domingo, 1 de agosto de 2021

Crítica Cinema | O Esquadrão Suicida

(O verdadeiro Esquadrão Suicida)


Os vilões mais perigosos, exóticos e até inúteis da Terra foram reunidos novamente pela Amanda Waller (Viola Davis) com o objetivo de realizar o trabalho sujo que ninguém tem coragem de fazer. Dessa vez, supervisionados pelo Rick Frag (Joel Kinnaman) e liderados por Sanguinário (Idris Elba), temos Arlequina (Margot Robbie), Pacificador (John Cena), Caça-Ratos 2 (Daniela Melchior), Tubarão Rei (Sylvester Stallone) e outras figuras vilanesca que terão que acabar com planos de um ditador que está fazendo experimentos que podem acabar com o planeta... Isso se eles não se matarem no caminho. Elenco ainda conta com David Dastmalchian, Michael Rooker, Jai Courtney, Nathan Fillion, Sean Gunn, Alice Braga, Peter Capaldi, Taika Waititi, entre outros. Com direção e roteiro de James Gunn, longa da DC Comics com produção e distribuição da Warner Bros Pictures. Estreia nos cinemas brasileiros em 05 de agosto de 2021. Para o trailer, clique aqui.

O Esquadrão Suicida (The Suicide Squad)


O primeiro Esquadrão Suicida de 2016 foi algo que mudou os rumos dos filmes da DC, pois tivemos um mal recebido pela crítica e público Batman vs Superman (Particularmente gosto muito, principalmente da versão sem cortes), com isso, errar de novo era impensável, ainda mais com a expectativa de um novo Coringa (Jared Leto) e nomes como Will Smith, Margot Robbie e sua Arlequina, além de Viola Davis, tudo isso foi abaixo com as ingerências da Warner com o diretor David Ayer, mudando o tom do longa e entregando uma trama bagunçada e decepção quase que geral, salvando apenas a personagem da Margot. A coisa complicou ainda mais no ano seguinte com a Liga da Justiça de Joss Wheadon, só arrumando as coisas esse ano com a Liga do corte de Zack Snyder. A partir dessas situações, o DC Universe ainda tenta se encontrar, com tiros certeiros individuais (Aquaman e Coringa) ou para o gasto (Mulher-Maravilha, Aves de Rapina e Shazam), então um novo Esquadrão era fora de questão, isso até que a Marvel despediu James Gunn no final de 2018 (Coisa que durou pouco, pois já retornou ao MCU), o diretor foi cortado pela Disney por posts antigos e polêmicos no Twiiter, e com seu excelente trabalho em transformar os Guardiões da Galáxia em febre... A Warner não perdeu tempo e o contratou rapidamente para essa sequência, nem tão sequência assim, do elenco antigo, apenas Margot Robbie, Joel Kinnaman, Viola Davis e Jai Coutney foram mantidos, pelo que foi apresentado na trama, trata-se sim de uma continuação, mas sem lembranças daquele mal fadado roteiro de 2016. Agora Gunn teve carta branca para fazer o que quiser com a equipe, vindo de alguém com o humor áspero, ele acaba elevando o termo esquadrão suicida no sentido real da palavra.


A trama é centrada e única, Amanda Waller (Viola Davis) monta duas equipes para invadirem uma base estrangeira e a partir daí tudo fica sangrento, violento e sim, bem humorado. O roteiro entrega uma jornada linear com uma missão militar até então clara, mas com um governo liderado pela Waller... sempre tem algo por baixo dos panos. Durante toda a jornada, James Gunn consegue transparecer o quanto a essência que sempre deveria ser do Esquadrão deveria existir, com brigas entre os próprios membros, humor ácido e situações violentas. Preparem-se para muito sangue, mortes de todas as formas e não se apegue muito aos personagens, pois a Warner deixou o diretor que também escreveu a história, fazer o que quiser... E isso ele faz, em todos os momentos cruciais e mortais fazem sentidos dentro do que está sendo apresentado. Apesar de ser situações cômicas misturadas a ação com violência extrema, a mudança de tom em situações tensas, principalmente no ato final, traz uma variação muito boa que dá robustez a história, entregando um ápice muito legal, apesar de previsível no momento em que a jornada da Arlequina atinge seu objetivo. Sobre ela... Irei falar sobre a vilã mais adorada do mundo nesse filme e como funcionou os outros personagens como um todo.


