(Uma sequência que perdeu o foco do que era originalmente em pró do humor de esquetes)
Sinopse: Fernanda (Mônica Martelli) continua casada com Tom (Marcos Palmeiras) aonde eles tem uma filhinha de cinco anos. Com o passar desses anos o interesse por essa relação está esfriando e agora Fernanda ao lado do seu amigo Aníbal (Paulo Gustavo) vai tentar reanimar seu matrimônio ou mudar sua vida de vez. Continuação do sucesso Os Homens são de Marte e é para lá que eu vou... Filme de 2014, novamente dirigido e roteirizado por Susana Garcia, baseado na peça de teatro homônima e com distribuição nacional pela Downtown Filmes.
Cinema 553: Minha Vida em Marte
O primeiro filme de 2014 eu gosto muito, pois é um dos melhores nacionais daquele ano ao lado de Hoje Eu Quero Voltar Sozinho. Foi uma surpresa positiva, pois o trailer dele não ajudava, mas dentro da forma que foi construída a jornada da personagem de Mônica Martelli... Ficou coesa e bem estruturada. Essa sequência confesso que fiquei preocupado, pois agora o Paulo Gustavo não era o Paulo Gustavo de 2014 (Depois desse ano vieram com ele protagonizando o Vai Que Cola - O Filme e Minha Mãe é uma Peça 2, esse segundo uma bilheteria estrondosa nos cinemas) de um filme que foi gravado bem antes, então menos famoso ainda. Hoje o ator comediante está com tudo e como incluir seu personagem Aníbal novamente na história, mas com o destaque da estrela que seu intérprete se tornou nas telonas, sendo que é tudo sobre a Fernanda (Martelli) e seus amores e agora desamores, tendo o Aníbal que era só um coadjuvante nisso tudo. Minha preocupação estava correta, pois acontece o esperado... Aníbal ganha um destaque enorme, está em todas as cenas e mesmo praticamente não tendo uma subtrama para si, o cara divide tudo que Fernanda está passando, fazendo piadas e narrando o que acontece com sua amiga, às poucas vezes que eles atuam separados em relevância, como na tentativa dela de reencontrar o fogo sexual que ela e Tom (Marcos Palmeiras) perderam no casamento, o roteiro ao mesmo tempo alterna em cenas engraçadinhas de Paulo Gustavo com uma criança e um porquinho, tirando todo o interesse narrativo pelo casal principal. Isso deixa Mônica Martelli apagada e mesmo com todos os dilemas do filme, fica tudo em segundo plano para seu amigo brilhar com sua competência sim para fazer humor sarcástico (No qual ele é muito bom) no longa-metragem, chegando ao ponto de ele está à mesa do juiz onde o casal está decidindo se vão separar... E com Aníbal fazendo piadinhas, não é a toa que ele tem grande destaque no cartaz oficial do filme.
As cenas de cotidiano, além das rodadas nos EUA são de uma direção de arte normal. Algumas fotografias de praia e natureza em algumas ocasiões não chamam atenção, assim como a parte sonora e sem uma trilha marcante. Mas no geral a parte técnica não prejudica na proposta que o filme quer passar em ambientes de humor para o Aníbal. Sobre as atuações... Mônica Martelli não teve o mesmo desempenho do primeiro longa-metragem, sua personagem fica o tempo todo confusa e com decisões finais que não condiz com toda a narrativa até então, fora o fato da atriz não parecer mais a vontade no papel, muito para dar espaço ao Paulo Gustavo, confesso que ri algumas cenas sim, pois ele é bem engraçado no que se propõe, só que são na mesma pegada dos filmes protagonizados por ele, deveriam fazer uma produção dele só tirando sarro das pessoas dentro de um Shopping. Fora os dois, temos o Marcos Palmeiras que foi um personagem sereno e desinteressante o tempo todo, além da filhinha que tem seus momentinhos mas nada que você lembre depois, tudo isso numa série de cenas humoradas que a maior parte do tempo não parecia saber aonde queria chegar e quando chegou... Minha Vida em Marte se tornou algo curioso aonde o protagonista de fato (Paulo Gustavo) não tem uma subtrama nenhuma e nada a contribuir do que fazer o público rir, ao mesmo tempo em que a protagonista de direito (Mônica Martelli) não chegou perto do brilho de Os Homens são de Marte e é para lá que eu vou... Trocou uma estruturação de roteiro para humor popular fazendo o público dar risada e caindo em mais uma simples comédia nacional, pelo menos nisso consegue ser bom, mas não precisava ter sido só assim, na média apenas regular.
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