domingo, 19 de maio de 2019

Crítica Cinema | O Sol Também é Uma Estrela

(Voltado ao público jovem, sem muito aprofundamento)


Sinopse: Natasha (Yara Shahidi, Black-ish) é uma jovem extremamente pragmática, que apenas acredita em fatos explicados pela ciência e descarta por completo o destino. Em menos de 12 horas, a família de Natasha será deportada para a Jamaica, mas antes que isso aconteça ela vê Daniel (Charles Melton, Riverdale) e se apaixona subitamente, o que coloca todas as suas convicções em questão. Elenco ainda conta com John Leguizamo (John Wick: Um Novo Dia para Matar), entre outros. Direção de Ry Russo-Young (Antes Que eu Vá). Distribuição nacional pela Warner Bros.

O Sol Também é Uma Estrela (The Sun Is Also A Star)


Este filme é uma produção estadunidense recente, deste ano. Por um lado, aponta a elementos eternos (o amor, as estrelas) e por outro é bem atual – contando uma história de imigrantes com problemas próprios dessa condição e diante de um governo rígido. Os primeiros elementos resultam citáveis e recitáveis: “As borboletas que voam um dia, pensam que é para sempre”. - Carl Sagan (conhecido astrônomo, divulgador científico). Em segundo lugar, pode-se mencionar a definição que dá a protagonista (Natasha Kingsley, representada por Yara Shahidi) da cidade de Nova Iorque, onde se passa o relato: humanidade, sonos, amor etc. E, em terceiro, outra observação, também dela: “Às vezes se precisa toda uma vida para entender o coração humano. Ao final, só precisei de um dia”. Poucos minutos depois o filme introduz o espectador em seu núcleo: um encontro casual e algum reencontro, da protagonista com Daniel Bae (Charles Melton). Além de ter lábios muito carnudos, como ela, é um cultor de poemas com “amor, sexo e estrelas”. Ele pensa, por exemplo, que “é difícil sentir paixão quando se tem fome” e que se deve “abrir o coração para o destino”. Justamente o amor nasce entre eles e deveria continuar superando eventuais problemas externos que o ameacem. Natasha resulta ser uma racionalista quase cética e Daniel um romântico. Isso é praticamente tudo na hora e 40 minutos de duração. Claro: a burocracia e certa intolerância que o governo tem, não ajudam à realização plena e tranquila de tal amor... 


Há conflitos familiares, obviamente, mas finalmente todo pode ser superado. E aparecem algumas outras observações dignas: “A vida é trágica. Todos morrem, ao final”. “Para o americano o único que interessa é ele mesmo”. “(A ciência) consiste em observar, medir, experimentar”. Também algumas tomadas panorâmicas e aéreas da cidade, são magníficas. As referências a cientistas, como Carl Sagan e Hugh Everett – que criou a teoria dos multiversos -, são pontos isolados. Também há uma série de coincidências dignas da análise do psiquiatra Carl Jung. Mas não há nisso nem em nada aprofundamento mínimo. Obviamente não é esse o objetivo da realização nem o que vai procurar seu público. Mas o caráter leve é absoluto. O que prevalece são risinhos, olhares, beijos..., muita música de apoio. A luta para que a família da moça possa permanecer lá e não tenha que retornar à Jamaica, país de origem, tem oscilações e dá um tom que procura ser dramático, mas fica nisso: boas intensões.

Porém, o final embora previsível, não está mal feito. Há uma terceira aparição, de um advogado, com muito boa atuação do veterano colombiano John Leguizamo, quem traz a que resulta ser a que entendemos como a melhor do filme. Por último: ao longo dos 100 minutos aparece reiteradamente uma expressão antiga, em latim: “Deus est machina”. No teatro grego clássico, era um recurso usado pelos autores para definir situações nas quais a lógica não tinha margem e, então, se utilizava como solução a inesperada aparição dos deuses. Curioso: em O Sol também é uma Estrela não se explica exatamente esse significado. As autoras não sabiam isso ou preferiram não fazer essa menção? Feito por jovens (a diretora Ry Russo-Young – com só quatro longas prévios; e Tracy Oliver – mesmo perfil que a anterior), direcionado a jovens, pode agradar a aqueles que não procurem algo mais que uma história romântica leve. O Sol Também é Uma Estrela... Filme romântico totalmente light, que pode interessar a um público jovem que não busque nenhum tipo de aprofundamentos.

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