quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Crítica Cinema | O Pintassilgo

(Drama profundo, realizado em forma excelente)


Sinopse: Um atentado terrorista no Metropolitan Museum of Art, em Nova York, modifica para sempre a vida do jovem Theodore Decker (Oakes Fegley, na versão adulta é interpretado por Ansel Elgort). Além de sua mãe falecer no evento, ele é incentivado por um desconhecido a levar consigo um quadro lá exposto, O Pintassilgo, além de um anel com o brasão de sua família. Nos dias seguintes Theo recebe o abrigo da sra. Barbour (Nicole Kidman) e, ao pesquisar sobre o brasão, conhece Hobie (Jeffrey Wright), um vendedor de antiguidades que agora é o tutor de Pippa (Aimee Laurence), filha do homem desconhecido, que também estava no museu no momento do atentado. Tal encontro modifica para sempre a vida do garoto, seja por seu interesse no mercado de antiguidades ou mesmo pela paixão que nutre pela jovem. Elenco ainda conta com Sarah Paulson, Luke Wilson, Finn Wolfhard e outros. Direção de John Crowley, roteiro de Peter Straughan. Produção e distribuição brasileira pela Warner Bros.

O Pintassilgo (The Goldfinch)


O filme tem uma duração de 149 minutos, o que pode parecer muito, mas essa extensão e forma de relato são exatos, precisos, calculados. É um drama denso, com outros dramas coexistindo dentro do principal, que não perde o rumo. O relato se inicia com a voz em off de Theo, o menino protagonista, com uma lembrança extremamente dolorosa, no qual a morte está presente na sua memória porque perdeu a mãe em um atentado. Para piorar, esse fato é lembrado com uma dose de extrema culpabilidade, sem sê-lo.


A história desse pequeno, com suas dores, traumas e algumas alegrias e conquistas, é contada em uma maneira sóbria, sólida, envolvente. A direção de John Crowley é uma
consagração cinematográfica internacional. Sua competência está aliada aos nomes que participaram de O Pintassilgo. Não querendo cansar ao leitor, mas tendo que fazer jus, deve-se dizer que são excelentes: roteiro de Peter Straughan (baseado no romance de Donna Tartt; fotografia do experimentado Roger Deakins; edição de Kelley Dixon; arte de Deborah Jensen; música (com fragmentos de Beethoven e trilha original de Trevor Gureckis). Só para mencionar alguns dos envolvidos na realização.



As atuações são todas de altíssimo nível: Nicole Kidman; Oakes Fegley; Ansel Elgort; Jeffrey Wright; Luke Wilson; Finn Wolfhard; Aneurin Barnard; Denis O'Hare; Sarah Paulson; Ashleigh Cummings e Hailey Wist, dentre outros. Os diálogos são primorosos, muito bem construídos e atuados. Há um clima dramático de alta densidade, onde não falta a emoção. A música sublinha discretamente as imagens. Os pontos negativos parecem ser que não há uma crítica mais forte ao consumo de droga pesada e pequenos decaimentos narrativos. O Pintassilgo não é um filme para ser assistido e apreciado por todo tipo de público porque exige do espectador uma concentração e um ritmo que não é habitual. É preciso estar interessado, gostar, de drama que cala no espectador como um bisturi, exato, incisivo, profundo. E, sobretudo, gostar de cinema de voo de grande altura.

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