domingo, 28 de outubro de 2018

Cinema 526# O Doutrinador

O Doutrinador


Miguel (Kiko Pissolato) é membro de uma divisão especial da policia que investiga políticos. Após uma grande tragédia com sua filha e vendo que a culpa disso é de como nossos governantes estão lidando com a situação do povo, ele quer vingança. Sobre o manto de o Doutrinador, ele vai matando todos os envolvidos em um caso de corrupção que ele estava investigando, para isso ele terá ajuda da hacker Nina (Tainá Medina) ao mesmo tempo que ele será caçado pela própria policia, do qual seu amigo Edu (Samuel de Assis) que está mais engajado em capturar esse vigilante mascarado, mesmo sem saber que é o seu melhor amigo. Filme baseado nas HQs nacionais homônima de Luciano Cunha. No elenco ainda temos nomes como Marília Gabriela, Eduardo Moscovis, Natália Lage, Helena Ranaldi, Tuca Andrada, entre outros. Com direção de Gustavo Bonafé (Legalize Já e Chocante). Produção Paris Filmes e com distribuição pela Downtown Filmes.


Apesar de estarmos em uma época conturbada e em meio as eleições, esse longa é ficção e como toda obra assim, de um jeito ou de outro tem algum conceito de realidade. Aqui temos um anti-herói ou herói depende do lado que você está... E como toda história assim precisa de um inimigo, aqui não temos uma ameaça cósmica, doentia, narcotráfico ou coisas desse tipo, o vilão ou vilões da história são os políticos, nada mais atual neh. Por mais que pareça algo que puxa para esquerda ou direita, nessa trama o foco é alguém que deu um basta para as coisas que estavam erradas e saiu fazendo justiça com as próprias mãos, como o Justiceiro da Marvel ou o Batman da DC, conceitos são os mesmos. Louvável como não se toma partido (lógico que vai de como você enxerga as coisas), tudo muito neutro, focado na jornada do Doutrinador, claro que com aquela crítica social, pois não importa que lado você esteja, precisamos de politicos com vontade de solucionar os problemas e melhorar a vida de todos para quem ele vai governar, no final só isso que importa. Sobre a trama em si, bem básica, temos um mocinho, acontece algo, ele parte em vingança, tem pessoas que o ajudam e outras que o caçam, até chegar no inimigo final, que no caso seria o  político Antero Gomes (Carlos Betão). Muito do que o filme mostra vem sim de obras americanas, mas estão bem feitos e flui legal, senão fosse pela fotografia e idioma nacional, fica parecendo obra de fora, um ponto bem positivo, mostra que sabemos fazer adaptação de quadrinhos sim.


Fora esse plot de vilões a serem caçados pelo nosso anti-herói serem políticos, tudo segue meio que no previsível, apesar que eu fiquei positivamente satisfeito com a qualidade de adaptação... A trama segue sem nenhuma outra grande novidade, nada que você não tenha visto em longas-metragens de histórias assim. O inicio é bem enrolado e com alguns defeitos de roteiro, pois dava impressão que não sabiam iniciar direito para chegar na parte do Miguel ser o Doutrinador, a cena da tragédia que começa toda a jornada dele ficou sem o impacto que precisava ter. Parte técnica muito boa mesmo, efeitos são bem decentes, as cenas de ação boas, trilha casa bem com o ritmo da trama, mas estranha as músicas serem 100% americanas, senti falta de uma trilha marcante como tem Tropa de Elite. Tirando a  parte como foram conduzidas as coisas até a tragédia com a filha do Miguel, restante está bem montado e com um design bem tranquilo, tecnicamente está bem feito, inclusive no visual e  coreografias das lutas. Vamos as atuações, com o protagonista temos um problema... pois Kiko Pissolato não parece conseguir expressar sua mudança de atitude, pois você não sente sua fúria na mudança de atitude, parece pilhado e cansado desde o inicio, essa falta de mudança de expressão é tão grande, que você pensa que ele já é o Doutrinador desde o começo, faltou um pouco mais de atuação aí, já o restante do elenco ninguém compromete, gostei do personagem do Samuel de Assis, já a Nina de Tainá Medina, você estranha ela um pouco, mas depois acostuma, já Eduardo Moscovis e Carlos Betão que são os principais vilões, estão muito bem, principalmente Moscovis. O Doutrinador é a nossa prova que podemos fazer um thriller de ficção com um que de atualidade e qualidade que não se fica devendo a nada lá de fora, mostrando uma história atual dentro de uma adaptação de quadrinhos que não fica datada, prova que se tivermos um bom roteiro, profissionais de qualidade e o investimento certo, podemos entregar um filme de super-herói para chamar de nosso, ficou bom mesmo.

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