejou está contra ele. Até chegar no atentado as coisas andam bem e consegue naquele suspense pré tragédia trazer um interesse para o que está acontecendo, após isso temos a mudança na vida do protagonista e toda guerra de bastidores do FBI e da imprensa contra ele, de inicio existe caminhos ambíguos que até mesmo você questiona o lado certo da história, mas com o tempo ele começa a bater na mesma tecla e mesmo com o personagem do Sam Rockwell sendo o fiél da balança, o roteiro deixa nos personagens de Jon Hamm e Olivia Wilde a representação do antagonismo contra Jewell, independente de certo ou errado, você não sente um estrago maior do que a alusão formada ali do que acontece com a família do protagonista e seu envolto, pois foca demais em bastidores e reverter situações pontuais, segue nisso até o final. Mesmo causando boas impressões fica a sensação de que poderia ter elaborado melhor esse desespero do governo em difamar o até então "herói" americano.


Ambientação de 1996 não é muito ampla, pois a maioria das cenas é dentro de locações, tendo apenas a cena do parque como a mais chamativa e funcional. O diretor Clint Eastwood consegue dentro de um roteiro que poderia oferecer mais, tirar dos atores mais do que a própria trama tem e talvez um profissional menos experiente não conseguisse deixar o andamento das coisas interessantes. Sobre o elenco... Paul Walker Hauser entrega bem, meio introspectivo em alguns momentos, seja isso bom ou ruim, parecia dentro do que o verdadeiro Richard Jewell possa ser. Sam Rockwell dá uma leveza e um interesse maior para resolver essa guerra de bastidores, está muito bem. Jon Hamm e Olivia Wilde deram vida a personagens que você começa odiar a partir de um tempo, muito em função do roteiro estabelecê-los como vilões, com Wilde tenta dá uma redenção, mas acontece tão no final e forçada que não se leva em consideração, mas ambos entregam belas atuações. Por fim, Khaty Bates faz uma mãe que adora o filho e segurando as pontas do que acontece sem muita convicção e dramatizando ao extremo, não convence tanto. O Caso Richard Jewell em pouco mais de duas horas nos mostra o retrato de um sistema falho. Conta uma história que realmente mostrou uma sucessão de erros contra um inocente de forma interessante, mas no exagero de dramatizar, poderia ter ampliado todos os lados e explorado melhor os acontecidos e consequências, mesmo assim, tem mais virtudes do que defeitos e na boa direção de Clint Eastwood que deixaram o longa bom de assistir.

Obs.: Biografias de atores e filmes IMDB. As imagens foram disponibilizadas pela assessoria da distribuidora do filme.
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