domingo, 10 de novembro de 2019

Crítica Cinema | Doutor Sono

(Contando de forma lenta, uma boa história)


Sinopse: Na infância, Danny Torrance (Ewan McGregor) conseguiu sobreviver a uma tentativa de homicídio por parte do pai, um escritor perturbado por espíritos malignos (Filme 'O Iluminado').  40 anos depois, Danny cresceu e agora ele é um adulto traumatizado e alcoólatra. Sem residência fixa, ele se estabelece em uma pequena cidade, onde consegue um emprego no hospício local e cria um vínculo telepático com uma menina (Kyliegh Curran) que está a quilômetros de distância da sua cidade, mas que será importante para tentar lidar com a ameaça Rose The Hat (Rebecca Ferguson) que junto com vários seguidores... caçam pessoas iluminadas ao longos dos anos. A esperada continuação do clássico 'O Iluminado' chega aos cinemas tendo ainda no elenco: Cliff Curtis, Zahn McClarnon, Emily Alyn Lind, Jacob Tremblay, entre outros. Direção e roteiro de Mike Flanagan (Ouija - A Origem do Mal), baseado na obra de Stephen King. Produção e distribuição nacional da Warner Bros.

Doutor Sono (Doctor Sleep)


Filme é continuação direta de 'O Iluminado' seria importante assistir antes para entender melhor as coisas que acontecem em Doutor Sono, principalmente pelas referências e para o terceiro ato. Aqui se aprofunda mais o conceito da 'iluminação' e do que é capaz com as pessoas que as tem, além de como e porque atrai  o grupo liderado pela Rose (Ferguson), aumentando a mística da obra de Stephen King e expandindo mais esse misterioso universo, além do próprio hotel do longa de 80. Dito isso, a narrativa com um inicio bem sombrio, aliás, tudo que se relaciona ao bando dos "vilões" tem grandes impactos visuais e de tensão que beira ao terror, ao mesmo tempo que temos a parte do Danny (McGregor) de como as coisas vão se encaixando de forma vagarosa até se conectar com a menina Abra (Curran). Falando dela, a geniazinha no que diz respeito aos seus poderes que chega a irritar, a personagem tem muito de ex-machina (Soluções milagrosas para resolver os problemas que acontecem na trama) para a história andar, isso vai respingando até a parte final, que no geral, a conclusão é boa. Durante os dois primeiros atos, parece muito deslocado do Iluminado, criando seu próprio caminho, mas quando chega na resolução, ele puxa demais do longa estrelado por Jack Nicholson, apesar de fechar satisfatoriamente, deixa as decisões de roteiro dubiamente enroladas. Primeiro... quem não assistiu vai estranhar, porque durante todo o filme existe uma ameaça fixa, depois as coisas mudam para finalizarmos a trama e segundo... As referências e os acontecimentos da "batalha final" ficam a par do que foi construindo até então, ele perde aquela calma narrativa que chega a ficar sonolenta em alguns momentos, mas importantes para o entendimento do que é o conceito da iluminação. São coisas a se pontuar, apesar de não estragar tanto assim a experiência com o filme.


As locações são bem suburbanas, então quando precisa ser mais detalhado com o grupo da Rose e em outras partes lá para o final, são bem feitas. A direção de arte consegue deixar tudo um clima de suspense e até claustrofóbico em alguns momentos. Os efeitos são bons, mas tem pontos que deixam a desejar, principalmente quando exige muito de impactar o público. A parte sonora entrega bem. A edição não tem grandes buracos, isso é um mérito considerável, já que o filme tem 2h32 de furação. Mike Flanagan conseguiu conduzir bem o andamento dos personagens, apesar de uma aceleração no final. Sobre o elenco... Ewan McGregor meio que engolido pela função do que é o Danny na história... meio lento, sem grandes cenas que chamasse atenção, ao contrário da Rebecca Ferguson que dá show como vilã, muito a vontade na personagem. A menina Kyliegh Curran, tem potencial, só não pareceu casar bem com que se pedia dela, parecia em uma vibe animada que não era a mesma da narrativa. No mais, nenhum grande destaque, talvez a aparição rápida e dolorosa de Jacob Tremblay. Doutor Sono continua uma história quase quarenta anos depois conduzindo de uma forma lenta, mas bem explicativa do que foi abordado só como conceito no primeiro longa. Não traz o suspense beirando ao terror do primeiro, mas entrega uma boa história, mesmo sem empolgar.

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