Sabendo explorar a emoção no tempo certo... Crítica de Gran Turismo: De Jogador a Corredor

(Não precisa vencer para ser um campeão)

By Alan David

Gran Turismo é um game de simulador de corridas do Playstation que vem lá do primeiro console da Sony em 1996, onde a cada versão e melhorias tecnológicas... o jogo ultrapassava a barreira de um simples entretenimento e pulou para uma realidade virtual impressionante... e que nos trouxe a história do Jann Mardenborough (Archie Madekwe) que de gamer... se tornou um piloto de corrida da Nissan, não só ele, como outros com menos destaques, conforme podemos ver nesse filme. Então o que na minha época videogame era coisa de nerd e que só servia para deixar a criança enfurnada em casa, sem contar a lenda de queimar as antigas TVs de tubo (mentira das mais fake news possíveis)... hoje é um negócio que movimenta bilhões, não só para quem vende, como também para quem joga, apresenta... e nessa caso, para quem foi para o mundo real. Esse longa veio para recontar essa história real, claro que com o dramaticidade necessária...

Gran Turismo: De Jogador a Corredor (Gran Turismo)

A trama é isso que mencionei antes, o menino participou de uma seletiva porque era muito bom no simulador, foi para as pistas, teve todo um processo que foi nada fácil, onde aprendeu as diferenças em ser um piloto de verdade com perdas e ganhos, até conseguir seu lugar ao sol, esse no caso, já era o sonho dele... desde quando era criança. O filme funciona muito para os fãs do game ‘Gran Turismo’ ou gosta de histórias automobilísticas, pois tem uma boa pegada nesse sentido, claro que quase indo para o lado nichado mesmo, mas o apresentado com todo o drama, parte técnica boa e ápice mostrado em cena... faz com que a narrativa seja interessante de acompanhar, mesmo quem não curte muito esse tipo de gênero... acaba se rendendo a uma boa jornada de superação e sem muita apelação, pois nem em sua conclusão... a glória atingida é a definitiva, mas pelo que se propôs a fazer e contar ao longo de todo o longa, fecha de forma correta e emocionante, com muitos méritos.

A parte técnica nunca foi tão técnica, são dizeres e apresentações muito voltadas ao automobilismo, assim quanto as menções e easter-eggs do game com a parte visual bem realizada, tanto como a sonora, aqui onde ficam os momentos mais interessantes para o nicho de games e corridas. Dito isso, a trama segue bem, apesar de praticamente só ter apenas um ato bem definido, já que o primeiro é muito rápido, e o terceiro é praticamente a conclusão, boa parte do tempo são as tentativas e erros de atingir a glória que ditam o ritmo das coisas na trama. Sobre o elenco... Archie Madekwe não passa o carisma necessário, atuação meio engessada, chegando a pontos de você achar que é o cara real atuando, faltou um trabalho melhor na desenvoltura do rapaz. David Harbour e Orlando Bloom dão show, principalmente Harbour que é o de mais tempo em tela, em muitos momentos lembrou o lado paternal do seu personagem Harper na série Stranger Things... ele segura bem o filme, principalmente quando as coisas dão uma calmada entre uma corrida e outra. O restante do elenco é um complemento sem muito sucesso, inclusive o “rival” do protagonista... faltou trabalhar melhor isso, já que o roteiro quis romantizar essa parte tendo o mocinho e o vilão, onde claramente não faz parte da história real, mas no geral, ninguém compromete. Gran Turismo: De Jogador a Corredor funciona melhor para seu nicho, mas consegue quebrar barreiras ao mostrar uma história sólida e sabendo ter a dramaticidade no momento certo, apesar de não ser uma adaptação de um game, e sim, algo que veio dele para o mundo real... entrega uma boa narrativa que vale a pena assistir.

Sinopse oficial:

Baseado na história real de Jann Mardenborough, o filme é o conto definitivo sobre a realização de um sonho do adolescente jogador de Gran Turismo que conseguiu usar suas habilidades no jogo para vencer uma série de competições da Nissan e se tornar um piloto profissional de corridas de carro. Estreia oficial em 24 de agosto de 2023 nos cinemas brasileiros pela Sony Pictures do Brasil. Direção Neill Blomkamp.