As noticias dos portais americanos dizem que a única exigência da Warner ao Gunn foi a inclusão da Arlequina. Ela salvou o primeiro filme e trouxe uma febre de popularidade que rendeu até seu próprio longa (Aves de Rapina), mas a presença dela agora não faz diferença nenhuma que não seja carisma, humor e beleza, pois sem ela no filme, sua presença não seria sentida (Para a história), pois sua jornada é aleatória, tendo um destaque no segundo ato que chega a dar sono, já que não rende e fica uma gordura que poderia ter sido utilizado para a dinâmica entre a equipe liderada pelo personagem do Idris Elba, essa sim funciona, todos muito bem e queria muito mais do Tubarão Rei do Sylvester Stallone, assim como a Caça-Ratos 2, tudo flui legal; traz humor e fica evidente na briga entre eles e na violência de suas atitudes no avanço da missão, tudo vai se conversando muito bem até chegar na batalha final, do qual já se sabe contra quem, assistindo aos trailers. Uma coisa interessante... Os humanos "normais" liderados pela personagem da brasileira Alice Braga, traz um lado da questão social e valores dos vilões que põe em xeque o que cada um quer de verdade... Dentro de um filme adaptado de quadrinhos,  acaba passando desapercebido no meio de tantas explosões, tiros e poderes para lá e para cá. O mérito de Gunn é grande e provando mais uma vez... Quando a coisa fica autoral, tudo fica mais claro e focado. O longa mesmo apostando no básico e se valendo visualmente de uma violência e humor extremo, consegue trabalhar bem todos os atos e conclui bem sua missão.


Os efeitos são ótimos, como a maioria de filmes de quadrinhos, incluindo o Starro que vemos nos trailers (Aliás, é cânone, um vilão que sempre dá trabalho para a Liga da Justiça nas HQs, apesar de aqui termos uma leve mudança de personalidade). A parte sonora impactante, tecnicamente tudo funciona. A caracterização dos personagens impecáveis para ter mais actions e outros licenciados da equipe, principalmente dos visuais da Arlequina e Tubarão Rei. Por trabalhar de forma sem inventar muito e apostar em impressionar com violência e humor, Gunn consegue trabalhar bem nos três atos, se não fosse pela barriga criada pelo arco desinteressante da Arlequina, ficaria mais redondo, mesmo assim, o diretor foi muito bem com sua equipe. Sobre o elenco... Margot Robbie já disse acima, pelo incrível que pareça, ela não precisava estar no filme (No sentido da trama apresentada, claro que o marketing e tudo que envolve a presença da vilã, chamam muito a atenção do público e para publicidade). Idris Elba foi muito bem à dura missão de substituir Will Smith, sua jornada é a mesma, só muda que sai o Pistoleiro, e entra o Mercenário. Viola Davis consegue manter a frieza da sua Waller. São tantos personagens que fica difícil falar de todos, mas a Caça-Ratos 2 da Daniela Melchior tem um grande carisma, ainda mais com seu ratinho de estimação. John Cena entrega um "Pacificador" non-sense, mais na reta final tem os momentos mais tensos e abrindo caminho para sua série própria na HBO Max no inicio de 2022. Stallone nunca imaginou que cairia tão bem sua voz em algo chamado Tubarão Rei. Um destaque final é David Dastmalchian com seu vilão das bolinhas, tem sacadas muito boas com ele. O Esquadrão Suicida traz humor, violência, explosões e até tensão com questões politicas, tudo isso misturado em uma jornada simples, mas carismática que entrega o melhor de um diretor que já tem assinatura e consertou algo que foi muito bagunçado em 2016, vale a pena conferir essa nova velha equipe, no maior estilo não se apegue a quase ninguém e se prepare para a loucura.

Imagens fornecidas pelas assessorias ou retiradas da internet para divulgação/Biografias usadas são da IMDB
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